Com impactos práticos para a comunidade, a Rede de Clubes Paraná Faz Ciência já chegou a 4,7 mil alunos da rede estadual de ensino em 200 escolas de todo o Estado. Os resultados preliminares do programa, que forma clubes de ciência com estudantes para aplicar conceitos científicos abordados em sala de aula, foram apresentados nesta terça-feira (15), em Curitiba. O governador em exercício Darci Piana participou do evento.
O projeto do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Paraná Faz Ciência é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Educação, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Fundação Araucária. Ao todo, são R$ 32 milhões investidos pelo Estado na iniciativa.
“Somos referência em educação, com a maior nota do Ideb no Brasil, e em ciência, com sete universidades estaduais e mais de 20 mil doutores. Nosso objetivo é integrar ainda mais estes dois universos, com um investimento que vai render frutos para toda a população paranaense ao longo das próximas décadas”, afirmou Piana.
Além de contribuir com a formação pessoal dos alunos, fomentando o interesse deles pela pesquisa científica desde cedo, o programa também tem como objetivo aplicar os conhecimentos curriculares para solução de problemas das comunidades e dos ambientes onde as escolas estão inseridas.
“O Estado todo ganha com iniciativas como esta. São nossos alunos, que têm contato com este universo científico desde a educação básica, é a comunidade da escola, que ganha inovações para solucionar seus problemas, e a sociedade como um todo, com profissionais mais qualificados no futuro”, disse o secretário de Educação, Roni Miranda.
CLUBES DE CIÊNCIA – Os clubes foram formados em setembro de 2024 após uma seleção que envolveu 470 propostas de todo o Estado. As 200 melhores ideias foram selecionadas e colocadas em prática por alunos e professores. Deste total, 100 clubes acontecem no contraturno de escolas de ensino regular e outros 100 em colégios de tempo integral.
Cerca de 80% dos clubes foram aprovados para pesquisar questões ambientais, como bosques e rios do entorno onde as escolas estão situadas. Além disso, existem projetos relacionados a robótica, química, física, artes e ciências humanas.
“A ideia é que eles façam a diferença pesquisando problemas locais ou regionais, interagindo com a comunidade escolar e com as famílias do entorno, ao mesmo tempo em que preparamos uma nova geração de cientistas”, afirmou a coordenadora da rede e articuladora do NAPI Paraná Faz Ciência, Débora Sant’Ana.
O projeto ainda prevê que outros 40 clubes ainda sejam implementados exclusivamente com meninas, para incentivar o interesse das alunas da rede de educação básica pela ciência, com projetos específicos.
“Queremos que os alunos identifiquem o que eles querem melhorar na comunidade ao redor deles e se tornem protagonistas na solução destes problemas, aplicando aquilo que eles aprendem nas aulas deles”, disse a chefe do departamento de Programas para Educação Básica da SEED, Cristiane Jakymiu.
IMPACTO – Um dos clubes foi formado no Colégio Estadual Alfredo Parodi, em Curitiba, com o objetivo de pesquisar o Rio Belém, que passa próximo à escola. A ideia é desenvolver ferramentas para analisar a qualidade da água do rio e conscientizar a população do entorno sobre a necessidade de conservá-lo em boas condições.
“Com as crianças e adolescentes envolvidos desde cedo, conseguimos sensibilizá-los sobre a importância de ter um ambiente limpo e saudável. Nos primeiros meses fizemos este trabalho nas áreas mais próximas à escola e agora estamos trabalhando em outros trechos do rio, desde a nascente dele”, explicou a professora Corine Vanessa Costa, que coordena o programa no colégio para um grupo de 20 estudantes.
Como o projeto é desenvolvido em parceria com a disciplina de robótica da escola, os alunos desenvolveram robôs flutuantes que coletam pequenos resíduos do rio e amostras da água para análise.
Os alunos aproveitaram materiais que compõem o kit de robótica distribuído pela Secretaria de Educação e usou impressoras 3D para a montagem do equipamento. Em seis meses de programa, os alunos já desenvolveram três protótipos diferentes. No mais elaborado deles, o robô, que é controlado por uma rede Wi-Fi, conta com uma esteira que faz a coleta dos resíduos.
“A ideia é aperfeiçoar este robô nos próximos meses, com um compartimento para que ele também colete amostras para análise do pH da água e outras coisas que ajudem a gente a ter mais informações sobre a qualidade do rio”, explicou o estudante Marcos Roberto Camargo, de 16 anos.
Ao aplicar na prática os conhecimentos adquiridos nas aulas, os alunos também conseguem visualizar os impactos do projeto na comunidade. “A gente sente que faz parte de algo importante, que pode mudar a vida de muitas pessoas”, disse a aluna Camili Aquino, de 17 anos.
PRESENÇAS – Estiveram presentes no evento de apresentação do programa o secretário de Justiça e Cidadania, Santin Roveda; o chefe da Casa Militar, coronel Marcos Tordoro; o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhafitg; os deputados estaduais Gilberto Ribeiro e Doutor Leônidas; e demais autoridades.
Fonte: Governo PR