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Com apoio do Tecpar, empreendedores vão produzir água para cafés especiais

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A descoberta de uma fonte de água mineral diferenciada, no município de Quitandinha, Região Metropolitana de Curitiba, deu início a um projeto inovador desenvolvido pelos empreendedores Jackson Werneck Andrade e Cícero Caiçara Junior. Com o apoio técnico do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), eles planejam lançar no mercado um produto inédito: água engarrafada com características específicas, sobretudo para cafés especiais.   

O projeto busca alcançar um mercado altamente promissor e lucrativo, que vem crescendo mundialmente nos últimos anos. De acordo com uma pesquisa realizada pela The Brainy Insights, o mercado global de cafés especiais deve atingir US$ 152,69 bilhões até 2030.  No Brasil, um levantamento feito em 2021 pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado aponta que o consumo de cafés especiais no Brasil tem registrado um aumento médio anual de 15%.

Localizada na chácara da família de Jackson em Quitandinha, a fonte de água já era conhecida há mais de 40 anos. No entanto, ninguém sabia que daquele poço, com 20 metros de profundidade, jorrava água mineral com uma composição especial. Segundo Cícero, os familiares de Jackson sempre comentavam que aquela água era diferente, e percebiam benefícios do seu uso no cabelo e na pele.

Em uma visita à propriedade, Jackson, que atualmente mora no Canadá, utilizou a água da fonte para preparar um café especial, e acreditou que o agradável sabor da bebida se devia apenas à qualidade do grão utilizado. “De volta ao Canadá, ele preparou o mesmo café, utilizando o mesmo processo, mas percebeu que o gosto estava bem diferente. A partir dali, passou a estudar a importância da água no preparo do café, e compartilhou comigo o que havia descoberto”, lembra Cícero.

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ACREDITAÇÃO E INFRAESTRUTURA – Em 2021, já avistando uma possível oportunidade, Jackson e Cícero buscaram o Tecpar para analisar se aquela água era potável. Os primeiros resultados foram promissores: a fonte foi classificada como sendo de água mineral fluoretada. Foi a partir desse momento, lembra Cícero, que o projeto realmente iniciou.

“Tínhamos um objetivo muito específico, e os resultados determinariam se seria possível ou não a realização do projeto em função da nossa fonte exclusiva. Precisávamos da avaliação da qualidade da água e sua exata composição química, e os resultados certificaram a qualidade e a estrutura da água mineral que procurávamos. Teríamos oportunidades múltiplas em relação à exploração daquela água mineral”, lembra.

A gerente do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar, Daniele Adão, destaca que o instituto conta com técnicos altamente especializados, que realizam ensaios para avaliar se a água oriunda de fonte ou de poço artesiano pode ser classificada como água mineral.

“O laboratório do Tecpar tem escopo acreditado para ensaios químicos e biológicos em água, e a infraestrutura dos laboratórios conta com equipamentos de última geração para avaliar a qualidade do produto e eventuais contaminantes que estejam presentes. Os ensaios para avaliar a classificação da água como mineral são realizados desde 1944”, destaca a gerente.

Segundo Daniele, existem padrões de exigência da qualidade da água para consumo humano, e a medição da qualidade é um processo muito exigente e que compreende vários parâmetros laboratoriais. “No caso da água para cafés especiais, os parâmetros físico-químicos avaliados se basearam nos padrões definidos pela Associação de Cafés Especiais, em inglês, Specialty Coffee Association”, explica.

PROJETO INOVADOR – Desde janeiro de 2022, os sócios se uniram para desenvolver o projeto inovador: a industrialização e comercialização da água, tanto para consumo doméstico, como para o preparo de cafés (sobretudo os especiais). Estudos apontam que para uma extração de qualidade superior de grãos de café, a água de infusão deve possuir determinadas características, e a água mineral encontrada na fonte em Quitandinha estava muito próxima da qualidade ideal, necessitando de uma manipulação mínima.

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“Foram mais de dois anos de estudos, análises e testes para estruturar o projeto, que está em andamento. Em todo o processo, tivemos assessoria técnica com uma engenheira química especialista em água. Neste momento, estamos em busca de parcerias e sobretudo de investidores com anseios de inovação e crescimento em um mercado ainda pouco explorado”, informa Cícero.

Para chegar à fórmula do produto ideal, os sócios também fizeram uma parceria com a cafeteria Lucca Cafés Especiais, na qual baristas realizam testes utilizando essa água especial na preparação de seus cafés. Na sequência, algumas amostras da bebida são encaminhadas para avaliações dos parâmetros físico-químicos da água no Tecpar.

CLASSIFICAÇÃO MINERAL – O serviço de análise de águas realizado pelo Tecpar é uma análise de classificação mineral preliminar, que visa orientar o cliente no processo a ser realizado junto à Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão responsável, pela pesquisa e a lavra de água mineral e potável para consumo humano, entre outras atribuições.

Caso haja interesse em explorar a fonte de água, o interessado deverá realizar uma nova análise junto ao laboratório oficial – Laboratório de Análises Minerais do Serviço Geológico do Brasil (LAMIN/CPRM) – para poder comercializar a água mineral.

Fonte: Governo PR

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Membros de oito comitês da Fundação Araucária que julgam projetos tomam posse

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Tomaram posse nesta segunda-feira (14) os 216 membros dos oito Comitês Assessores de Áreas (CAAs) da Fundação Araucária. Destes, 24 assumem a coordenação.

Entre outras funções, os comitês são os responsáveis por analisar, avaliar e selecionar os projetos submetidos a chamadas públicas da Fundação Araucária, instituição ligada ao Governo do Estado que atua para fomentar o desenvolvimento social, econômico e ambiental do Paraná por meio de investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Os comitês atuam em oito áreas do conhecimento: Ciências Humanas, Ciências Exatas, Ciências Biológicas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências da Saúde e Engenharias.

“Os comitês assessores são fundamentais porque não há ciência, não há mérito na ciência se as propostas não forem julgadas por pares. Todos os nossos projetos, mesmo que seja um projeto estratégico, de interesse do Estado, precisam ter o parecer dos pares”, explica o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig. 

Ou seja, os comitês são integrados por especialistas do mesmo campo de pesquisa ou especialidade do trabalho submetido. “A partir da proposta apresentada e julgada pelos pares, existe um mérito científico e podemos apoiar financeiramente”, afirma Wahrhaftig.

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A composição dos CAAs é ocorre mediante um processo de consulta às instituições de ensino e pesquisa, de caráter público ou privado sem fins lucrativos, sediadas e atuantes no Paraná. Para cada área do conhecimento a Fundação Araucária seleciona um grupo de especialistas com mandato de quatro anos, permitindo-se uma recondução imediata. 

“Temos que agradecer a participação dos nossos cientistas, que se propõem a darem pareceres sobre propostas de outros cientistas, porque sem eles, sem essas propostas, não teríamos uma ciência do nível que temos e com o avanço que queremos ter futuramente”, destacou o presidente da Fundação Araucária.

As atribuições vão desde a contribuir para a formulação de programas e planos de desenvolvimento científico e tecnológico; analisar solicitações de bolsas e auxílios, apoiados por consultores ad hoc (os que exercem um trabalho colaborativo e voluntário), emitindo parecer fundamentado quanto ao mérito científico e técnico e a sua adequação orçamentária, recomendando ou não sua concessão.

Os comitês também indicam nomes de pesquisadores que possam integrar o quadro de consultores ad hoc.

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Fonte: Governo PR

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