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Obesidade

Mês de Conscientização da Obesidade Com o aumento da doença no país, cresce a procura pela cirurgia bariátrica

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Apesar do cenário crítico, apenas 10% destes procedimentos são realizados na rede pública de saúde, fazendo com que o paciente espere em média 5 anos para ser atendido

“Minha vida se transformou. Foi um renascimento.” “Agora consigo trabalhar, praticar esportes e ter qualidade de vida.” “Não preciso mais tomar medicamentos contra o diabetes do tipo 2”. Essas são declarações de pacientes depois da cirurgia bariátrica. Todos tinham diagnóstico de obesidade e histórico de tratamentos sem êxito.

“São depoimentos que retratam o que a maioria dos brasileiros obesos costuma enfrentar. Além de preconceito, limitações e outros impactos, a obesidade é uma doença que, se não tratada, leva à outras enfermidades, como o diabetes, a hipertensão, a esteatose hepática (gordura no fígado), doenças cardiovasculares, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e câncer”, alerta o cirurgião Luis Vicente Berti, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

O Brasil é um dos países com a mais altas taxas de obesidade no mundo. São mais de 41 milhões de brasileiros obesos. Além de reeducação alimentar, uso de medicamentos e mudanças de hábito, a cirurgia bariátrica e metabólica é uma opção para obesos graves. O procedimento é indicado para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) de 30 a 34, quando outros tratamentos disponíveis falharem. O IMC é o peso dividido pela altura ao quadrado.

De acordo com o médico, desde que tenham doenças associadas ao excesso de peso como o diabetes tipo 2, hipertensão, apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), pessoas com IMC de 35 também podem ser submetidas ao tratamento cirúrgico. Já os pacientes com IMC acima de 40 podem ser operados mesmo que não tenham doenças relacionadas.

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Segundo o Dr. Berti, que tem mais de 20 anos de experiência na área, a cirurgia bariátrica evoluiu nos últimos anos e é reconhecidamente segura e eficaz, levando a menor tempo de internação e riscos de complicações. Na luta contra a obesidade, sabe-se hoje que os procedimentos cirúrgicos são os mais satisfatórios com 25% a 30% de perda de peso total a longo prazo, segundo estudo recente publicada no periódico The Lancet por pesquisadores brasileiros e de outros países.

Hoje o procedimento é minimamente invasivo e realizado via videolaparoscopia, técnica que consiste na redução de estômago realizada de forma mais precisa. No procedimento, o cirurgião utiliza uma microcâmera para visualizar e ter acesso ao estômago do paciente. Nesta modalidade são feitas de quatro a sete incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada, por onde são introduzidas as cânulas e a câmera de vídeo. É feito então o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento; também é feito um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome.

Para o Dr. Berti, a cirurgia bariátrica não deve ser vista como uma solução mágica que faz com que as pessoas emagreçam sem mudanças de hábitos de vida. “Para atingir os objetivos e emagrecer, o paciente deve adotar uma alimentação equilibrada e incluir atividade física regular em sua rotina”, esclarece.

Ampliação do acesso

Apesar do cenário crítico de obesidade no país, 90% das cirurgias bariátricas acontecem na rede privada, ou seja, o SUS não consegue atender a demanda por esse tipo de tratamento. Em médica, os pacientes esperam cinco anos na fila do sistema público de saúde para realizar esse tipo de intervenção.

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Além da complexa jornada que começa no atendimento primário, faltam centros certificados em cirurgia bariátrica e metabólica no país que são centralizados nas capitais, dificultando o acesso da população que não vive em grandes centros, e médicos devidamente treinados na técnica. Outro obstáculo está relacionado à pandemia. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, o número de cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu 81,7% em 2021, se comparado com 2019. No ano retrasado, foram feitas 2.296 cirurgias bariátricas pelo SUS. Já em 2019 o número foi de 12.568.

Fazendo a diferença

Com o intuito de beneficiar pacientes obesos que aguardam pela cirurgia bariátrica na rede pública de saúde, no mês de combate à obesidade, a Medtronic, referência em tecnologia em saúde, uma força-tarefa de mutirão de cirurgias bariátricas em São Paulo, Curitiba, Salvador e no Recife. O projeto é uma parceria da multinacional com hospitais públicos e privados que atendem pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e deve beneficiar mais de 90 pacientes.

Segundo Filipe Milano, diretor de Marketing da Medtronic, esse não é o primeiro nem o último mutirão da Medtronic. “Temos como missão ampliar o acesso a novas tecnologia e tratamentos diferenciados, e disponibilizamos um dos portfólios de cirurgia metabólica e bariátrica mais avançados do mundo. Sabermos que estamos contribuindo para a saúde dos brasileiros é motivo de grande orgulho para a nossa companhia e nos motiva a expandir este projeto.”

Da Assessoria BCW Brasil

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SAÚDE

Crianças também precisam de transplante de coração

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Segundo o Ministério da Saúde, 67 crianças e adolescentes com até 17 anos de idade aguardam por um coração no Brasil; Pequeno Príncipe tem cinco pacientes em espera
No último domingo, dia 20, o apresentador de televisão Fausto Silva entrou na fila de espera por um transplante cardíaco. Embora o procedimento seja mais comum em adultos, no Brasil 67 crianças e adolescentes com até 17 anos de idade aguardam por um coração para continuar vivendo. O número representa 17% do total de pacientes brasileiros esperando por esse órgão. Os dados, atualizados até o dia 16 de agosto, são do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.

 

O Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, tem hoje cinco crianças listadas na fila do transplante cardíaco e outras duas estão sendo avaliadas para entrar na lista. Segundo o cardiologista Bruno Hideo Saiki Silva, responsável clínico pelo Serviço de Transplante Cardíaco e Miocardiopatias da instituição, a criança mais nova atualmente no rol de espera tem 1 ano e 10 meses, enquanto o adolescente mais velho está com 16 anos.

 

No caso das crianças pequenas, é ainda mais difícil encontrar um coração de tamanho compatível. “Ofertas de coração com pacientes abaixo de 30 quilos são um grande desafio”, informa Bruno. É o caso do paciente do Pequeno Príncipe, que aguarda há mais tempo na fila – desde novembro de 2022. Quando foi listado, ele tinha 1 ano e 6 meses.

 

“Para haver compatibilidade entre doador e receptor, existe a necessidade de uma concordância entre peso e altura. Por exemplo, o peso do doador não pode ser menor que 20% ou maior que o dobro do peso do paciente em lista de espera”, detalha o cirurgião cardiovascular responsável por uma das equipes do Serviço de Cirurgia Cardíaca no Pequeno Príncipe, Fabio Binhara Navarro. Neste ano, a instituição já realizou quatro transplantes cardíacos.

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Indicação de transplante cardíaco em crianças

De acordo com o cirurgião cardiovascular Fabio Binhara Navarro, crianças e adolescentes podem nascer com malformações no coração ou desenvolver doenças que afetem o funcionamento da estrutura do órgão no decorrer dos anos. Em alguns casos, o tratamento com medicamentos ou cirúrgico (correções de anomalias) não normaliza a função, por isso o transplante cardíaco é indicado.

 

Pacientes que apresentem estágio final de insuficiência cardíaca, ou seja, quando o coração não bombeia sangue suficiente para atender às necessidades do corpo, precisam do transplante.

 

Como é feito o transplante cardíaco pediátrico?

Para o procedimento ser realizado, são necessários diferentes profissionais, como cirurgiões cardiovasculares, cardiologistas, intensivistas, anestesistas, enfermeiros, instrumentadores, perfusionistas, psicólogos e assistentes sociais. No Pequeno Príncipe, a equipe multidisciplinar analisa cada caso desde a consulta pré-operatória, assim como auxilia na seleção do órgão que a criança vai receber e no procedimento cirúrgico, além dos cuidados depois que o transplante cardíaco é finalizado.

 

A cirurgia, bastante complexa devido à pouca idade dos pacientes, exige duas equipes. “Enquanto parte dos profissionais vão para a retirada do coração do doador, outra parte prepara o receptor, de forma simultânea. Tudo com o intuito de diminuir o tempo de isquemia [tempo em que o fluxo sanguíneo do coração é interrompido] do coração transplantado, para que ele seja o menor possível, preferencialmente menor do que quatro horas”, ressalta o cirurgião cardiovascular.

 

Essa divisão da equipe, segundo o médico, é fundamental para um procedimento seguro, principalmente quando a captação do órgão é realizada em outros estados, exigindo transporte aéreo. Durante o procedimento, é utilizada uma máquina que faz a função do coração e do pulmão (máquina de circulação extracorpórea) e mantém a circulação sanguínea dos demais órgãos. Nesse momento, o coração doente é retirado, e o órgão saudável é implantado.

 

Pequeno Príncipe é referência no atendimento de bebês

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O Hospital é referência no atendimento de crianças menores de 2 anos. É o caso de Miguel Gabriel da Silva Valoroski, que realizou um transplante cardíaco pouco antes de completar 1 ano. Ele foi diagnosticado com fibroma, um tumor que cresceu dentro do músculo do coração, e só esse tipo de procedimento poderia normalizar o funcionamento do órgão.

 

O transplante do menino foi um sucesso. De acordo com a mãe, Beatriz Valoroski das Almas, um dia após a cirurgia, ele foi desentubado e recebeu alta antes do esperado. “Ele ficou mais tempo na Unidade de Terapia Intensiva [UTI] antes da cirurgia do que depois do procedimento, que é complexo. Ele se recuperou muito rápido, foi um milagre”, comemora.

 

Conforme Navarro, após o transplante, o paciente é monitorado continuamente e necessita de terapia para imunossupressão, com medicamento que atua no seu sistema imunológico, impedindo o processo inflamatório que pode levar à rejeição do órgão. Depois da alta hospitalar, que varia entre 15 e 30 dias, a criança ou adolescente é acompanhado pelo Serviço de Cirurgia Cardiovascular e Cardiologia do Pequeno Príncipe até completar 18 anos.

 

Sobre o Hospital Pequeno Príncipe

Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país. Disponibiliza desde consultas até tratamentos complexos, como transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea. Atende em 35 especialidades, com equipes multiprofissionais, e realiza 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Conta com 361 leitos, 68 de UTI, e em 2022, ainda com as restrições impostas pela pandemia de coronavírus, realizou cerca de 250 mil atendimentos e 18 mil cirurgias que beneficiaram pacientes do Brasil inteiro.

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