A deputada estadual Márcia Huçulak (PSD) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná nesta segunda-feira, 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, para defender as vacinas, criticar o negacionismo e ressaltar os cuidados necessários com a imunização de crianças.
O nicho de 0 a 6 anos de idade forma hoje o segundo grupo com mais incidência de covid-19 no Paraná. Além disso, o país registra o preocupante retorno de ocorrência de casos, por exemplo, de coqueluche e sarampo devido à diminuição dos níveis de vacinação nos últimos anos.
“As vacinas são eficazes, seguras e salvam vidas – milhões de vidas”, disse Márcia.
Danos
De acordo com Márcia, o negacionismo é danoso. “A intenção é desacreditar a ciência e criar condições para interpretações de cunho emocionais e irracionais”, afirmou a deputada, ex-secretária de Saúde de Curitiba. “As vacinas não são nem de esquerda nem direita”, completou, referindo-se ao espectro político que permeia parte do debate sobre os imunizantes.
Defendendo racionalidade do debate, Márcia reforçou que os imunizantes são, necessariamente, resultado de rigorosos testes clínicos, “revisados exaustivamente por comitês independentes, o que garante seguranças às pessoas e eficácia contra a doença”.
No entanto, as vacinas geraram uma das principais controvérsias da recente pandemia de covid-19. “Houve negação em larga escala de medidas de cunho científico”, afirmou, notando que o problema também se repetiu com medidas de “bom senso”, como uso de máscaras e isolamento social.
O “ataque feroz” às vacinas persiste até hoje. Cerca de 85% das mortes atuais em decorrência da covid-19 ocorrem entre as pessoas que não se vacinaram ou não completaram o esquema vacinal (com todas as doses indicadas).
“Morre quem não se vacinou adequadamente”, disse a deputada.
Vacinação contínua
Márcia reforçou que a pandemia só acabou por causa da chegada da vacina. Mas, “se a vacinação diminuir ou parar, o patógeno volta a se proliferar; é da natureza do vírus”.
Este tipo de problema não é associado apenas à covid, mas a vacinas em geral. “Vale para a influenza [gripe], para o sarampo, para a poliomielite, coqueluche e outras doenças cuja imunização massiva precisa ser feita periodicamente”, afirmou.
Com a queda dos índices que imunização em anos recentes, doenças como sarampo e coqueluche, por exemplo, até então sob controle, voltaram a registrar casos, colocando em risco a população e trazendo preocupação para gestores de Saúde.
“Quem joga contra a vacina da covid, mesmo que não perceba, está jogando contra todas as vacinas, já que o discurso se estende de maneira difusa”, afirma Márcia.
Crianças
As crianças, cuja “proteção” é usada por grupos de negacionistas que vêem problemas inexistentes de segurança da vacina, são hoje o segundo grupo com mais ocorrência de covid-19 no Paraná, de acordo com boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa, março/2025).
O grupo de 0 a 6 anos soma 18,5% dos casos atuais de covid. O único grupo com maior incidência é o formado por pessoas acima de 80 anos. Nos últimos dois anos, a covid-19 matou 539 crianças (6 meses a 3 anos) no Brasil, sendo 87 no Paraná.
“Os vieses ideológicos estão comprometendo décadas de avanço da Saúde Pública, que tem no Brasil, no Paraná e em Curitiba exemplos de gestão que salvou milhões de vidas”, disse.
Outros países
Além do Brasil, Canadá, Alemanha, Irlanda, Grécia, Inglaterra, Costa Rica e Equador são exemplos de países que recomendam a vacinação contra covid-19 para crianças a partir dos seis meses, bem como o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Fonte: ALPR PR