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Levantamento mostra que mais de mil municípios brasileiros enfrentam problemas com a seca

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Um relatório recente do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) indica que 1.024 municípios brasileiros estão enfrentando condições de seca extrema e severa, um número quase 23 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. A escassez de chuvas tem agravado a situação, resultando no maior número de incêndios florestais dos últimos dez anos.

A situação é especialmente grave em comparação a outros estados como Amazonas, Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Tocantins. O Espírito Santo está passando por uma das piores secas de sua história, com todos os seus 78 municípios afetados em algum grau. A seca no Espírito Santo é classificada em quatro níveis: extrema, severa, moderada e fraca, com seis cidades enfrentando seca severa, 51 em seca moderada e 21 em seca fraca.

“A ação humana é a principal causa dos incêndios florestais no Brasil. Precisamos de ações de mobilização e conscientização para evitar que comportamentos irresponsáveis agravem ainda mais a situação. A participação da sociedade é fundamental para preservarmos nossas florestas e garantirmos a segurança hídrica e alimentar,” destaca Maisa Porto, diretora do Ideias.

De janeiro a maio deste ano, o Espírito Santo registrou a queima de 1.587 hectares de mata nativa, um aumento de 118% em relação ao mesmo período do ano passado. A seca também afetou os níveis dos reservatórios, comprometendo o abastecimento de água e a produção agrícola, resultando em prejuízos milionários nas safras de café, leite e derivados.

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Com a chegada do inverno e a predominância do clima seco, o período de queimadas tende a se intensificar. As áreas mais afetadas no Espírito Santo estão no Norte, especialmente em Linhares e São Mateus. Dados do MapBiomas Fogo, uma iniciativa que monitora áreas queimadas via satélite, confirmam o aumento significativo das queimadas nessas regiões.

Para enfrentar essa crise, é crucial adotar uma abordagem multidisciplinar, envolvendo ações em diversos níveis. “Além de investimentos em equipamentos e treinamento para o combate a incêndios, é necessário fortalecer as ações de prevenção, como a criação de brigadas comunitárias e a realização de campanhas educativas. A recuperação de áreas degradadas e a implementação de práticas sustentáveis de uso da terra também são essenciais para aumentar a resiliência dos ecossistemas e reduzir o risco de incêndios,” afirma Maisa Porto.

O Corpo de Bombeiros do Espírito Santo também registrou um aumento nos incêndios combatidos, com 786 focos de janeiro a maio deste ano, em comparação com 601 no mesmo período do ano anterior.

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As mudanças climáticas também estão contribuindo para o agravamento dos incêndios florestais. Ondas de calor extremo são cinco vezes mais frequentes hoje do que há 150 anos. “Temperaturas mais altas secam a vegetação, criando condições ideais para incêndios maiores e mais frequentes. Esses incêndios, por sua vez, aumentam as emissões de carbono, intensificando ainda mais as mudanças climáticas e perpetuando um ciclo vicioso,” comenta a diretora do Ideias.

A expansão das atividades humanas em áreas florestais também contribui para o aumento dos incêndios. Na região, é comum usar fogo para limpar terras para pastagens ou agricultura após o desmatamento. Durante períodos de seca, esses incêndios podem se espalhar acidentalmente para florestas adjacentes. Quase todos os incêndios nos trópicos são causados por atividades humanas, e não por fontes naturais como raios, e são agravados por condições mais quentes e secas.

Fonte: Pensar Agro

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Mapa faz balanço do primeiro trimestre: R$ 223 bilhões em vendas externas

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O agronegócio brasileiro fechou o primeiro trimestre de 2025 com o maior volume de exportações da história para o período, movimentando mais de R$ 223 bilhões em vendas externas, segundo balanço divulgado pelo Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Só em março, foram R$ 92 bilhões exportados — o segundo melhor desempenho já registrado para esse mês. Esse avanço foi puxado principalmente pelo aumento no volume exportado, que cresceu mais de 10% em relação a março de 2024.

Os preços médios dos produtos também subiram, mas em menor proporção, cerca de 2%. Entre os destaques estão a soja em grãos, com R$ 33,6 bilhões em exportações (+7%), o café verde, que somou R$ 8,3 bilhões (+92,7%), a carne bovina in natura, com R$ 6,5 bilhões (+40,1%), a celulose, que movimentou R$ 5,8 bilhões (+25,4%), e a carne de frango in natura, com R$ 4,6 bilhões (+9,6%).

O café verde praticamente dobrou de valor exportado em comparação com o ano passado. A carne bovina também cresceu com força, e a soja segue firme como carro-chefe do agro brasileiro no comércio internacional.

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No acumulado do trimestre, o superávit do setor chegou a R$ 192 bilhões — ou seja, esse foi o valor que sobrou de saldo positivo na balança do agro, mesmo considerando o que o Brasil importou. A China continua liderando as compras, seguida pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

Também houve aumento nas exportações para países asiáticos como Vietnã, Turquia, Bangladesh e Indonésia, especialmente em itens como soja, algodão, celulose e carnes. “Esses números confirmam que estamos promovendo o crescimento do agro com responsabilidade, sustentabilidade e com os olhos voltados para novos mercados e oportunidades para produtos com maior valor agregado”, afirmou o ministro.

Fonte: Pensar Agro

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