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Publicada a 8ª edição da Revista do Legislativo com Dossiê “Mulheres na Política”

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A Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Paraná publicou nesta sexta-feira (29), a 8ª edição da Revista do Legislativo. O destaque desta publicação é o dossiê temático “Mulheres na Política”, organizado pelas pesquisadoras Karolina Roeder, Maria Cecília Eduardo e Liliane Gobetti Fagundes. A revista, que começou a circular em 2017, tem como missão fomentar debates sobre temas políticos e sociais, com um olhar acadêmico e científico.

O dossiê deste ano aborda a sub-representação feminina na política brasileira e discute desafios e avanços na presença de mulheres em cargos eletivos, desde o nível municipal até o nacional. Entre os temas, destacam-se o financiamento político, as cotas de gênero, o impacto do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), e as barreiras institucionais e culturais que dificultam a inclusão feminina.

Segundo as organizadoras, a análise transcende diagnósticos conhecidos, como a sub-representação em números, e aprofunda-se na investigação das dinâmicas político-culturais que perpetuam essa exclusão. “Ampliar a representação feminina é essencial para a pluralidade política e para a promoção de justiça social”, destaca o editorial do dossiê.

Karolina Roeder, observa que, embora o Brasil tenha avançado em alguns aspectos, a situação continua desigual. “O Brasil que saiu das urnas em 2024 continuou desigual. Infelizmente, a cada eleição, poucos são os avanços no que diz respeito ao número de mulheres eleitas. Para ficar apenas nesse marcador social, os números são, de fato, pouco animadores. Se considerássemos raça, o abismo seria ainda maior. Entre aqueles que foram eleitos para o cargo de prefeito nos 5.569 municípios brasileiros, apenas 734 são mulheres, 13,2% do total, aumento tímido de 8% com relação a 2020”, afirma Roeder, destacando que o cenário de sub-representação no país reflete uma exclusão das mulheres dos espaços de poder, especialmente quando a questão racial também é considerada.

Maria Cecília Eduardo, que também é organizadora do dossiê, complementa a importância de aumentar a representação feminina para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. “A sub-representação afeta a vida das mulheres de várias formas. Além de diminuir a pluralidade política, impacta na produção de políticas públicas voltadas para as mulheres, reforça estereótipos de gênero, altera suas possibilidades de escolha e suas ambições individuais. Ampliar a representação feminina é essencial para garantir que as demandas e perspectivas das mulheres sejam devidamente consideradas no processo político. Isso contribui para a construção de uma sociedade mais equitativa, fortalecendo a democracia e promovendo justiça social.”

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A organizadora Liliane Gobetti Fagundes, destaca a relevância da análise das barreiras institucionais e socioculturais que dificultam a inclusão das mulheres nos cargos políticos. “Para além do diagnóstico da sub-representação, que já é bem conhecido, precisamos avançar na análise da mecânica política e sociocultural que exclui as mulheres dos cargos eletivos e de cargos intrapartidários, sejam elas formais e informais. Investigações como essas que apresentamos neste dossiê devem auxiliar na identificação dessas barreiras e informar decisores para a criação de medidas de inclusão de mais mulheres na política”, disse.

Artigos inéditos e análise aprofundada

A edição de 2024 recebeu 29 submissões, das quais seis artigos foram selecionados. Os artigos apresentam um retrato detalhado das barreiras enfrentadas por mulheres na política, destacando fatores econômicos, sociais, institucionais e culturais. O dossiê oferece ferramentas analíticas e dados empíricos que podem subsidiar políticas públicas mais inclusivas e a formulação de estratégias partidárias para ampliar a representatividade feminina. Além disso, a diversidade de abordagens – desde análises quantitativas até estudos qualitativos – confere à publicação um caráter multidisciplinar e abrangente. Confira os artigos selecionados:

1 – A ideologia partidária no financiamento eleitoral feminino nas eleições para a Câmara dos Deputados (2018 e 2020): Mariana Selga, Bruno Fernando da Silva e Sara Lopes Clem analisam os dados de financiamento nas eleições de 2018 e 2022 para a Câmara dos Deputados, mostrando que partidos de centro concentram mais recursos em candidaturas femininas, enquanto partidos de direita apresentam resistência maior.

2 – O capital político das eleitas e eleitos para as Assembleias Legislativas da região sul (2015-2019): Simone Boró estuda o capital político de parlamentares eleitos nas Assembleias Legislativas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, revelando que mulheres com vínculos familiares têm mais chances de entrar e permanecer na política, enquanto homens apresentam uma maior diversidade de capitais.

3 – As chances de vitória das mulheres negras candidatas a deputada estadual no Brasil (2014-2022): Diana Azeredo investiga as chances de sucesso eleitoral de candidatas negras em eleições estaduais, mostrando que elas enfrentam severas barreiras e têm seis vezes menos chances de conquistar uma vaga no legislativo estadual em comparação com homens brancos.

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4 – Os arquétipos de campanha das vereadoras eleitas pelo Novo, PSL e PT em Curitiba (2020): Ricardo Tesseroli, Karina Bernardi e Luciana Panke analisam os vídeos biográficos de campanha de vereadoras eleitas em Curitiba, identificando variações significativas nos arquétipos projetados pelas candidatas de diferentes partidos.

5 – Barreiras na representação de mulheres em Goiás: um estudo sobre as Câmaras Municipais (2016 e 2020): Aires de Castro e outros autores estudam as barreiras que impactam a baixa representação de mulheres nos municípios de Goiás, destacando fatores como gênero, ideologia partidária e perfil demográfico.

6 – Candidaturas e desempenho eleitoral das mulheres para a Câmara Municipal: o caso do Piauí na pandemia de Covid-19: Candidaturas e Votação Feminina no Piauí: Bruno de Alcântara Conde da Silva e outros autores examinam a efetividade de candidaturas femininas para o cargo de vereadoras nas eleições de 2020 no Piauí, durante a pandemia de COVID-19, mostrando um aumento no número de candidaturas, mas não no percentual de votos recebidos.

Iniciativas editoriais e reconhecimento acadêmico

A Revista do Legislativo é gerida pela plataforma Open Journal System (OJS). Desde 2022, a publicação possui conceito B2 no Qualis Periódicos da Capes, destacando-se pela qualidade e impacto acadêmico. Para a editora-chefe, Roberta Picussa, a metodologia de avaliação é essencial para assegurar a credibilidade e o rigor científico. “O processo de avaliação por pares, com o método duplo-cego, assegura que os artigos tenham a qualidade esperada para um periódico acadêmico. A publicação reflete o compromisso da

Escola do Legislativo em fomentar discussões fundamentais para o avanço da democracia e da representatividade. Cada artigo publicado contribui para expandir o entendimento sobre a participação feminina na política, um tema crucial para o futuro do país.”

Impacto e perspectivas

O dossiê reforça a importância de discutir a inclusão de mulheres na política como um passo para fortalecer a democracia brasileira. “Esperamos que as reflexões apresentadas nestes artigos ajudem a moldar políticas públicas e estratégias partidárias mais inclusivas, construindo um sistema político mais representativo”, concluem as organizadoras.
A Revista do Legislativo está disponível em formato digital, no site da Revista, garantindo amplo acesso ao conteúdo, e reafirma o compromisso da Escola do Legislativo com o incentivo à pesquisa e à formação cidadã.

Fonte: ALPR PR

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Cidadania é consolidada com participação da sociedade nas Audiências Públicas promovidas pela Assembleia Legislativa

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Meio ambiente, proteção aos animais, violência contra a mulher, orçamento público, cigarro eletrônico, pedágio, saúde pública, dengue, falta de energia elétrica, cultura geek e o futuro do povo xetá foram temas abordados durante audiências públicas realizadas pela Assembleia Legislativa do Paraná, no ano de 2024. Centenas de paranaenses, entre eles, especialistas, técnicos, autoridades, lideranças e empresários, marcaram presença nos debates, contribuindo com a ampliação da transparência do Parlamento estadual, e a construção de políticas públicas.

Um total de 64 audiências foram organizadas por diversos parlamentares neste período. Elas foram transformadas em espaços de amplo diálogo com o objetivo de definir soluções para demandas que impactam a sociedade. Essas reuniões propiciam, à sociedade, a troca de informações com as instituições públicas e, também, o exercício da cidadania. Numa das últimas audiências do ano, o debate tratou de um assunto que está presente hoje no dia a dia da maioria dos paranaenses: importância da conscientização sobre os maus tratos e a crueldade contra os animais, o que é crime.

Para Cezar Amin Pasqualin, presidente da Federação dos Médicos Veterinários do Brasil e do Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná, essa audiência pública justificou o movimento da sociedade, que exige que a causa animal seja tratada com muita responsabilidade. “Hoje tivemos todos os atores envolvidos debatendo o melhor caminho, as melhores normas, as melhores políticas públicas para o setor. Nós temos legislações federais, estaduais e municipais que na maioria das vezes não se encontram sob o ponto de vista da harmonização. Por isso é urgente uma revisão geral da legislação, em primeiro lugar para verificar se elas não se colidem, nos princípios da sua origem, e que também possamos evoluir completando as lacunas regulatórias”.

“Precisamos de uma pacificação da matéria, e é fundamental que se estabeleça um processo educacional nas escolas para que os cuidados com os animais surjam espontaneamente, sem necessitar de normas punitivas”, acrescentou. “Este é um assunto importante e precisamos discutir de maneira responsável”, afirmou o deputado Marcelo Rangel (PSD), proponente da reunião.

Moda entre os estudantes

Medidas para combater o consumo desenfreado entre os jovens de cigarros eletrônicos – conhecidos como vapes ou pods, e reduzir ao máximo os efeitos desses produtos na saúde, precisam ser adotadas com urgência. Essa é a opinião unânime entre os especialistas e representantes das áreas de educação, segurança pública, saúde, meio ambiente e do Poder Judiciário, que participaram de uma audiência pública, para discutir esse cenário vivenciado hoje, principalmente, nas escolas paranaenses. O deputado Evandro Araújo (PSD), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência, e proponente do debate, disse que, por serem ilegais, em muitas escolas públicas e privadas, esses dispositivos são apreendidos e os gestores escolares não sabem o que fazer.

“Isso está destruindo nossas meninas e meninos”, afirmou a doutora Danielle Cristine Cavali Tuoto, promotora de Justiça, que atua no Centro de Apoio da Criança e do Adolescente do Ministério Público do Paraná (MPPR), ao se manifestar durante o debate. Ela enfatizou que o comércio dos dispositivos é proibido no país e, por isso, defende ser necessário responsabilizar pais e adolescentes. “Esses cigarros eletrônicos são fruto de crime, de contrabando”, observou. A promotora entende que há necessidade, urgente, de ações conjuntas focadas na orientação e prevenção.

Preocupação com as rodovias

A primeira reunião pública do ano de 2024 tratou de uma questão que continua ainda em discussão entre os paranaenses e na Assembleia: nominada “Sem Duplicação, Pedágio Não!”, ocorreu por iniciativa do deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD), em fevereiro, no Plenarinho. Na ocasião, provocou uma contundente discussão sobre a duplicação do trecho da BR-376 entre Paranavaí e Nova Londrina. A situação de rodovias relacionadas a outros lotes do pedágio, que não contemplam duplicações nas novas concessões do Paraná, igualmente foi analisada. Presentes organizações da sociedade, representantes do setor produtivo e do Governo, mais de 20 prefeitos da região do Noroeste e de outras localidades do estado, além de parlamentares. “É um debate necessário que se deve fazer, porque cada vez que chamamos a sociedade para debater, o projeto melhora”, lembrou Romanelli, naquele dia, ao falar aos participantes.

“Por que não conversamos com gaúchos e paulistas antes, para saber o caos que está nos estados deles após a privatização? O agricultor se sente impotente, sabendo que o Paraná é o maior produtor de energia elétrica no país e sofre com a falta de energia”, disse o professor Jaci Poli, do Instituto Federal, representando a Central Única dos Trabalhadores (CUT/PR), em abril, durante a audiência que elencou soluções para as constantes faltas de energia elétrica. Os prejuízos nas residências, empresas, indústrias e no agronegócio provocados pelas frequentes quedas no fornecimento de energia, e seus impactos para a sociedade, foram abordados na reunião, uma iniciativa dos deputados Luciana Rafagnin (PT), Arilson Chiorato (PT) e Anibelli Neto (MDB). Especialistas e representantes de entidades apresentaram dados e formalizaram encaminhamentos para amenizar o problema.

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Combate ao assédio nos estádios

Os direitos das mulheres é outro tema presente na agenda do Parlamento estadual. No final de junho, no Auditório Legislativo Deputado Rubens Recalcatti, representantes de torcedores, estudantes e pesquisadores se reuniram para discutir a situação de assédio nos estádios de futebol. Iniciativa da deputada Ana Júlia (PT), autora do projeto de lei nº 216/2024, que estabelece campanhas permanentes contra o assédio sofrido por mulheres nos espaços esportivos.

O debate com os torcedores e especialistas teve por finalidade incrementar a proposta de forma que atenda aos anseios dos frequentadores de eventos esportivos, combatendo a violência, com ações educativas e de prevenção. A deputada Ana Júlia afirmou: “O objetivo aqui (desta audiência pública) é podermos discutir a questão do assédio nos estádios, e em todas as competições desportivas, com aquelas pessoas que vivem isso no dia a dia, e como podem nos ajudar a combater estes problemas. Então, é importante essa audiência para que possamos verificar se o projeto está no caminho certo, se precisamos incluir ainda mais alguma questão. Mas, também para alertarmos essa Casa de Leis para dar andamento ao projeto”.

Antes, em março, a temática dos direitos das mulheres era o foco dos debates na audiência “Economia do cuidado e impactos na vida das mulheres”. Na ocasião, a desembargadora substituta Flavia da Costa Vieira, presidente do Núcleo de Diversidade e Inclusão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), falou da importância da participação feminina na política por promover pautas de interesse das mulheres, como a economia do cuidado, e citou a importância do envolvimento delas na vida pública. “As mulheres têm uma dupla, tripla jornada, e muitas vezes não conseguem se estabelecer de forma firme e ascender nos partidos. Quanto mais a sociedade se enxergar nos espaços públicos, mais forte a democracia. Quando maior a diversidade de olhares, mais abrangentes serão as políticas públicas e as legislações beneficiando toda a sociedade”, opinou. Organizado pela deputada Ana Júlia, o encontro buscou identificar medidas legislativas que precisam ser tomadas para reconhecer e valorizar esse trabalho.

O fascinante universo do mundo pop não ficou de fora do Parlamento. A região Oeste do Paraná foi a escolhida pelo Bloco Temático Digital e da Inovação para sediar a discussão sobre “A Inovação em Consonância com a Cultura Geek”. Esse fenômeno, que engloba uma ampla gama de interesses, hobbies e paixões, muitas vezes associados à tecnologia, ficção científica, fantasia e jogos, esteve no centro dos debates, em junho, na Câmara Municipal de Cascavel.

O evento reuniu especialistas, empresários, representantes do setor público e interessados em estratégias e soluções para fomentar a inclusão tecnológica, a valorização dos e-sports e demais conteúdos relacionados ao mundo geek. “Fomentar a inclusão digital e a educação através da tecnologia é mais um passo para o desenvolvimento do nosso estado, que já tem um destaque nacional quando o assunto é inovação. Vamos trabalhar para estimular ainda mais esse tema através de políticas públicas”, garantiu o deputado Batatinha (MDB), líder do bloco, organizador da audiência.

Meio ambiente e saúde pública

A saúde da população é outro ponto que movimentou, em inúmeros momentos, o Legislativo. Uma das audiências alertou para o fato de que “um quarto de todas as doenças e mortes que ocorre no mundo, atualmente, pode ser atribuído aos fatores ambientais”. O preocupante dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) foi um dos aspectos citados por especialistas no encontro, promovido em abril, que avaliou impactos das mudanças climáticas no sistema de saúde pública.

Promovido pela deputada Márcia Huçulak (PSD), o evento aproximou o Legislativo do tema, alertando a sociedade, e discutiu medidas para minimizar esse cenário. “Nós estamos sempre buscando resolver as consequências dos atos. Mas, precisamos focar um pouco em evitar a causa desses efeitos deletérios que comprometem muito a saúde humana. Pois, os maiores impactos das mudanças climáticas estão na saúde”, afirmou a parlamentar.

O meio ambiente foi apontado, igualmente, como uma das causas da proliferação do mosquito transmissor da dengue em outra audiência: “As mudanças climáticas, com muita temperatura elevada, precipitações de chuva muito intensas facilitaram a proliferação vetorial”, informou a coordenadora estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Lucia Belmonte, da Secretaria de Estado da Saúde. Ela falou sobre o assunto, em fevereiro, durante uma reunião promovida pela deputada Márcia Huçulak. O evento lotou o espaço do Plenarinho, e teve a finalidade de identificar estratégias eficazes e sustentáveis para barrar o avanço da doença cujo cenário foi definido como “aterrorizante”.

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A importância do diagnóstico precoce e as dificuldades pelas quais passam os pacientes com doenças renais, principalmente os crônicos, foram questões abordadas por especialistas da área durante a audiência pública “A saúde dos rins – prevenção, diagnóstico e tratamento”, que aconteceu em abril. Segundo os nefrologistas, a demanda de diálise cresce anualmente, mas a rede de atendimento não acompanha esse aumento na mesma proporção, principalmente nas regiões mais distantes e menos favorecidas. De acordo com a deputada Cristina Silvestri (PSDB), que organizou o encontro, o tema é de grande importância e exige soluções.

Visibilidade para os Xetá

“É uma noite histórica para o nosso povo”, garantiu Indioara Luiz Paraná Xetá, liderança da aldeia Kakané Porã, que lamentou o extermínio do seu povo, na noite do dia 9 de abril de 2024. Ela falou na Assembleia, emocionada pela oportunidade, sobre o futuro do seu povo. Essa etnia dos povos originários está desaparecendo do Paraná. O caso dos Xetá já foi reconhecido como genocídio pela Comissão da Verdade Nacional e a Comissão Estadual da Verdade do Paraná, que se dedicaram a investigar o que aconteceu com os indígenas brasileiros, e encontraram relatos de assassinatos por tiros, envenenamento e sequestro de crianças em pleno Século XX.

“Meu povo é um povo sofrido, foram separados”, acrescentou o cacique Júlio Cezar da Silva, da aldeia indígena São Jerônimo, localizada no município de São Jerônimo da Serra, no Norte do Paraná. Descendente dos Xetá, hoje é professor na comunidade, luta para “dar visibilidade ao nosso povo”, e garantir a demarcação da terra indígena. O cacique é filho de Tikuein, índio Xetá conhecido como “o homem que falava com o espelho”, contou Júlio Cezar. Quando Tikuein, que se escondeu na mata para fugir do homem branco, acabou resgatado, ninguém da aldeia para onde foi levado falava Xetá: só Guarani e Kaingang. Então, Tikuein não tinha com quem trocar ideias no próprio idioma. Conversar com o espelho foi a estratégia usada para ativar a memória e manter a língua viva. Na linguagem deles, “bom dia” é “entxeiwi”, saudação com a qual, diariamente, Tikuein iniciava uma longa conversa com o espelho.

O deputado Renato Freitas (PT), presidente da Comissão de Igualdade Racial, foi quem promoveu a reunião intitulada “Garantia de vida e território dos povos originários Xetá”. O Auditório Legislativo ficou lotado com as presenças de lideranças, pesquisadores e autoridades. Todos unidos pelo objetivo de coibir as desigualdades e encontrar soluções para essa população.

Prestações de contas do Governo

A função fiscalizadora é uma das principais atribuições do Legislativo, junto com a elaboração de leis. Por isso, é em audiências públicas que as pastas da Saúde e da Fazenda do Governo do Paraná apresentam as prestações de contas – uma forma de autoavaliação do setor público – na Assembleia, conforme estabelecido na Constituição Federal (artigos 70, 71 e 74), e em leis e atos normativos específicos.

Em maio, por exemplo, foi feita a prestação de contas referente ao 1º quadrimestre de 2024 do Governo do Estado, quando o secretário de Estado da Fazenda (SEFA), Norberto Ortigara, compartilhou dados sobre as contas públicas. A apresentação é prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal (nº 101/2000), que exige a demonstração e avaliação periódica do cumprimento de metas fiscais. Foram detalhadas as receitas, despesas, resultados, dívidas e limites sobre a contabilidade do Estado.

Em atenção à exigência da Resolução nº 459/2012, do Conselho Nacional de Saúde, e da Lei complementar federal nº 141/2012, a Comissão de Saúde Pública promoveu, em junho, uma nova audiência pública da Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Houve a apresentação do Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA) relativo ao 1º quadrimestre de 2024 – referente aos meses de janeiro a abril.

A apresentação aconteceu no Auditório Legislativo, por proposição do deputado Tercilio Turini (MDB), presidente da Comissão: “Esta reunião de prestação de contas, não é só importante para nós, deputados, mas como foi transmitida ao vivo, toda sociedade pôde acompanhar”, sublinhou.

Ao vivo na TV Assembleia e redes sociais

Para estimular a participação cidadã e contribuir com a transparência do Parlamento estadual, as audiências públicas são transmitidas ao vivo pela TV Assembleia e redes sociais. Além disso, os vídeos ficam disponíveis no canal do YouTube da Assembleia.

Quem não participa presencialmente das discussões tem a possibilidade de encaminhar seus questionamentos durante as exibições dos eventos pelos endereços informados, ou – antecipadamente – através de um formulário que pode ser acessado pelo site.

Confira as audiências promovidas em 2024 neste link: https://www.assembleia.pr.leg.br/atividade-parlamentar/audiencias-publicas

Fonte: ALPR PR

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