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Conab reajusta estimativa de safra de café

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou sua estimativa para a produção brasileira de café, agora projetando um total de 65,9 milhões de sacas, o que representa uma redução de 1,7% em relação à previsão anterior de 67 milhões de sacas.

Apesar desse ajuste, a produção esperada para 2024/2025 ainda é 2,5% maior do que a safra passada. Esses números superam a previsão da Conab, que era de 58,8 milhões de sacas, mas ficam abaixo da estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que esperava 69,9 milhões de sacas. A diferença entre as estimativas mais altas e mais baixas para esta safra é de 16 milhões de sacas, uma discrepância menor do que os 22 milhões de sacas registrados em 2023.

A revisão para baixo da produção é atribuída principalmente a condições climáticas adversas, especialmente afetando o café robusta, cuja produção está estimada em 21,2 milhões de sacas, uma redução de 6,8% em relação à previsão anterior e 1,6% menor do que a safra anterior.

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Em contraste, a produção de café arábica aumentou ligeiramente, passando de 44,3 milhões para 44,7 milhões de sacas, representando um crescimento de 4,6% sobre a safra anterior. No sul de Minas Gerais, a maior região produtora de arábica, houve variação significativa entre os municípios. Algumas áreas tiveram uma produção acima do esperado, enquanto outras foram mais impactadas pelo clima. A qualidade dos grãos foi afetada, com mais de 74% da produção já colhida até o final de julho. Apesar disso, a produção na região aumentou para 16,6 milhões de sacas, 7,3% a mais do que em 2023.

Nas regiões do Cerrado Mineiro e da Mogiana, a produção de café arábica também foi impactada por condições adversas no final de 2023. Embora não tenham sido realizados ajustes adicionais para essas áreas neste levantamento, o impacto nas colheitas foi evidente. O Cerrado Mineiro deve sofrer uma queda de mais de 27% na produção, estimada em 5,4 milhões de sacas, enquanto a Mogiana viu um aumento de 3,9%, alcançando 6,3 milhões de sacas, graças a melhores resultados em outras áreas de São Paulo.

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No norte do Espírito Santo, a produção de café conilon foi prejudicada por condições climáticas desfavoráveis durante os meses de setembro, outubro e novembro de 2023. A estimativa para a safra 2024/25 foi reduzida para 14,9 milhões de sacas, uma queda de 8% em relação à previsão anterior e 1,5% menor do que a safra 2023/24.

Olhando para a safra de 2025/2026, as previsões indicam que a cafeicultura pode se beneficiar do fenômeno La Niña, que pode melhorar as condições de cultivo. A expectativa é de chuvas regulares entre setembro e outubro, o que pode favorecer a florada e o desenvolvimento das plantas. No entanto, há preocupações sobre os impactos contínuos das mudanças climáticas, que podem afetar a produção. Especialistas alertam que a pressão contínua nas lavouras e a possibilidade de estresse térmico ainda representam riscos para a cafeicultura no futuro próximo.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Guerra EUA x China: Brasil vira peça-chave e faz planos para um corredor transoceânico

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A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos capítulos nesta semana, com reflexos importantes para o Brasil — principalmente para o agronegócio. A Casa Branca anunciou um aumento das tarifas sobre produtos chineses, que agora chegam a 245%. O motivo, segundo o governo americano, seria uma resposta a ações retaliatórias por parte da China. A notícia pegou o governo chinês de surpresa e provocou reações imediatas, incluindo pedidos formais de esclarecimento.

Imagem: reprodução/Ministério dos Transportes

Em meio a essa disputa, o Brasil pode sair ganhando, se conseguir resolver seus problemas logísticos (veja aqui). Uma comitiva do governo chinês esteve em Brasília nesta semana para conhecer projetos de infraestrutura e discutir caminhos que facilitem o acesso dos produtos brasileiros ao mercado asiático. Um dos temas centrais foi o Corredor Bioceânico, uma rota que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando por países vizinhos, como Paraguai e Argentina, com destino aos portos do Chile.

O corredor tem um grande atrativo: facilitar a exportação de grãos e carnes para a Ásia, encurtando a distância até os mercados chineses e reduzindo custos logísticos.

A iniciativa também está diretamente ligada às ferrovias, como a Norte-Sul, a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e a FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), todas integradas ao Novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O objetivo é melhorar o escoamento da produção do Centro-Oeste, especialmente soja, milho e carne.

Durante a visita ao Brasil, a delegação chinesa se reuniu com representantes dos governos de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Acre, onde foram apresentados dados sobre produção agrícola, cultura e exportações. A agenda também incluiu visitas técnicas ao Porto de Ilhéus (BA), à FIOL, ao Porto de Santos (SP) e ao projeto do futuro Túnel Santos-Guarujá.

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O plano é transformar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que avança lentamente entre Caetité e Ilhéus, em um elo fundamental de um corredor bioceânico que levaria grãos, minérios e outros produtos brasileiros até o porto de Chancay, no Peru — e de lá, direto ao mercado asiático.

A missão chinesa desembarcou em Ilhéus nesta quarta-feira (16.04), visitou trechos da Fiol 1 e as instalações do Porto Sul, que ainda está em obras. A ideia é clara: entender o que falta, quanto custa e como viabilizar a conclusão dessa travessia ferroviária transcontinental, um projeto que, se sair do papel, poderá reduzir em até dez dias o tempo de navegação entre o Brasil e a Ásia.

Para os chineses, trata-se de uma oportunidade de ouro. Para o Brasil, uma chance — talvez a última por um bom tempo — de dar um salto logístico sem depender exclusivamente dos Estados Unidos ou de seus próprios (e lentos) investimentos públicos.

Mas o entusiasmo técnico contrasta com a realidade do chão. As obras da Fiol seguem a passos lentos, marcadas por entraves burocráticos, desafios ambientais e falta de recursos. A Bahia Mineração (Bamin), concessionária do trecho, tem sob sua responsabilidade não apenas a ferrovia, mas também a construção do Porto Sul — um complexo que ainda está longe de operar plenamente.

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A visita chinesa, no entanto, é simbólica. Marca o esforço de Pequim em reforçar laços com o Brasil em um momento em que a dependência mútua aumenta. Hoje, mais de um terço de tudo que o Brasil exporta tem a China como destino. E a maior parte disso — cerca de 60% — precisa de infraestrutura para sair do interior até os portos. Sem ferrovias eficientes, o Brasil seguirá perdendo tempo e dinheiro.

NOVA ROTA – Uma nova rota marítima lançada nesta semana, de forma simultânea no Brasil e na China, promete reduzir o tempo necessário para transportar produtos entre um país e outro, e também os custos logísticos. A rota vai ligar o Porto Gaolan, localizado em Zhuhai, no sul da China, aos Portos de Santana, no Amapá, e de Salvador, no Brasil, sem escalas. Com isso, a expectativa do embaixador da China no Brasil, Zhu Oinggiao, é que o trânsito de cargas leve 30 dias a menos que o habitual e os custos das operações também diminuam, em mais de 30%.

Fonte: Pensar Agro

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