NOVA AURORA

PARANÁ

Ganhando o Mundo: 950 alunos da rede estadual vivem dias “inimagináveis” no Exterior

Publicado em

Lançado em 2019 pelo Governo do Paraná, o programa Ganhando o Mundo é só o começo de uma jornada de aprendizado até então inimaginável para três alunos do ensino médio da rede estadual de ensino que estão em intercâmbio gratuito fora do Brasil. Só nesse ano, 950 estudantes já foram enviados para seis meses de aprendizado em quatro países: Austrália, Canadá, Inglaterra e Nova Zelândia. Em agosto, mais 50 serão enviados aos Estados Unidos, totalizando mil alunos no Exterior em 2024.

Ano que vem, o programa da Secretaria de Estado da Educação (Seed) será ampliado e vai enviar o maior número de alunos desde que foi criado: serão 1,2 mil estudantes para cinco países, com a inclusão da Irlanda. 

Luiz Fernando Souza de Andrade, 15 anos, quer fazer da experiência do intercâmbio na Austrália o pontapé inicial de uma carreira de estudos internacionais. Aluno do segundo ano do ensino médio do Colégio Estadual Vila Alta, ele saiu do pequeno município de Alto Paraíso, de apenas 3 mil moradores, no Noroeste do Paraná, para estudar no Fremantle College, na cidade de Beaconsfield, região de Perth, uma das maiores metrópoles australianas, com 2 milhões de habitantes.

“Após meu período no Ganhando o Mundo na Austrália, tenho plano de estudar em outro país novamente. E a experiência adquirida nesse programa será fundamental para as próximas etapas da minha jornada”, planeja.

Ele já aponta uma série de aprendizados que vem incorporando na vivência de estar morando do outro lado do mundo, como independência, resiliência e adaptabilidade. “Esses aprendizados não apenas enriquecem minha vida pessoal, mas também serão valiosos na minha carreira profissional e minha jornada de autodesenvolvimento”, destaca.

Leia Também:  Guarda-vidas estão preparados para atender banhistas com ferimentos de águas-vivas e caravelas

Se não fosse o programa da Seed, Luiz admite que muito dificilmente teria oportunidade de estudar no Exterior. “O Ganhando o Mundo não só abriu portas que estavam fechadas para mim, mas também está tendo um impacto profundo, enriquecendo minha experiência educacional e pessoal de maneira que nunca imaginei que seria possível. Por isso sou imensamente grato pela oportunidade e apoio que tenho recebido do programa”, agradece o estudante de Alto Paraíso. 

Moradora de Lindoeste, município de 5,1 mil habitantes no Oeste do Estado, Júlia Cristina Olavo de Oliveira, de 15 anos, também admite que não teria oportunidade de sair do país se não fosse o Ganhando o Mundo. Com o programa do Governo do Paraná ela não só teve a oportunidade do intercâmbio como, a exemplo de Luiz, cruzou o globo terrestre para estudar. Júlia está há três meses na Nova Zelândia, onde está matriculada na Freyberg High School, na cidade de Palmston North.

“Nunca imaginei a possibilidade de estudar do outro lado do mundo. Nunca tive isso em mente. Mas quando surgiu esse programa, senti um fio de esperança. O programa já me disponibilizou muitas oportunidades e ainda vai abrir muitas portas na minha vida. Por isso quero aproveitar mais e tirar lições e bons momentos”, aponta Júlia, que daqui três meses retorna para concluir o segundo ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Cívico Militar Lindoeste. 

Mesmo com tão pouca idade, Júlia é a primeira pessoa de toda a família a estudar fora do Brasil. Plano que ela pretende repetir quando o intercâmbio do Ganhando o Mundo terminar. “Quero voltar a viver essa experiência de estudar fora do Brasil novamente para conhecer mais culturas e costumes. Descobri na Nova Zelândia novos hobbies, novas ideias, novos pensamentes que numa pensei que fosse ter. Fora as pessoas que conheci e espero levar para a vida”, diz Julia.

Leia Também:  Portos do Paraná melhora limpeza e sinalização do acesso dos caminhões a Paranaguá

Já o estudante Davi Barbosa Rickli Pereira, de 15 anos, de Reserva, município de 24,5 mil habitantes na Região Central do Paraná, diz ter aprendido no período em que está na Inglaterra que o mundo é grande demais para se viver em uma bolha.

“Uma das coisas que venho aprendendo no intercâmbio é que você tem que aproveitar quando tem oportunidade de conhecer pessoas novas, conhecer o mundo, interagir, conhecer novas culturas. São pontos muito importantes que vou levar para minha vida inteira”, argumenta o aluno do segundo ano do ensino médio da Escola Professora Helena Ronkoski Fioravante.

Na cidade inglesa de Bristol, onde está estudando na Hanham Woods Academy, Davi destaca estar aprendendo não só sobre a cultura da Terra da Rainha, mas também da de outros países a partir da troca de experiências que está tendo com colegas intercambistas. “Está sendo fantástico, muito além do que eu esperava. Por isso é incrível o que o Governo do Paraná está fazendo. Esse programa está dando uma oportunidade muito grande na minha vida, com aprendizados e responsabilidades, fora a questão de conhecer novas culturas”, reforça. 

Luiz Fernando Souza de Andrade, 15 anos, estudante da cidade de Alto Paraíso que está em intercâmbio pelo programa Ganhando o Mundo da Secretaria de Estado da Educação na Austrália.

Luiz Fernando Souza de Andrade saiu de uma cidade de 3 mil habitantes e está em uma região com 2 milhões de australianos. Foto: Arquivo Pessoal

EVOLUÇÃO NO INGLÊS – Os alunos do Ganhando o Mundo foram enviados em 2024 a países de língua inglesa. Um dos objetivos do intercâmbio é justamente que os estudantes voltem falando a língua fluentemente. Habilidade que é acelerada quando se tem contato com falantes nativos da língua, como comprova Luiz. O estudante diz que já viajou para o intercâmbio com uma boa base de inglês, o que garantiu a vaga dele no Ganhando o Mundo. Mas foi só quando chegou à Austrália que percebeu que ainda tinha muito para evoluir.  

“Com a imersão total no ambiente australiano e a prática constante do inglês tenho progredido consideravelmente. Agora consigo resolver problemas na escola, me comunicar com a família que me recebeu aqui de forma mais fluente, além de sociabilizar com meus amigos nativos com muita confiança”, afirma. “Essa experiência de interagir diariamente com falantes nativos tem sido fundamental para minha evolução na língua inglesa”. 

Júlia, por sua vez, diz que sentiu evolução no inglês já nos primeiros dias de Nova Zelândia. “Aqui tenho que exercitar meu inglês 24 horas por dia porque tenho que usar a língua para tudo. E antes eu nem imaginava estar falando com pessoas nativas fluentes em inglês, que eu fosse aprender a língua dessa forma. Isso está sendo surreal”, diz a estudante. 

Já Davi diz que o curto período em que está na Inglaterra já fez com que aprendesse gírias – um dos principais indícios de que uma língua está sendo de fato assimilada. “Minha habilidade com o inglês evoluiu bastante no contato que estou tendo com pessoas nativas, em conversas no dia a dia, o que é totalmente diferente do que ter contato com o inglês na internet”, compara. “Com esse contato, você entende mais a linguagem coloquial e a informal, porque começa a entender as gírias. Basicamente, você entra no dia a dia da língua”, conclui o estudante de Reserva.

GANHANDO O MUNDO – Idealizado pelo Governo do Estado e desenvolvido pela Secretaria da Educação (Seed), o programa viabiliza a oportunidade de intercâmbio internacional a estudantes matriculados em escolas públicas estaduais do Paraná, no qual os alunos estudam em países que oferecem curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil. O programa foi instituído pelas Leis Estaduais nº 20.009/2019 e nº 20.601/2021 e regulamentado pelos Decretos nº 4.166/20 e nº 4.785/2020.

O programa foi lançando em 2019 e, desde então, em suas quatro edições, 1.240 estudantes da rede estadual de ensino já atravessaram o mundo,  vivenciando experiências de imersão nas culturas dos países anfitriões, além de aprenderem novos idiomas.

Entre fevereiro e julho de 2022, na primeira edição, 100 alunos foram enviados ao Canadá, e na segunda, entre julho e outubro do mesmo ano, outros 100 viajaram para a Nova Zelândia. Na terceira edição, cujas inscrições foram realizadas em 2023, a França passou a integrar a lista de destinos na versão do Ganhando o Mundo França. Na ocasião, 40 estudantes viajaram ao país. Em 2024, mais mil alunos participarão do intercâmbio para Austrália, Canadá, Inglaterra, Nova Zelândia e Estados Unidos na quarta edição do Ganhando o Mundo.

O intercambista permanece por um período letivo (aproximadamente seis meses) em instituições de ensino estrangeiras, tendo a oportunidade de aprimorar o repertório cultural e acadêmico; vivenciar a realidade de outros países; desenvolver a autonomia; aperfeiçoar o idioma estrangeiro e consolidar-se numa rede de jovens líderes que atuarão nas escolas da rede pública estadual de ensino.

Os custos de alimentação, hospedagem, transporte, emissão de vistos e passaportes, passagens aéreas e terrestres, exames médicos, vacinas, seguro viagem e saúde, taxa de matrícula, mensalidade da escola no exterior, material didático, uniforme, tradução juramentada da documentação escolar, reuniões de orientação, assim como o curso preparatório de língua estrangeira, são custeados pela Seed. Os alunos também recebem um auxílio de R$ 800 mensais.

Júlia Cristina Olavo de Oliveira, 15 anos, estudante da cidade de Lindoeste que está em intercâmbio pelo programa Ganhando o Mundo da Secretaria de Estado da Educação na Nova Zelândia.

Júlia Oliveira, de Lindoeste, sentiu evolução no inglês já nos primeiros dias de Nova Zelândia. Foto: Arquivo Pessoal

GANHANDO O MUNDO PROFESSOR – Lançado em 2023, o Ganhando o Mundo Professor é uma ampliação do Ganhando o Mundo. Para a primeira edição do programa no Canadá e Finlândia – na qual participaram 96 docentes – foram investidos R$ 3,9 milhões.

Nos mesmos moldes da versão dos alunos, os custos de alimentação, hospedagem, transporte, passagens aéreas e terrestres e outras despesas foram custeados pela Seed. A seleção dos participantes levou em conta a experiência no programa Formadores em Ação e uma prova didática, em que era necessário elaborar um plano de ação abordando uma situação-problema do ambiente escolar e uma proposta de solução. As vagas foram abertas para professores ou pedagogos cursistas e professores ou pedagogos formadores de todas as regiões do Estado.

GANHANDO O MUNDO DIRETOR – Depois de estudantes, professores e pedagogos, os diretores da rede estadual também terão uma experiência internacional. O anúncio foi feito em fevereiro durante o Seminário dos Diretores com Foco na Aprendizagem, que reuniu em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado, 2 mil profissionais da educação de toda a rede estadual. 

O programa levará, ainda em 2024, 200 gestores das escolas estaduais para capacitação de duas semanas no Chile, com embarques previstos para agosto. O investimento será de cerca de R$ 5 milhões. O país sul-americano foi escolhido por ter o melhor desempenho da América Latina no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês).

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

PARANÁ

1 em cada 4 alimentos da agricultura familiar destinados às escolas do Paraná são orgânicos

Published

on

By

Pães caseiros, frutas, verduras e sucos naturais. Esses foram alguns dos alimentos orgânicos na alimentação escolar dos estudantes da rede estadual de ensino no último ano. A maior parte dos ingredientes é proveniente da agricultura familiar – 20 mil famílias paranaenses fornecem, para as escolas, mais de 10 mil toneladas de alimentos anualmente. Cerca de 1,4 mil dessas famílias atendem a demanda de orgânicos, que representa mais de 2,7 mil toneladas ou 25% de todos os produtos que vêm da agricultura familiar.

Em 2025, esse percentual tende a aumentar. O Governo do Paraná prevê incluir novos alimentos orgânicos ao cardápio. O processo de aquisição de leite e iogurte natural orgânicos já está em andamento.

Pela primeira vez, o Governo do Paraná participa com recursos próprios do montante utilizado para a contratação de produtos da agricultura familiar. A lei federal que esteve anteriormente em vigor limitava o valor para compras desse tipo a um teto de R$ 100 milhões. A partir da vigência da nova Lei de Licitações (nº 14133/2021), recursos estaduais também poderão ser aportados para esse fim, e o Governo do Paraná já destinou um adicional de R$ 175 milhões a essas contratações, chegando a R$ 275 milhões.

“No último ano, todas as escolas estaduais do Paraná receberam algum alimento orgânico, como frutas, arroz, legumes e tubérculos. Com a nova lei de licitação, pudemos estimular a participação de mais famílias de agricultores em nossa chamada pública. Ampliamos a oferta de alimentos oriundos da agricultura familiar aos nossos estudantes da rede pública do estado”, diz Eliane Teruel Carmona, diretora-presidente da Fundepar, responsável pela gestão estadual do programa voltado à alimentação escolar.

Os alimentos orgânicos são servidos pelo Governo do Paraná desde 2011, porém a quantidade e a variedade de opções vêm sendo ampliadas nos últimos anos, com a contribuição de iniciativas como o programa Paraná Mais Orgânico, que orienta os agricultores familiares com interesse em investir na produção orgânica.

Leia Também:  IAT e Instituto Guaju iniciam campanha para preservar a vida dos guarás em Guaratuba

Mais de 195 mil estudantes da rede pública estadual de ensino têm frutas, hortaliças, legumes, temperos e tubérculos 100% orgânicos na alimentação escolar. Eles representam cerca de 20% dos estudantes da rede e estão distribuídos em 209 escolas de dez municípios do Paraná: Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campo Magro, Cerro Azul, Curitiba, Doutor Ulysses, Mandirituba, Pinhais, São Mateus do Sul e Tijucas do Sul.

Além dos orgânicos provenientes da agricultura familiar – em maioria frutas, legumes e tubérculos –, também fazem parte do cardápio da alimentação escolar o arroz e feijões orgânicos, adquiridos via licitação. Com mais de 700 toneladas consumidas no ano passado, o arroz orgânico está presente em escolas de todos os 399 municípios paranaenses.

CARDÁPIO – A equipe de nutricionistas da Fundepar reavalia as opções de cardápio da alimentação escolar a cada 2 meses, de modo a garantir sempre a segurança alimentar e nutricional dos estudantes.

Frutas, verduras e legumes são servidos todos os dias nas escolas da rede pública estadual, para cerca de 1 milhão de alunos. Uma média de 100 gramas por dia de proteína animal também é calculada para compor o cardápio do bimestre de cada aluno. A alimentação escolar é responsável pelo suprimento de pelo menos 30% das necessidades alimentares dos estudantes.

“Sabemos que o rendimento escolar dos estudantes está diretamente relacionado à segurança alimentar e à qualidade nutricional das refeições. Por isso, todo investimento que fazemos em alimentação escolar é também um investimento no aprendizado dos nossos alunos em sala de aula”, afirmou o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda. 

Leia Também:  Guarda-vidas estão preparados para atender banhistas com ferimentos de águas-vivas e caravelas

O acesso dos estudantes a uma alimentação mais saudável na escola, com alimentos de qualidade e distribuídos em refeições balanceadas, é prioridade para a equipe de nutricionistas da Fundepar e também funciona como uma medida educativa dentro do universo da comunidade escolar.

A Fundepar possui uma parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa-PR) no sentido de realizar a análise de resíduos de agrotóxicos nas amostras de alimentos a serem adquiridos e garantir que as exigências da legislação sejam cumpridas em todas as compras.

“Mais do que garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes no período em que ficam na escola, estamos pensando no incentivo a hábitos que todos podem cultivar ao longo da vida: o de buscar alimentos mais saudáveis, para uma vida mais equilibrada e feliz”, diz a nutricionista Responsável Técnica do Programa Nacional de Alimentação Escolar da Fundepar, Andréa Bruginski.

CHAMADA PÚBLICA – A seleção dos produtos da agricultura familiar dispensa o procedimento licitatório, pois é feita por meio de chamadas públicas: os critérios são estabelecidos no edital de convocação exclusivo para agricultura familiar, publicado no site da Fundepar e aberto ao credenciamento das associações, cooperativas e dos produtores interessados.

As prioridades de seleção incluem fornecedores que mantenham proximidade a uma comunidade escolar, associações que possuam mais de 50% de agricultores assentados da reforma agrária, indígenas ou quilombolas e, por fim, se dentro dessas propostas há produção de alimento orgânico. Caso o fornecedor tenha interesse em ofertar um orgânico, ele manifesta esse diferencial no processo da chamada pública e envia a certificação que comprova a produção diferenciada.

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA