NOVA AURORA

AGRONEGÓCIO

Intempéries climáticas afetam plantio do milho, mas elevam preços internacionais

Publicado em

O cenário climático desfavorável tem gerado preocupações no mercado de commodities agrícolas, especialmente no segmento do milho e  soja. Após um ano de 2023 marcado por uma safra expressiva, os produtores brasileiros enfrentam desafios decorrentes das condições climáticas adversas, o que tem reflexos diretos na produção e nas expectativas de plantio.

A temporada de plantio da soja, fundamental para a safrinha do milho, enfrentou atrasos significativos, reduzindo as janelas ideais de cultivo para a segunda safra do ano que vem. Essa situação é apontada como um fator crucial pelos analistas, que destacam uma redução ainda maior na área plantada para a safra 2023/24.

Além da limitação na área de cultivo, há também uma preocupação com a produtividade da segunda safra, devido à janela estreita de plantio e aos investimentos mais contidos dos produtores. Esses fatores têm levado a previsões de diminuição considerável na produção brasileira de milho no ciclo 2023/24.

A estimativa preliminar aponta para uma redução de aproximadamente 10 milhões de toneladas na produção de milho do Brasil para o próximo ciclo, contudo, essa projeção pode ser revisada para cima, caso os atrasos na safra de soja persistam, impactando ainda mais o plantio e a produtividade do milho.

Leia Também:  FPA alerta para insegurança no campo e defende direitos dos produtores

Mas, assim como a soja, enquanto as intempéries climáticas afetam a produção nacional, o mercado internacional de milho já demonstra tendências de alta nos preços, o que não deixa de ser uma boa notícia para o produtor. Essa elevação se deve às preocupações globais com a oferta, em parte influenciada pela situação adversa do plantio no Brasil, além de expectativas de redução na produção de outros importantes produtores mundiais.

Assim, mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores brasileiros, as tendências de alta nos preços internacionais podem trazer um alívio para o mercado local, compensando, em parte, as reduções na produção esperadas para o próximo ciclo.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

AGRONEGÓCIO

Guerra EUA x China: Brasil vira peça-chave e faz planos para um corredor transoceânico

Published

on

By

A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos capítulos nesta semana, com reflexos importantes para o Brasil — principalmente para o agronegócio. A Casa Branca anunciou um aumento das tarifas sobre produtos chineses, que agora chegam a 245%. O motivo, segundo o governo americano, seria uma resposta a ações retaliatórias por parte da China. A notícia pegou o governo chinês de surpresa e provocou reações imediatas, incluindo pedidos formais de esclarecimento.

Imagem: reprodução/Ministério dos Transportes

Em meio a essa disputa, o Brasil pode sair ganhando, se conseguir resolver seus problemas logísticos (veja aqui). Uma comitiva do governo chinês esteve em Brasília nesta semana para conhecer projetos de infraestrutura e discutir caminhos que facilitem o acesso dos produtos brasileiros ao mercado asiático. Um dos temas centrais foi o Corredor Bioceânico, uma rota que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico passando por países vizinhos, como Paraguai e Argentina, com destino aos portos do Chile.

O corredor tem um grande atrativo: facilitar a exportação de grãos e carnes para a Ásia, encurtando a distância até os mercados chineses e reduzindo custos logísticos.

A iniciativa também está diretamente ligada às ferrovias, como a Norte-Sul, a FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e a FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), todas integradas ao Novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. O objetivo é melhorar o escoamento da produção do Centro-Oeste, especialmente soja, milho e carne.

Durante a visita ao Brasil, a delegação chinesa se reuniu com representantes dos governos de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Acre, onde foram apresentados dados sobre produção agrícola, cultura e exportações. A agenda também incluiu visitas técnicas ao Porto de Ilhéus (BA), à FIOL, ao Porto de Santos (SP) e ao projeto do futuro Túnel Santos-Guarujá.

Leia Também:  FPA alerta para insegurança no campo e defende direitos dos produtores

O plano é transformar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que avança lentamente entre Caetité e Ilhéus, em um elo fundamental de um corredor bioceânico que levaria grãos, minérios e outros produtos brasileiros até o porto de Chancay, no Peru — e de lá, direto ao mercado asiático.

A missão chinesa desembarcou em Ilhéus nesta quarta-feira (16.04), visitou trechos da Fiol 1 e as instalações do Porto Sul, que ainda está em obras. A ideia é clara: entender o que falta, quanto custa e como viabilizar a conclusão dessa travessia ferroviária transcontinental, um projeto que, se sair do papel, poderá reduzir em até dez dias o tempo de navegação entre o Brasil e a Ásia.

Para os chineses, trata-se de uma oportunidade de ouro. Para o Brasil, uma chance — talvez a última por um bom tempo — de dar um salto logístico sem depender exclusivamente dos Estados Unidos ou de seus próprios (e lentos) investimentos públicos.

Mas o entusiasmo técnico contrasta com a realidade do chão. As obras da Fiol seguem a passos lentos, marcadas por entraves burocráticos, desafios ambientais e falta de recursos. A Bahia Mineração (Bamin), concessionária do trecho, tem sob sua responsabilidade não apenas a ferrovia, mas também a construção do Porto Sul — um complexo que ainda está longe de operar plenamente.

Leia Também:  Londrina no Paraná sedia o SuperAgro em janeiro

A visita chinesa, no entanto, é simbólica. Marca o esforço de Pequim em reforçar laços com o Brasil em um momento em que a dependência mútua aumenta. Hoje, mais de um terço de tudo que o Brasil exporta tem a China como destino. E a maior parte disso — cerca de 60% — precisa de infraestrutura para sair do interior até os portos. Sem ferrovias eficientes, o Brasil seguirá perdendo tempo e dinheiro.

NOVA ROTA – Uma nova rota marítima lançada nesta semana, de forma simultânea no Brasil e na China, promete reduzir o tempo necessário para transportar produtos entre um país e outro, e também os custos logísticos. A rota vai ligar o Porto Gaolan, localizado em Zhuhai, no sul da China, aos Portos de Santana, no Amapá, e de Salvador, no Brasil, sem escalas. Com isso, a expectativa do embaixador da China no Brasil, Zhu Oinggiao, é que o trânsito de cargas leve 30 dias a menos que o habitual e os custos das operações também diminuam, em mais de 30%.

Fonte: Pensar Agro

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA