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Plantio atrasado: Inmet prevê mais calor e chuvas em dezembro

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ligado ao Ministério da Agricultura (Mapa), compartilhou suas projeções para o mês de dezembro no Brasil durante esta semana.

O clima pode determinar que o plantio da próxima safra continue atrasado, gerando ainda mais prejuízos para os agricultores. O plantio da safra 2023/24 de soja no Brasil chegou a 74,69% da área estimada, até esta sexta-feira (24/11). Os números indicam um atraso no trabalho de campo, que estava em 88,28% na mesma época da safra passada. Na média dos últimos cinco anos, a proporção já semeada é de 87,38%.

Em Mato Grosso, principal Estado produtor do grão, o plantio chegou a 98,2% da área. Depois, aparecem o Paraná, com 96,8%; São Paulo, com 93,4%; e Mato Grosso do Sul, com 89,9%. Em todas as áreas de produção da oleaginosa, as plantadeiras passaram por uma menor proporção de área em comparação com a safra 2022/23.

Os problemas climáticos mantêm seu efeito negativo sobre o calendário de semeadura da soja, com excesso de chuva e umidade no solo da região Sul e tempo mais quente e seco no Centro-oeste e Norte. Na avaliação da consultoria, é o menor ritmo desde 2009.

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CHUVAS – O Inmet indica que a maior parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste terá chuvas mais frequentes e acima da média. Em algumas áreas, como Mato Grosso, Goiás, centro-sul de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e sul do Rio de Janeiro, os volumes podem exceder os 300 mm.

Segundo o órgão, é esperado que o volume de chuva se mantenha próximo ou abaixo da média em partes da região Norte, como no oeste do Amazonas, leste do Pará e Tocantins. Similarmente, espera-se que a maior parte do Nordeste também receba volumes de chuva abaixo de 200 mm.

Contrariamente, no norte de Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo, as chuvas previstas podem ficar abaixo da média, com volumes inferiores a 200 mm.

Para a região Sul, são previstas chuvas acima da média no Paraná e em Santa Catarina, com expectativa de volumes acima de 180 mm. Já para o centro-sul do Rio Grande do Sul, as chuvas devem ser próximas ou ligeiramente abaixo da média.

Quanto ao impacto climático nas safras, o Inmet prevê que, em áreas do Matopiba, os baixos volumes de chuva manterão os níveis de umidade do solo reduzidos, afetando a evolução do plantio e desenvolvimento inicial dos cultivos de primeira safra.

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No Brasil central, o retorno gradual das chuvas está contribuindo para a recuperação do armazenamento de água no solo, favorecendo a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, exceto em algumas regiões onde os níveis de umidade poderão ser mais baixos.

Na região Sul, embora os níveis de água no solo possam ser benéficos para os cultivos iniciais, o excesso de chuvas em certas áreas poderá prejudicar a colheita dos cultivos de inverno e dificultar a semeadura dos cultivos de primeira safra.

Em relação às temperaturas, a previsão aponta para valores acima da média em grande parte do país, especialmente no leste da região Norte e na maior parte do Nordeste, onde as médias podem exceder os 28 ºC. O oeste da região Sul, por outro lado, pode ter temperaturas inferiores a 24 ºC devido à ocorrência de dias consecutivos com chuva.Inmet

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Guerra EUA x China: Brasil vira peça-chave e faz planos para um corredor transoceânico

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A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos capítulos nesta semana, com reflexos importantes para o Brasil — principalmente para o agronegócio. A Casa Branca anunciou um aumento das tarifas sobre produtos chineses, que agora chegam a 245%. O motivo, segundo o governo americano, seria uma resposta a ações retaliatórias por parte da China. A notícia pegou o governo chinês de surpresa e provocou reações imediatas, incluindo pedidos formais de esclarecimento.

Imagem: reprodução/Ministério dos Transportes

Em meio a essa disputa, o Brasil pode sair ganhando, se conseguir resolver seus problemas logísticos (veja aqui). Uma comitiva do governo chinês esteve em Brasília nesta semana para conhecer projetos de infraestrutura e discutir caminhos que facilitem o acesso dos produtos brasileiros ao mercado asiático. Um dos temas centrais foi o Corredor Bioceânico, uma rota que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando por países vizinhos, como Paraguai e Argentina, com destino aos portos do Chile.

O corredor tem um grande atrativo: facilitar a exportação de grãos e carnes para a Ásia, encurtando a distância até os mercados chineses e reduzindo custos logísticos.

A iniciativa também está diretamente ligada às ferrovias, como a Norte-Sul, a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e a FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), todas integradas ao Novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O objetivo é melhorar o escoamento da produção do Centro-Oeste, especialmente soja, milho e carne.

Durante a visita ao Brasil, a delegação chinesa se reuniu com representantes dos governos de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Acre, onde foram apresentados dados sobre produção agrícola, cultura e exportações. A agenda também incluiu visitas técnicas ao Porto de Ilhéus (BA), à FIOL, ao Porto de Santos (SP) e ao projeto do futuro Túnel Santos-Guarujá.

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O plano é transformar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que avança lentamente entre Caetité e Ilhéus, em um elo fundamental de um corredor bioceânico que levaria grãos, minérios e outros produtos brasileiros até o porto de Chancay, no Peru — e de lá, direto ao mercado asiático.

A missão chinesa desembarcou em Ilhéus nesta quarta-feira (16.04), visitou trechos da Fiol 1 e as instalações do Porto Sul, que ainda está em obras. A ideia é clara: entender o que falta, quanto custa e como viabilizar a conclusão dessa travessia ferroviária transcontinental, um projeto que, se sair do papel, poderá reduzir em até dez dias o tempo de navegação entre o Brasil e a Ásia.

Para os chineses, trata-se de uma oportunidade de ouro. Para o Brasil, uma chance — talvez a última por um bom tempo — de dar um salto logístico sem depender exclusivamente dos Estados Unidos ou de seus próprios (e lentos) investimentos públicos.

Mas o entusiasmo técnico contrasta com a realidade do chão. As obras da Fiol seguem a passos lentos, marcadas por entraves burocráticos, desafios ambientais e falta de recursos. A Bahia Mineração (Bamin), concessionária do trecho, tem sob sua responsabilidade não apenas a ferrovia, mas também a construção do Porto Sul — um complexo que ainda está longe de operar plenamente.

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A visita chinesa, no entanto, é simbólica. Marca o esforço de Pequim em reforçar laços com o Brasil em um momento em que a dependência mútua aumenta. Hoje, mais de um terço de tudo que o Brasil exporta tem a China como destino. E a maior parte disso — cerca de 60% — precisa de infraestrutura para sair do interior até os portos. Sem ferrovias eficientes, o Brasil seguirá perdendo tempo e dinheiro.

NOVA ROTA – Uma nova rota marítima lançada nesta semana, de forma simultânea no Brasil e na China, promete reduzir o tempo necessário para transportar produtos entre um país e outro, e também os custos logísticos. A rota vai ligar o Porto Gaolan, localizado em Zhuhai, no sul da China, aos Portos de Santana, no Amapá, e de Salvador, no Brasil, sem escalas. Com isso, a expectativa do embaixador da China no Brasil, Zhu Oinggiao, é que o trânsito de cargas leve 30 dias a menos que o habitual e os custos das operações também diminuam, em mais de 30%.

Fonte: Pensar Agro

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