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Saúde monitora serpentes no Estado e garante soro que neutraliza ação do veneno

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A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mantém aproximadamente 350 serpentes no Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI). Dessas, 270 serpentes peçonhentas são para a produção do soro antibotrópico, que neutraliza a ação do veneno de serpentes da família das jararacas. Somente este ano foram produzidos 300 litros de plasma Hiperimune Antibotrópico (de “soro antiveneno”) – matéria-prima do soro antibotrópico, utilizado em casos em que há acidente com serpentes, quando o paciente apresenta risco de vida.

Profissionais de saúde que atuam no CPPI, na Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVZI), e no Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná (Ciatox) realizaram uma capacitação para a identificação correta dos animais, ou seja, de serpentes peçonhentas e não peçonhentas. O aprimoramento foi no Museu de História Natural Capão da Imbuia, em Curitiba, com Júlio Cesar de Moura-Leite, especialista em herpetologia (ramo da ciência que estuda os anfíbios e répteis), para auxiliar ainda mais os especialistas no monitoramento e levantamento da distribuição das espécies, bem como de dados epidemiológicos dos acidentes.

O CPPI é conhecido nacionalmente por desenvolver antígenos, anti-soros e insumos para auxílio diagnóstico, veneno padrão de animais peçonhentos e animais de laboratório. O tratamento eficaz contra esses envenenamentos só é possível utilizando imunoglobulinas, ou seja, anticorpos, que são específicos contra as proteínas existentes no veneno. Essas imunoglobulinas inativam e bloqueiam a ação das proteínas, impedindo que atuem no corpo da vítima.

A obtenção do soro é feita por meio de cavalos, pois são animais de grande porte. De acordo com o chefe do Núcleo de Produção do CPPI, Erickson de Moura, cada cavalo produz, em média, quatro (4) litros de plasma por sangria e cada litro deste produz cerca de 15 ampolas de soro antiveneno. Estima-se que cada cavalo gera soro hiperimune para aproximadamente 50 pessoas no período de um ano.

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LARGA ESCALA – O CPPI está em tratativas com a Fundação Ezequiel Dias, instituto brasileiro de ciências biológicas e tecnologia localizada em Minas Gerais, para a retomada da capacidade produtiva da unidade. Espera-se que, após a oficialização da parceria, seja retomada a produção de 15 mil ampolas/ano de soro antibotrópico e soro antiloxoscélico (contra picada de aranha-marrom)

PEÇONHENTOS – Os animais peçonhentos se caracterizam pela capacidade de injetar substâncias tóxicas-veneno pelas presas, por meio de estruturas especializadas, que podem ser aguilhão, ferrão, quelíceras, cerdas urticantes ou dentes modificados, como é o caso das serpentes.

Os acidentes de maior ocorrência são com animais como cobras, escorpiões, aranhas, abelhas e lagartas.

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, em 2023 foram registrados 938 acidentes por serpentes no Paraná. Informações preliminares apontam 494 acidentes neste ano.

De acordo com a bióloga da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações da Sesa, Juliana Cequinel, em caso de acidente o paciente deve procurar um serviço de saúde o quanto antes. “A principal medida é encaminhar a vítima da picada diretamente para uma unidade de saúde, para que o tratamento possa ser iniciado de maneira imediata”, disse. “Uma recomendação bastante importante é, se possível, levar o animal causador do acidente junto ao serviço de saúde, ou ao menos uma foto dele, para auxiliar no diagnóstico clínico”, afirmou.

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ACIDENTE – Além do centro para a produção de soro, o Estado também conta com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná (Ciatox-PR), que desempenha um importante papel no apoio à saúde pública, oferecendo atendimento imediato em casos de intoxicação de animais peçonhentos, incluindo serpentes, com informações permanentes aos profissionais de saúde e dados epidemiológicos essenciais para a vigilância efetiva.

CPPI – O centro é um dos laboratórios do Estado, e está entre os quatros principais produtores de soros antiveneno de uso humano distribuídos ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Fundado em 1987, o CPPI atua há 39 anos na pesquisa e aperfeiçoamento dos serviços. A unidade é gerida pela Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (Funeas) desde 2016 e é um dos quatro laboratórios farmacêuticos oficiais produtores de soros antiveneno, com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Um outro produto importante é o Antígeno de Montenegro, utilizado para o diagnóstico da Leishmaniose no Brasil e em outros países.

Para o diretor do CPPI, Rubens Gusso, a saúde pública se ampara nos serviços da unidade. “É uma trajetória muito importante. A saúde dos paranaenses precisa dessas pesquisas e diagnósticos, já que investimos naqueles agravos que a iniciativa privada não tem tanto interesse em produzir”, disse.

Fonte: Governo PR

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Guerra tarifária global pode virar oportunidade para produtos do Paraná, afirma Ratinho Junior

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A recente escalada da guerra tarifária entre os Estados Unidos e China, com aumento recíproco das taxas de importação, representa uma janela de oportunidade para o Paraná, na avaliação do governador Carlos Massa Ratinho Junior. Nesta quarta-feira (9) houve troca de anúncios de novas altas pelos presidentes de ambos os países.

Ratinho Junior lembrou que o Paraná tem se destacado no mercado global, sobretudo na venda de produtos alimentícios. Em 2024, as exportações de alimentos e bebidas tiveram como destino 176 países diferentes, o que rendeu às empresas instaladas no Estado uma receita de US$ 14,2 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Segundo o governador, os produtores de soja podem ser os maiores beneficiados pelas mudanças a partir do aumento da demanda chinesa por mercados alternativos, tendo em vista que o país anunciou uma tarifa de importação de 84% sobre os produtos dos EUA.

“Estamos acompanhando a China taxar as commodities dos EUA, como é o caso do grão de soja, em que o Paraná é um grande produtor e tem capacidade para aumentar as suas exportações, atendendo as necessidades dos chineses por produtos com preços competitivos”, afirmou Ratinho Junior.

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Atualmente, a soja e os seus derivados já representam a maior fatia das exportações paranaenses, com US$ 5,3 bilhões em vendas do grão, US$ 1,4 bilhão em farelo e outros US$ 358 milhões no formato de óleo apenas no ano passado. Apenas os grãos de soja representaram 75,5% das exportações para a China em 2024, gerando uma receita de US$ 4,5 bilhões para o Paraná.

Outro produto que deve atrair mais a atenção dos compradores chineses é a carne de frango in natura do Paraná, que totalizou US$ 739 milhões em vendas, no ano passado, o equivalente a 12,4% das exportações para o país.

ESTADOS UNIDOS – A indústria de produção agroflorestal paranaense, que se destaca pala produção de madeira de reflorestamento, um insumo muito procurado pelos norte-americanos, também é um segmento que pode crescer a partir do novo cenário global, de acordo com Ratinho Junior.

“Os Estados Unidos são muito dependentes da importação de derivados de madeira para a construção civil, usadas principalmente nas residências, e o Paraná se destaca nesta produção, o que ajuda o Estado a ser reconhecido como o mais sustentável do Brasil”, pontuou o governador.

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A madeira em formato bruto, manufaturado ou em compensados representa atualmente 28% das exportações do Paraná para os Estados Unidos, o que gerou uma receita de aproximadamente US$ 446 milhões no ano passado. Mesmo antes da disputa comercial já houve um crescimento nas vendas, sobretudo nos compensados de madeira, que aumentaram 24,5% entre 2023 e 2024.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam o bom momento da indústria madeireira do Paraná, que registrou o maior crescimento do País em 2024, com uma alta de 12,4% em relação ao ano anterior.

“No Paraná encaramos essa ‘briga’ entre os dois gigantes globais como uma janela de oportunidade, na qual podemos aproveitar a grande vocação do Estado na produção de alimentos e outros produtos agrícolas para que a agroindústria cresça ainda mais, gerando mais empregos e renda à população”, concluiu Ratinho Junior.

Fonte: Governo PR

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