A Polícia Civil do Paraná (PCPR) assinou o acordo de cooperação técnica com a Fundação Merional (Imed), por meio do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Cognição e Justiça (CogJus), em um evento realizado nesta quinta-feira (1), em Curitiba. O acordo tem como objetivo o desenvolvimento de pesquisa para avaliação e aprimoramento de técnicas de entrevista e interrogatório. A PCPR e a Fundação Meridional fornecerão conhecimentos e equipamentos próprios, sem repasse financeiro, para que o objetivo acordado seja alcançado.
Dentre as atribuições da PCPR, está a viabilização de servidores, espaço físico e virtual para treinamentos em técnicas de entrevista investigativa, expansão das ferramentas e soluções na área da Segurança Pública, desenvolvidas pelos acadêmicos da Imed, nos cursos de formação e habilitação, além da concessão de dados referentes aos assuntos que auxiliarão nas pesquisas acadêmicas da fundação.
Para o delegado-geral adjunto da PCPR, Riad Braga Farhat, dominar técnicas diferentes de interrogatório e ter conhecimentos utilizados em outros países ajudará as investigações e os inquéritos da PCPR. “Nossa principal função é elucidar crimes, localizar os autores e conseguir fazer prova contra eles. Um interrogatório bem feito, com técnicas apropriadas, poderão extrair do suspeito toda a verdade, seja ele culpado ou não”, complementa.
Na questão da segurança pública, o delegado ressalta ainda que com um interrogatório bem feito e provas sendo produzidas, os índices criminais tendem a diminuir beneficiando a população.
O coordenador do CogJus, William Cecconello, afirma que a PCPR é uma das pioneiras desse processo e o acordo garante um trabalho contínuo de auxílio aos professores de entrevista investigativa e desenvolvimento de materiais utilizados nas aulas. “Tendo um acordo de longo prazo, podemos verificar os novos desafios e trazer especialistas para que o diálogo entre instituições seja eficaz, auxiliando na implementação dessa técnica na PCPR”, finaliza Cecconello.
PALESTRA- Durante o evento, foi realizada uma palestra ministrada pelo superintendente de polícia, professor no Norwegian Police University College e pesquisador no Centro Norueguês de Direitos Humanos (NICHR), Asbjørn Rachlew, e pelo detetive-chefe superintendente e professor associado do Norwegian Police University College, Ivar Fahsing.
Os temas abordados foram a entrevista investigativa e suas diferenças com relação a outros métodos de interrogatório de suspeitos, possibilidade de implementar esse tipo de entrevista em diferentes culturas e as mudanças de paradigmas na entrevista ao redor do mundo, enfatizando a elucidação de crimes complexos.
De acordo com o Asbjørn Rachlew, esse trabalho de partilhar conhecimentos promove a justiça e é muito importante para eficiência do trabalho policial. “Entrevistar vítimas, testemunhas e suspeitos é a ferramenta mais importante para a elucidação de crimes. A maneira como a polícia obtém e reúne essas informações tem um impacto significativo nas soluções dos casos e aumenta o grau de confiança entre a polícia e o cidadão.”
Essas técnicas, segundo o superintendente, não são apenas norueguesas, mas sim técnicas globais defendidas pelas Nações Unidas. “Sabemos que muitos países ainda não possuem esse conhecimento, e é por isso que estamos viajando pelo mundo para difundir essa prática, para compartilhar nossas experiências, resultados e falhas”, esclarece.
Ao todo 360 servidores participaram do evento, dentre eles alunos dos cargos de delegado e investigador do curso de formação técnico-profissional.
PRESENÇAS- Participaram do evento, o delegado-geral adjunto da PCPR Riad Braga Farhat, o delegado da Corregedoria da PCPR Marcelo Lemos, o delegado da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio da PCPR Valderes Scalco, o delegado da Divisão de Combate à Corrupção da PCPR Rafael Bacelar, a vice-diretora da ESPC delegada Ana Claudia Machado, a delegada da Corregedoria da PCPR de Maringá Emileny Locateli, a delegada da Corregedoria da PCPR de Londrina Helaine Aparecida Ribeiro, os delegados da Divisão Estadual de Narcóticos da PCPR Victor Loureiro e Ana Cristina, o promotor de justiça Marcelo Ribeiro, o vice-diretor do DEPPEN Lourenço Paião, e o coordenador do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Cognição e Justiça (CogJus) William Cecconello.
Fonte: Polícia Civil do Paraná