A importância da tecnologia e da inovação no setor agropecuário para enfrentar as interferências climáticas, melhorar a produtividade e garantir maior rentabilidade aos produtores foi destacada nesta quarta-feira (31) durante a AgroTec, evento da Integrada Cooperativa Agroindustrial, em Londrina, e no encontro de cooperados da Coamo, em Campo Mourão. Representantes do Governo do Estado participaram dos dois eventos.
“Agricultura é nosso negócio, é preciso investir tempo para aprender e não ficar para trás, é preciso ter capacidade de aprender coisas novas todo dia”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, na abertura da AgroTec.
“O que nos trouxe até aqui no setor agro não é o que vai nos levar para frente. Por isso valorizamos muito a ciência, o trabalho de empresas privadas e públicas de pesquisa e esta forma que se encontrou de difundir o conhecimento, para que os produtores possam usar as ferramentas a favor de seus negócios”, reforçou.
A expectativa é que 4 mil agricultores compareçam ao Centro de Difusão Tecnológica no km 58 da PR-323 até sexta-feira (02), quando se encerra o evento. Esta é a primeira edição em Londrina. Antes, a AgroTec era realizada em Assaí. A programação prevê palestras com conteúdo técnico para a produção e mercado financeiro, além de visita às diversas estações experimentais e comércio de máquinas e implementos agrícolas.
“O objetivo é unir a tecnologia à simplicidade do campo com vistas a trazer melhores soluções para garantir máxima produtividade e rentabilidade”, disse o presidente da Integrada, Jorge Hashimoto. “O ano de 2024 será muito desafiador e cada vez mais a adoção de tecnologias e aumento de eficiência se tornam importantes”.
COAMO – Na fazenda experimental da Coamo Cooperativa Agroindustrial, em Campo Mourão, o encontro de cooperados também foi oportunidade para difusão da modernidade no campo. Tratado como uma sala de aula ao ar livre, o evento, que se estende até sexta-feira, foca em palestras técnicas, visita aos campos experimentais para demonstração das boas práticas no desenvolvimento das culturas de verão e uma feira de máquinas.
Cerca de 3,5 mil pessoas devem circular pelo local, que fica na saída para Luiziana. “Acompanhamos a trajetória dessa que é a maior cooperativa da América Latina, uma trajetória ímpar de investimento em inovação, ciência, tecnologia e conhecimento para sustentar a dinâmica dos mais de 30 mil cooperados”, acentuou Ortigara.
O presidente-executivo da Coamo, Airton Galinari, disse que a intenção é dar viabilidade para os negócios dos cooperados, e a opção foi pelo modelo de contato direto e pela participação da família e dos jovens. “A Coamo colocou isso em seu DNA”, afirmou.
Segundo ele, foram selecionados os experimentos indicados para o atual momento climático. “Aqueles que possam enfrentar altas temperaturas, estresse hídrico, tudo o que compromete o bom desenvolvimento da lavoura”, salientou.
Com 53 anos de existência, a Coamo deve anunciar em breve o faturamento de 2023, com expectativa de que rompa a barreira dos R$ 30 bilhões. Em 2022 foram R$ 28,1 bilhões.
Os representantes do Estado também conheceram o local onde será construída a escola agrícola de Goioerê. Foto: SEAB
SUSAF – A comitiva do Governo do Estado, também integrada pelos presidentes do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza, e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, passou ainda por Goioerê. O município, na região Centro-Oeste, recebeu o documento que formalizou a adesão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Artesanal e de Pequeno Porte do Paraná (Susaf-PR).
Isso significa que poderá credenciar agroindústrias que respeitam as normas do Sistema de Inspeção Municipal (SIM) a comercializarem seus produtos sem limites em todo território estadual.
O Estado tem 54 municípios que fizeram a adesão de forma individual, 31 por meio do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Rural e Urbano Sustentável da Região Central do Estado do Paraná (Cid Centro) e 10 pelo Consórcio Público Intermunicipal do Centro Noroeste do Paraná (Cicenop).
Os representantes do Estado também conheceram o local onde será construída a escola agrícola do município. Com 7,5 mil metros quadrados, a previsão é de iniciar as atividades em 2025, abrigando 300 alunos, a metade internos. O prefeito Betinho Lima acompanhou a agenda.
Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná
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4 semanas ago
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5 de maio de 2025
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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2.
Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.
O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor.
De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.
Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.
SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).
Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.
Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .