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Oficina de grafitti reduz evasão e fortalece cultura indígena em escola no Oeste do Paraná

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Desenvolver habilidades, estimular a criatividade e promover a fusão da cultura urbana e indígena por meio da livre expressão. Para isso, bastam latinhas de spray colorido e um espaço para criar. Assim funciona a oficina de grafitti Acordar, projeto do Colégio Estadual Indígena Kuaa M’boe, do município de Diamante do Oeste. Além de promover atividades artísticas, a oficina tem contribuído para a melhora da saúde mental dos alunos e também para a redução do abandono escolar na instituição.

Composto por maioria de alunos de origem indígena e moradores da aldeia Tekoha Añetete, situada a 12 quilômetros do centro de Diamante do Oeste, o Colégio Estadual Kuaa M’boe possui 12 turmas e 113 alunos matriculados.

Segundo o diretor da escola, Jairo Bortolini, desde que a oficina começou, o índice de evasão escolar no colégio diminuiu significativamente, resultando na frequência de 95% nos últimos quatro meses de 2022. “O grafitti se revelou uma ferramenta que não apenas fortalece os alunos social e culturalmente, mas também se alia à educação, contribuindo para aumentar o engajamento nas demais atividades escolares”, afirma.

O projeto-piloto teve início em setembro de 2022, oferecendo aos alunos aulas gratuitas de grafitti como atividade complementar às realizadas em sala de aula. Ministradas por profissionais do grafitti, as aulas são abertas a alunos de 10 a 17 anos matriculados na instituição.

Mauricio dos Santos, um dos professores da oficina, explica que as aulas acontecem em um espaço situado na área externa da escola, separado especialmente para a atividade. “O foco do projeto é estimular o potencial artístico dos estudantes, permitindo que explorem livremente a arte do grafitti e expressem seus pensamentos e emoções por intermédio da arte”, afirma.

Para Larissa Takua, aluna do ensino médio, a atividade complementar funciona como condutora para o interesse pelas demais disciplinas. “Gosto muito de estudar, mas depois que comecei a aprender grafitti, passei a me interessar muito mais pelas outras disciplinas. Principalmente pelas que ensinam sobre arte, como História”, diz.

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Já para Maik Gabriel Chamorro, também aluno do ensino médio, a oficina serve como oportunidade para aliviar as tensões psicológicas e desabafar com os colegas. “Cada um pega sua lata e começamos a desenhar. Quando a gente percebe, já está falando da vida. Falamos, mas também ouvimos bastante. É aí que repensamos muitas coisas e não nos sentimos tão sozinhos”, explica.

Realizadas normalmente uma vez ao mês, às quintas-feiras, as oficinas consistem em aulas de desenho e pintura em papel sulfite, passando em seguida a serem aplicadas nas próprias paredes da escola. De início, o projeto foi concebido pelo Conselho de Pais e Mestres da escola e, logo, passou a contar com o apoio do município de Diamante do Oeste por meio da Secretaria de Assistência Social da prefeitura.

Proporcionando o acesso à arte e cultura, a oficina é bem recebida entre familiares e chefes da aldeia. “O papel de atividades como esta, dentro da comunidade, fica bastante claro a partir do momento em que os alunos apresentam melhor desempenho nos estudos do dia a dia e alcançam melhores notas. O graffiti anima os alunos para estudar”, reforça João Joetavy Miri Alves, cacique da Tekoha Añetete.

EXPLORAR POTENCIAIS – Para a psicopedagoga clínica e institucional Emanuella Tulio, atividades que estimulam o processo criativo e permitem aos estudantes explorar de forma livre seus potenciais contribuem para o desenvolvimento de talentos, por vezes ocultos no campo do aprendizado. “Ao se envolverem com atividades artísticas, os estudantes têm a oportunidade de mergulhar nas suas aptidões criativas por meio da mediação de um professor. Esses projetos têm o potencial de motivar a aprendizagem a partir do despertar do talento artístico”, diz.

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Ainda segundo a psicopedagoga, a arte é um importante meio de comunicação que permite alcançar diferentes aspectos do desenvolvimento humano. Ao envolver-se em processos criativos, como explica, o aluno se envolve também na aprendizagem de outras áreas, quando a busca pela história e pela compreensão de acontecimentos se tornam novas áreas de interesse. 

“A aprendizagem é um movimento entre o que sou, como me enxergo e o que posso me tornar. A arte estimula a autoestima, desenvolve a capacidade de representar o mundo simbolicamente, de analisar, avaliar e interpretar, além de aprimorar as habilidades cognitivas em outras disciplinas escolares. Afinal, a arte nada mais é do que um resultado de comunicação. É este poder que motiva os estudantes”, finaliza.

ARTES NA MATRIZ DA REDE ESTADUAL – Composta por temáticas como Artes Visuais, Música, Teatro e Dança, a matriz curricular da disciplina de artes da rede estadual de ensino é aplicada nas turmas do 6° ao 9° ano (anos finais do ensino fundamental) e engloba também o ensino médio. A cada ano, múltiplos conteúdos ligados aos conhecimentos teóricos e técnicos são ministrados, oferecendo uma abordagem sistêmica da presença, história e papéis artísticos no contexto educacional e social. 

O objetivo do ensino da arte na educação do Paraná é propiciar o desenvolvimento das capacidades criativa, reflexiva e crítica, do aprendizado estético, social e emocional. Os estudantes são expostos às técnicas das diferentes linguagens artísticas, conhecimento da história da arte e também os diferentes momentos políticos e sociais em que está inserida. Isso possibilita o exercício da criatividade e descoberta das inúmeras maneiras de representar e expressar sentimentos. 

Confira o vídeo:

Fonte: Governo do Paraná

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Em Japurá, Estado promove repovoamento do Rio Ivaí com 150 mil peixes nativos

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O Rio Ivaí, em Japurá, na região Noroeste, ganhou nesta sexta-feira (11) mais 150 mil peixes de espécies nativas do Paraná. A ação integra o projeto Rio Vivo, desenvolvido pela Superintendência Geral das Bacias Hidrográficas e Pesca (SDBHP), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest). Além disso, com apoio de crianças da rede pública de ensino, houve o plantio de mudas de espécies nativas do Estado para a proteção da mata ciliar.

O repovoamento foi feito com traíras e lambaris, todos em estágio juvenil de desenvolvimento, ou seja, com maior índice de sobrevivência se comparado às solturas de alevinos. Neste sábado (12), a partir das 8 horas, a atividade se dará em Doutor Camargo (Noroeste), também no Ivaí, com a soltura de mais 150 mil peixes.

“O Ivaí é um dos rios mais importantes do Paraná, sem barragens, um lugar perfeito para pesca esportiva. Um verdadeiro tesouro natural que ganhou ainda mais vida com a soltura dessa nova leva de peixes”, afirmou o secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca. “Esse evento que foi uma verdadeira aula ambiental de um Paraná cada vez mais sustentável”.

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O programa Rio Vivo segue os critérios estabelecidos pela Resolução Sedest/IAT nº 10, para evitar a introdução de espécies exóticas nos rios e selecionar peixes com genética e tamanho ideais para o repovoamento.

A ação ambiental no Noroeste integra a segunda fase do projeto, iniciada em novembro de 2024, e prevê a soltura de 2,626 milhões de peixes nas bacias dos rios Tibagi, Piquiri, Iguaçu e Ivaí – no ciclo inicial, entre 2021 e 2022, foram soltos 2,615 milhões de peixes. O investimento nesta nova etapa é de R$ 557,8 mil.

A meta do Governo do Estado é repovoar as bacias locais com 10 milhões de animais, de espécies como traíra, pacu e pintado, até 2026.

PROJETO RIO VIVO – O Rio Vivo é uma ação da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável em parceria com o Instituto Água e Terra, executada pela SDBHP a partir de 2021. O projeto prevê a conservação das principais bacias hidrográficas do Paraná, otimizando os usos da água e trabalhando na recomposição da ictiofauna e preservação dos ecossistemas locais.

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Além dos esforços para com o meio ambiente, a proposta estimula ações de educação ambiental com a população lindeira e crianças em idade escolar, incrementando o caráter social do Rio Vivo.

Fonte: Governo PR

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