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Irmãs quilombolas que trabalham na rede estadual acumulam vitórias educacionais

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Duas irmãs quilombolas do Paraná alcançaram um objetivo muito especial nos últimos anos ao ingressarem na docência da rede estadual de educação do Paraná. Apesar dos percalços da vida, ambas conseguiram se tornar educadoras e celebram a luta contra a desigualdade racial na educação neste Mês da Consciência Negra.

Débora e Michele Ferreira nasceram em um quilombo e frequentar a escola foi um primeiro desafio na trajetória delas. Débora e Michele Ferreira enfrentavam 24 quilômetros todos os dias da Colônia Sutil à região central de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, para estudar. Débora terminou o Ensino Médio no Colégio Santana com bolsa e concluiu a graduação em Filosofia na Faculdade Santana. Michele estudou no Colégio Estadual Instituto de Educação e fez graduação em Sociologia na Faculdade Sagrada Família, também como bolsista.

Débora está na rede desde 2015 como professora de Filosofia. Atualmente, é diretora-auxiliar no Colégio Estadual Regente Feijó. Michele é professora de Sociologia na mesma instituição desde 2019. Elas estão entre os 13.317 servidores da educação que se declaram pretos ou pardos, mas foram pioneiras entre a população quilombola da região a abrir caminhos para outros jovens da comunidade a se inspirarem, se fortalecerem e perceberem que estudar é um direito de todos.

“Sempre enxerguei o caminho dos estudos como uma ferramenta poderosa quando queremos vencer”, diz Débora. “É um privilégio muito grande poder contribuir com a formação de jovens e adolescentes”, complementa Michele.

Débora e Michele foram beneficiárias de políticas de inclusão que reservam vagas em instituições públicas e concedem bolsas de estudos em universidades privadas a estudantes de baixa renda, vindos de escolas públicas, pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. A legislação que instituiu as cotas acabou de ser atualizada e agora inclui quilombolas no público atendido e estende a reserva para a pós-graduação e mestrado.

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“Essas políticas públicas são uma conquista para nossos alunos quilombolas, e mais um caminho que se abre para que o aluno preto e a aluna preta estejam ocupando seus lugares na universidade”, diz Débora.

LUTA ANTIRRASCISTA – As educadoras sabem a inserção no ambiente escolar em cargos de docência e gestão demonstra aos jovens quilombolas que os espaços da educação também são para eles e que a luta antirracista deve ocorrer diariamente. Além disso, o fato de terem professores como elas à frente é uma forma de se reconhecerem.

“Durante a minha trajetória enquanto estudante não tive docentes que traziam essa visão. E também eu não me reconhecia enquanto negra. Foi com o passar do tempo que percebi a importância da minha cultura e da nossa identidade”, destaca Michele.

Débora ressalta que as ações adotadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), têm se mostrado eficazes nessa área. “Vejo que as equipes multidisciplinares para a educação das relações étnico-raciais são fundamentais para que nossos estudantes pretos e pretas entendam a necessidade e a importância de construir seus lugares de fala”, opina. “Sou grata por poder hoje, por meio da educação pública do Estado do Paraná, representar meus alunos e alunas pretas, e desejo que em mim eles enxerguem  que sim, é possível”.

AÇÕES DA SEED – A Seed, por meio do Departamento de Educação Inclusiva/Coordenação de Diversidade e Direitos Humanos, possui diversas ações que acontecem durante todo o ano letivo, e formações pautadas no trabalho pedagógico no combate ao racismo no ambiente escolar, que se refletem no dia a dia das escolas e, consequentemente, nas relações estudantis.

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As equipes multidisciplinares para a Educação das Relações Étnico-raciais (Emerer) atuam em situações de racismo dentro das escolas, com ações pedagógicas na perspectiva de uma educação antirracista. Cerca de 23 mil servidores, entre professores, pedagogos, agentes educacionais, estudantes e comunidade escolar passaram pela formação em 2023.

Além disso, a Secretaria trabalha para  garantir o direito a pretos e pardos o acesso ao trabalho, por meio das cotas raciais, conforme os editais de concursos ou Processos Seletivos Simplificados (PSS) da rede estadual.

A Seed integra o Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo, criado por decreto para analisar, debater e elaborar  estudos e alternativas de combate ao racismo no Estado.

Para 2024, está prevista a aquisição de livros paradidáticos na temática da educação das relações étnico-raciais e no ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, para utilização em todas as escolas da rede.

MÊS E DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA – O mês de novembro é dedicado às celebrações da consciência negra. A data escolhida pela legislação é simbólica porque refere-se à morte de Zumbi, o mais importante líder do Quilombo dos Palmares, situado na região Nordeste do Brasil. As discussões sobre o tema também servem como reflexão sobre os quase 350 anos de escravidão e do tráfico das populações negras da África para o Brasil.

Fonte: Governo PR

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PARANÁ

ExpoLondrina amplia acesso de produtores rurais à meliponicultura e apicultura

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O Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) participou do 2° Encontro Regional de Meliponicultura e Apicultura nesta terça-feira (8). O evento faz parte da programação da Smart Farm Via Rural, espaço da Seagri na ExpoLondrina. O encontro apresentou as boas práticas de produção e pós-produção do mel e derivados, com foco na qualidade e segurança dos produtos.

A Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) e o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná) esclareceram diversas questões relacionadas ao tema, possíveis dúvidas dos produtores.

O diretor de Defesa Agropecuária da Adapar, Renato Blood, destacou a importância da comunicação entre apicultores. “A apicultura, atividade vital para a polinização e produção de mel, enfrenta desafios cada vez maiores, especialmente devido aos impactos dos defensivos agrícolas nas colônias de abelhas. A comunicação entre os apicultores surge como um ponto crucial para garantir a proteção das abelhas e minimizar os danos causados por essas substâncias químicas” disse.

Em uma das palestras, a técnica da Adapar Késia do Santos Benedito levou informações sobre o cadastro de meliponários e apiários na Adapar. Ela explicou como fazer o cadastro na área rural e urbana, quais produtores devem fazê-lo e quais documentos devem ser apresentados.

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Além disso, Késia destacou a importância e benefícios de emitir a Guia de Transporte Animal (GTA) para rastreabilidade, segurança e garantia de sanidade dos animais transportados.

Renan Barzan, gerente regional do IDR-Paraná de Londrina falou da importância e o objetivo do evento. “Nosso objetivo é trazer conhecimento, trazer novas tecnologias, um olhar sobre a produção sustentável. Esse é o espaço para essa troca de experiências para que a gente possa ter um melhor desenvolvimento dessas atividades no Paraná”, afirmou.

O tema “Boas práticas de colheita, armazenamento e comércio dos meles e derivados da abelhas nativas” foi apresentado pelo técnico do IDR-Paraná Marlon Thiago Hadzluck. O foco foi o manejo da apicultura. Ele explicou a diferença entre cada uma das abelhas sem ferrão e quais culturas elas mais beneficiam com a polinização. Abordou, ainda, as novas normas para criação de abelhas e a importância delas para a agropecuária de todo o mundo.

Marlon explicou também quais são as formas e cuidados para extração e armazenamento de mel e como isso pode interferir no produto final; como as diferentes formas de envasar e apresentar o produto influenciam na credibilidade do cliente; deu dicas para fazer boas vendas e mostrou as diferentes opções de produtos derivados do mel.

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O evento também contou a palestra da médica veterinária Priscila Lima Magarotto de Paula, representando a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Londrina, que apresentou o tema “Regularização das agroindústrias de mel: papel do serviço de inspeção municipal no comércio local”.

A programação contou ainda com a palestra do engenheiro agrônomo do Senar-PR Cléber Henrique de Oliveira com o tema “Diversificação de renda na apicultura”.

Fonte: Governo PR

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