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Pacto pela qualidade do ar interno é firmado na Assembleia Legislativa

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Um trato para melhorar a qualidade do ar em ambientes fechados foi firmado na noite desta segunda-feira (02) na Assembleia Legislativa do Paraná. O Pacto pela Qualidade do Ar Interior é uma mobilização nacional que busca unir esforços para criar ambientes internos mais saudáveis e sustentáveis. O acordo foi assinado durante uma audiência pública que debateu pontos de uma proposta que visa implementar a Política Estadual de Qualidade do Ar Interior, iniciativa que quer assegurar ambientes mais seguros para a população. O documento foi firmado entre do deputado Cobra Repórter (PSD), proponente da audiência, e o presidente do Plano Nacional de Qualidade do Ar Interior (PNQAI), Paulo Jubilut.

Com a iniciativa, o Poder Legislativo quer promover ações para prevenir doenças respiratórias, melhorando a produtividade e promovendo o bem-estar da população, com impactos positivos em locais como escolas, hospitais e escritórios. O encontro contou com a participação de especialistas no tema, que discutiram discutir os impactos e a importância da qualidade do ar interior para a saúde e bem-estar do cidadão.

O projeto 636/2024, de autoria do deputado Cobra Repórter, tem o objetivo de estabelecer padrões referenciais mínimos de qualidade do ar em ambientes internos, além de definir limites máximos para contaminações por fontes de natureza biológica, química e física. A proposta observa uma série de princípios, como o atendimento aos padrões de referência para a Qualidade do Ar Interior, conforme as disposições da Norma ABNT NBR 17.037, que estabelece diretrizes para a qualidade do ar em ambientes não residenciais climatizados artificialmente ou qualquer outra norma que a venha substituir, além de impor normas técnicas e legislações aplicáveis em vigor.

O texto também visa garantir índices adequados de qualidade do ar nos ambientes fechados, tanto públicos quanto privados; estimular a criação de empresas e geração de empregos qualificados na cadeia produtiva; fomentar a capacitação e formação de recursos humanos para atuar nas diferentes etapas do processo de garantia da Qualidade do Ar Interior; incentivar a adoção de medidas sanitárias que promovam a saúde, segurança, bem-estar e conforto; além de cumprir as disposições previstas na legislação federal e estadual.

O deputado Cobra Repórter lembrou que no ambiente de trabalho, a má qualidade do ar pode resultar, por exemplo, na queda de produtividade. Segundo ele, estudos demonstram que ventilação inadequada, somada à presença de contaminantes, como poeira, fungos e produtos químicos, impacta negativamente a eficiência dos trabalhadores e eleva os custos com saúde. O parlamentar afirmou que a instalação de filtros, purificadores de ar e sistemas adequados de ventilação podem reduzir os danos, melhorando a qualidade de vida e diminuindo as taxas de doenças ocupacionais.

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“Durante a pandemia, por exemplo, nós tivemos vários questionamentos que não puderam ser explicados. Então resolvemos debater esse assunto que é de suma importância. Como é que está o ar das nossas crianças nas escolas? Como é que está a qualidade do ar nos hospitais? E nas repartições públicas? Muitas pessoas acabam tendo algum problema de saúde e não sabem de onde vem. Será que isso não está no ar? Por isso, estamos trazendo especialistas para discutir e para possamos ter projetos de lei tramitando aqui na Assembleia. Vamos aprofundar neste tema e tenho certeza que o poder público vai fazer a sua parte”, completou.

Apresentações

O presidente do Plano Nacional de Qualidade do Ar Interior (PNQAI), Paulo Jubilut, abordou uma visão abrangente sobre as políticas nacionais para o setor. Ele também destacou a importância de regular o setor. “Nós bebemos em torno de dois litros de água por dia e respiramos dez mil litros de ar por dia. Então, o controle da qualidade do ar interior está relacionado à saúde pública. Muitos ficam doentes por não ter renovação de ar nas salas. A falta de renovação do ar eleva o nível do CO2. Isso resulta na dificuldade de absorção da informação e sonolência. Então nosso objetivo é começar a regulação para que tenhamos uma legislação para dar suporte para que a sociedade consiga efetivamente entender o problema e tomar ação corretiva porque elas estão todas ao nosso alcance”, comentou.

Ele também recordou que está em vigor no Paraná a Lei Estadual 22.060/2024, de autoria do deputado Cobra Repórter, que cria a Semana Estadual da Qualidade do Ar Interior. A Lei promove atividades realizadas anualmente na semana que integra o dia 14 de agosto, o Dia Interamericano da Qualidade do Ar. A proposta visa conscientizar a população sobre a importância da qualidade do ar nos ambientes internos, tanto de uso coletivo quanto individual. “Nenhum estado no Brasil tem uma legislação como esta. O Paraná é pioneiro no assunto”, afirmou Jubilut.

O engenheiro civil Leonardo Cozac, presidente da Brasindoor, organização dedicada ao controle da qualidade do ar interior, lembrou que os cuidados com o ar são desprezados e que, por isso, uma regulamentação é necessária. “Nós cuidamos da água, mas não do ar. Não nos preocupamos com isso. Este tema não está na agenda da sociedade. Temos que nos proteger quando o ar não está bom. Então discutir esse tema e este projeto de lei é necessário para que as pessoas comecem a pensar. O propósito da nossa agenda é estabelecer normas e técnicas que, após debatidas, possam realmente ajudar a regulamentar o assunto”, disse. Para ele, a necessidade de se discutir a qualidade do ar hoje passa pelos mesmos desafios de quando se debateu a necessidade de implantação de sistemas de saneamento básico.

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Já o diretor regional da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Asbrav), Alexandre Fernandes Santos, reforçou a importância de projeto bem executados para manter a qualidade do ar interior. “Ficamos muito dentro das residências ou muitas vezes passamos o dia dentro de escritórios. Por isso, precisamos focar na importância de um projeto, de um planejamento. Quando você faz um projeto, é preciso promover a renovação, porque você não pode ficar respirando o mesmo ar. Também é necessária a filtragem deste ar”, exemplificou.

Saúde

O professor na Escola de Políticas Públicas e Governo (EPPG) da Fundação Getúlio Vargas, Weeberb J. Réquia Jr., tratou dos problemas de saúde causados pela má qualidade do ar. Ele afirmou que a poluição do ar, tanto interna, quanto externa, causou no Brasil cerca de 50 mil mortes. Quando a poluição do ar é atrelada à morte por doenças cardiorrespiratórias, este o número cresce ainda mais. Ele também demostrou a ligação de falta de qualidade do ar com nascimentos prematuros.

O estudioso também ofereceu ainda exemplos da influência da poluição do ar na educação. “Em torno 25% da poluição exterior penetra nos ambientes fechados. Realizamos um estudo da estimativa da qualidade do ar nas salas de aula. Checamos que poluentes do estacionamento de uma escola conseguem penetrar em todas regiões da escola. Comparamos a exposição dentro e fora do local e a exposição dentro da sala era muito maior que fora. Estima-se que 10 milhões de estudantes brasileiros estejam matriculados em escolas localizadas em áreas com alta concentração de poluentes atmosféricos. Todo esse poluente pode resultar na diminuição da capacidade cognitiva das pessoas”, exemplificou.

Participações

Também participaram do debate o deputado Fábio Oliveira (PODE), o vice-presidente do Plano Nacional de Qualidade do Ar Interior (PNQAI), Osny do Amaral Filho, além de Clodomir L. Ascari, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR), Maria Cristina Bitencourt, representando a Secretaria de Estado da Educação, e Jurandir Marcondes Ribas Filho, da Associação Médica do Estado do Paraná.

Fonte: ALPR PR

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IFPR anuncia criação de curso de Técnico em Defesa Civil em reunião on-line promovida pelo deputado Goura (PDT)

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O Instituto Federal do Paraná (IFPR) vai ofertar 500 vagas do curso Técnico em Defesa Civil, sendo que as primeiras 250 poderão estar disponíveis ainda no segundo semestre deste ano. A previsão é que, em 2026, sejam 250 vagas por semestre.

“O anúncio foi feito durante a reunião on-line que promovemos, nesta quinta-feira (10), em favor do fortalecimento da Defesa Civil no Paraná e sobre o nosso PL 689/2024, que institui a Semana Estadual de Prevenção de Desastres e o Dia dos Agentes da Defesa Civil”, informou o deputado estadual Goura (PDT).

“A oferta do curso Técnico em Defesa Civil pelo IFPR é consequência da ação da Reitoria, em parceria com o Instituto Federal Catarinense (IFC), que está coordenando o processo, e com o Ministério da Educação”, informou Goura.

Novo curso no IFPR

O deputado explicou que a informação foi divulgada pela pró-reitora de Ensino do IFPR, que estava representando o Reitor Adriano William Pereira no evento, Sheila Cristiana de Freitas. “O curso técnico em Defesa Civil terá três anos de duração e está em fase final de aprovação pelo MEC”, disse ela.

A pró-reitora explicou que a oferta do curso no IFPR é resultado de uma parceria com o Instituto Federal Catarinense (IFC), que já oferece essa formação.

“O IFC coordena a oferta do curso em Defesa Civil para as cinco regiões do país. O objetivo é fomentar a profissionalização em gestão de riscos e desastres, com a continuidade da oferta de vagas ao longo dos anos”, explicou ela.

“Graças a isso, vamos conseguir fazer com que o IFPR também se torne um polo na oferta desse curso tão importante, levando essa capacitação essencial, com esses quadros de profissionais tão necessários para a prevenção de desastres”, destacou Goura.

Reitor do IFPR

O reitor do IFPR, Adriano Willian da Silva Viana Pereira, parabenizou o deputado Goura pela iniciativa de propor o PL 689/2024. “Uma iniciativa importante diante de um cenário em que muitas pessoas, inclusive políticos, negam as mudanças climáticas e o que o nosso planeta está enfrentando”, comentou.

“Trazer essa reflexão, por meio da criação de uma semana estadual de prevenção de desastres, é muito relevante. Isso porque muitos dos desastres poderiam ser evitados por meio de ações e políticas públicas de contenção e prevenção desses fenômenos e também por novas práticas mais sustentáveis”, destacou o reitor Adriano.

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Reunião em favor da Defesa Civil

A reunião on-line para a promoção da Defesa Civil reuniu representantes de instituições estratégicas para a prevenção e a gestão de riscos no estado. Esse evento marcou mais uma etapa de articulação interinstitucional para fortalecer a formação técnica, a capacitação de agentes e a valorização das Defesas Civis Municipais.

Entre os participantes, a pesquisadora Fernanda Dalla Libera Damacena, do Projeto Elos (parceria entre PNUD, SEDEC e CEMADEN), compartilhou os principais dados do diagnóstico nacional sobre as capacidades e necessidades das defesas civis municipais.

Segundo ela, dados do Diagnóstico Municipal em Proteção e Defesa Civil, resultado de levantamento feito em 1.993 municípios brasileiros, realizado pelo Projeto Elos, uma iniciativa do Sedec/MDR, em parceria com o PNUD (ONU) e Cemaden/MCTI, escancara a fragilidade estrutural desses órgãos no país.

Diagnóstico Defesas Municipais

“Os dados revelam que 30% das defesas civis municipais não possuem sequer um computador e mais de 60% operam sem viaturas ou acesso a softwares básicos”, destacou Fernanda. “Mais da metade não conta com celular com internet para comunicar ações de prevenção e apenas 28% têm orçamento próprio, o que limita a autonomia e a capacidade de resposta.”

O diagnóstico mostra que quase metade das defesas civis está lotada diretamente no gabinete do prefeito, “o que pode comprometer a continuidade das ações técnicas.”

Para a especialista, a maior dificuldade apontada no diagnóstico está na fiscalização e controle de ocupações em áreas de risco. “Em meio a tudo isso, um desejo aparece com força: valorização profissional e reconhecimento do trabalho realizado”, destacou.

Importância do PL 689/2024

“Por isso, projetos como o PL 689/2024, que cria a Semana Estadual de Prevenção de Desastres e institui o Dia dos Agentes da Defesa Civil no calendário oficial do Paraná proposta perlo deputado Goura, são importantes”, afirmou.

Também presente na reunião, o major Daniel Lorenzetto, da Defesa Civil do Paraná, falou sobre as ações que vêm sendo desenvolvidas no estado. Ele chefia a Divisão de Gestão de Riscos e Desastres da CEDEC-PR e é diretor do Centro Universitário de Estudos sobre Desastres.

A coordenadora nacional do curso Técnico em Defesa Civil, Cleonice Maria Beppler, do Instituto Federal Catarinense (IFC), destacou os avanços na oferta da formação a distância, feita em parceria com outras instituições federais. Cleonice é mestre em Engenharia de Transportes e Gestão Territorial pela UFSC e especialista em Gestão de Emergências.

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Reconhecimento profissional

A reunião também contou com a presença de Maicon de Lima Soares, coordenador da Defesa Civil de Campo Largo. Mestrando em Inovação e Tecnologia pelo IFPR e aluno do curso Técnico em Defesa Civil, Maicon trouxe a perspectiva dos gestores municipais e defendeu o reconhecimento dos profissionais que atuam na linha de frente.

“Essa reunião é mais um passo na articulação entre instituições de ensino, órgãos estaduais e gestores locais, em busca de ações mais integradas e efetivas para enfrentar os impactos da crise climática e fortalecer a cultura da prevenção. Por isso, é importante esse PL 689/2024 e a valorização e capacitação das defesas civis municipais”, destacou Maicon.

Construção coletiva

“A nossa proposta, que está sendo construída com a participação de diversos entes e colaboradores, reconhece o trabalho essencial da Defesa Civil e amplia o debate sobre os efeitos da crise climática no estado”, disse.

Pelo projeto, a Semana de Prevenção de Desastres será realizada anualmente na segunda semana de outubro, com ações voltadas à educação, capacitação e mobilização social.

O Dia dos Agentes da Defesa Civil será celebrado todo 10 de abril, como forma de valorização profissional e institucional.

Segundo Goura, além de homenagear os agentes, a iniciativa busca ampliar a cultura da prevenção. “Queremos criar um ambiente permanente de conscientização e resiliência. A Defesa Civil tem um papel estratégico nesse cenário e precisa de mais apoio, estrutura e visibilidade.”

“A crise climática tem intensificado eventos extremos como enchentes, inundações e ondas de calor. É urgente que a sociedade esteja preparada e que os profissionais da Defesa Civil sejam reconhecidos e fortalecidos”, afirmou Goura.

A proposta prevê a realização de palestras, mutirões, campanhas educativas e outras atividades durante a semana, com foco em comunidades de risco. Também abre espaço para parcerias com entidades da sociedade civil e setor privado.

.O texto do projeto também prevê a publicação de materiais educativos, operações de fiscalização e ações de formação continuada. Entre os principais objetivos estão o estímulo à percepção de risco, o fortalecimento das boas práticas e a construção de respostas mais eficazes aos desastres.

“Não é só uma data no calendário. É uma política pública de prevenção e valorização de quem está na linha de frente. Esperamos contar com o apoio dos colegas parlamentares para aprovar essa pauta tão necessária”, finalizou o deputado.

Fonte: ALPR PR

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