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PROJETO RETIRADO DA PAUTA

Taxa do agro no Paraná: entidade comemora ‘mobilização do setor produtivo’

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Ideia do governador Ratinho Júnior era criar fundo com contribuição da área do agronegócio

 

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) comemorou o fato de o projeto de lei que visa criar a “taxa do agro” ter sido retirado da pauta da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Formulada pelo poder Executivo, a proposta poderia ir para votação já na terça-feira (22). De acordo com a entidade, o avanço da discussão no Legislativo só não ocorreu em virtude da pressão dos agentes do setor agropecuário estadual.

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“A mobilização do setor produtivo fez o governo do Paraná retirar da pauta da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) o Projeto de Lei 498/22. A iniciativa autoriza o Executivo a criar o Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado do Paraná (FDI-PR)”, afirma a Faep em nota oficial. “A apresentação do texto pegou o setor agropecuário de surpresa nessa segunda-feira (21), quando o governo estadual enviou o texto à Alep”, prossegue a federação.

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Ainda de acordo com a entidade, uma vez criada, a “taxa do agro” seria responsável por provocar prejuízos bilionários aos produtores rurais paranaenses. Antes da retirada do projeto da pauta da Alep, o presidente da Faep, Ágide Meneguette, chegou a afirmar que a questão resultaria no rombo de R$ 2 milhões para o setor agropecuário local.

“Hoje, tivemos uma demonstração da força que temos quando remamos juntos” — Ágide Meneguette

“Agradeço a todos os presidentes, diretores de sindicatos e líderes rurais que responderam prontamente ao nosso pedido de mobilização”, vibrou Meneguette após a confirmação de que a “taxa do agro” não seria mais analisada pelos deputados estaduais do Paraná — ao menos por ora. “A organização do sistema de representatividade sindical no Paraná é um exemplo não apenas para o Brasil, mas para o mundo. Estamos sempre à serviço de quem trabalha para o campo e, hoje, tivemos uma demonstração da força que temos quando remamos juntos”, continuou o dirigente.

Taxa do agro para obras de infraestrutura

Governador Ratinho Junior

Idealizado pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), o Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Logística do Estado do Paraná (FDI-PR) seria criado para angariar recursos aos cofres públicos para a realização de obras de infraestrutura, mas por meio de novas contribuições a serem pagas pela comercialização de produtos da agricultura e da pecuária. De acordo com ele, o dinheiro arrecadado iria financiar “o planejamento, estudos, execução, acompanhamento e avaliação de obras e serviços de infraestrutura logística em todo o território paranaense”.

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Nesse sentido, a Faep destaca que a ideia de se criar o FDI-PR — também chamado de “taxa do agro” — partiu em meio “deterioração das rodovias estaduais”. A entidade lembra que as estradas estaduais voltaram a ser administradas diretamente pelo poder público em 2021, depois de um período de 25 anos de concessão à iniciativa privada. “O novo processo de concessão não foi conduzido nem pelo governo estadual e nem pelo governo federal.”

 

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AGRONEGÓCIO

Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

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O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

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Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

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