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Desafios da implementação do Código Estadual do Autismo são debatidos na Assembleia

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A Assembleia Legislativa do Paraná promoveu, nesta terça-feira (1º) pela manhã, a audiência pública “Acompanhamento da Execução do Código do Autismo no Paraná”. A iniciativa foi da Comissão da Criança, do Adolescente e da Pessoa com Deficiência, presidida pelo deputado estadual Evandro Araújo (PSD), e do Bloco Temático da Neurodiversidade (SD), coordenado pelo deputado Alisson Wandscheer. O encontro teve como objetivo discutir a regulamentação e a implementação das políticas públicas previstas no Código Estadual da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, aprovado há um ano.

O deputado Alisson Wandscheer ressaltou que não basta aos parlamentares aprovarem uma legislação ampla e abrangente sem assegurar que sua implementação ocorra de maneira eficaz. “Há muitos desafios, uns mais simples outros mais complexos. Um deles, por exemplo, é o de trocar os sinos dos colégios. O barulho é tão que incomoda até quem não tem sensibilidade, então imagina como ele atinge quem possui o espectro. Por isso estamos aqui hoje para verificar como vamos fazer ações como essa, o que vai custar e quais são os passos para que as Secretarias coloquem em prática o plano”.

O deputado Evandro Araújo explicou que depois de um ano da aprovação do código, é fundamental esse acompanhamento. “Sabemos dos avanços, no entanto, a gente sabe que tem coisas que também precisam avançar e que esse processo é paulatino, que vai acontecendo aos poucos. Então, não dá para deixar esfriar”, comentou.

Araújo também explicou que as mudanças são constantes, uma vez que o autismo é um terreno que sempre precisa ser desvendado. “Uma coisa que é dita hoje, talvez amanhã ou depois a ciência tenha outra compreensão. A gente precisa ter essa humildade, essa abertura de coração, para entender que é um tema e estar nesse acompanhamento constante”, disse. Necessidades de neuropediatras, diagnósticos precoces e outras demandas também foram sugeridas pelo deputado.

O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi (PSD), disse que a Assembleia fará o possível para todas as mães de autistas tenham conhecimento do que foi aprovado. “Nós queremos ver os efeitos do Código Estadual da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista na prática”, destacou.

O deputado estadual Bazana (PSD), reforçou que vê muita gente se preocupando com o autismo, mas o correto é se preocupar com o autista. “Precisamos fazer esse atendimento lá na ponta, para que eles tenham uma vida melhor. Há 23 anos trabalho nas APAES do Paraná e nunca havia visto um governo e um grupo de deputados que busquem uma vida melhor para todas as pessoas com deficiência como esse”.

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Já a deputada Luciana Rafagnin (PT) elogiou toda a construção conjunta em busca de melhorias para as pessoas com deficiência e reconheceu que já houve muitos avanços, mas pediu que o trabalho seja feito na prática, uma vez que o número de casos está cada vez maior. “Precisamos garantir toda a assistência e que os diagnósticos cada vez sejam mais precoces”.

“Nós todos precisamos de união pelos projetos que deram resultados. Eu quando fui secretário de inovação apresentei um projeto de salas multissensoriais e disciplinares do Estado, que já apresentam resultados muito positivos. Espero que elas continuem avançando em todas as cidades do Estado”, comentou o deputado Marcelo Rangel (PSD).

Avanços e desafios

O presidente da ONDA Autismo e representante da sociedade civil, Fabio Cordeiro, disse que o Código foi de extrema importância para dar um norte para população no que há de direito, no que precisa ser cobrado. “Ano passado foi um ano de construção. Agora a gente tem que avançar para regulamentar as leis, para pôr em prática, principalmente em algumas áreas mais sensíveis, como saúde e educação, onde a gente precisa realmente que os direitos sejam cumpridos e que as pessoas possam acessar tanto o diagnóstico como os tratamentos e depois ter uma educação inclusiva”.

Felipe Braga Cortes, coordenador da Política da Pessoa da Eficiência e da Secretaria de Desenvolvimento Social e da Família do Paraná falou sobre a CIPTEA, popularmente conhecida como carteira do autista. “A CIPTEA é uma lei federal, instituída já há alguns anos pelo governo federal. O Paraná foi pioneiro, foi a primeira carteira do Brasil e hoje já temos 37 mil carteiras, feitas de maneira totalmente digital e gratuita”, informou. Ele explicou a importância de que todos façam os pedidos das carteirinhas, pois somente com esses dados é possível criar políticas públicas com qualidade. Para fazer o pedido, é só acessar o site www.carteiradoautista.pr.gov.br. Ele também reforçou a importância do terceiro setor, com as associações criadas pelos pais.

Sobre os desafios enfrentados na educação, quem conduziu a explanação foi Maíra de Oliveira, chefe do departamento de educação inclusiva da Secretaria da Educação do Paraná. “São 12 mil estudantes com transtorno espectro autista na rede estadual. Hoje o atendimento dos nossos estudantes dentro da rede educacional é a partir do estudo de caso, que é um relatório, uma avaliação pedagógica que evidenciam quais são as necessidades de suporte do nosso estudante e também nos direciona qual é o serviço mais assertivo para o atendimento dele dentro do ensino regular ou dentro da educação inclusiva. Com o Código, esse instrumento pedagógico vem passando por reformulações para que a gente possa também oferecer esse atendimento de forma mais séria e mais assertiva”, contou. De acordo com ela, hoje são 4.000 professores com treinamento para atender os autistas e aproximadamente 1.400 profissionais de apoio.

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Com relação aos desafios na área da saúde, a responsável pela fala foi Aline Jarschel de Oliveira Graziani, chefe de divisão de saúde da pessoa com deficiência da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

Para ela, o Código veio para somar, pois facilita o trabalho do Poder Executivo ter várias leis aglomeradas num mesmo documento. Sobre a capacitação dos profissionais, ela explicou que a Sesa tem investido no ramo desde 2018. “Estamos dando atenção principalmente aos municípios menores, que a gente sabe da dificuldade. Hoje a maior dificuldade é achar o profissional capacitado para fazer esse atendimento às pessoas com TEA, como terapeuta ocupacional, o fonoaudiólogo entre outros. Também fizemos protocolos para fazer esse fluxo de atendimento, criando instrumentos para buscar um melhor atendimento”, explicou.

Ivone Costa, enfermeira e presidente da Associação Aterne Piraquara, que atende famílias com neurodivergência, disse que a fase da implantação do Código é de extrema importância, mas que os desafios continuarão a vir, uma vez que o autismo é uma descoberta ininterrupta. “Todos os dias temos novas descobertas e desafios diferentes. Encontros assim são bons para trazermos as demandas e implementá-las na prática”.

Compuseram a mesa e contribuíram para o debate Mariana Dias Mariano, promotora de Justiça; Fernando Redede, coordenador do Núcleo da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Paraná; Mariane Lubke, professora da Unicuritiba; padre Régis Bandil, da arquidiocese de Curitiba e Ismael de Oliveira, chefe de gabinete do Detran/PR e Clesio Marins Prado, da secretaria de esportes.

Código Estadual do Autismo

Considerada referência no Brasil, a Lei 21.964, que instituiu o Código Estadual do Autismo, foi aprovada na Assembleia Legislativa em abril de 2024 e sancionada na íntegra pelo governador Ratinho Jr no mês de maio de 2024. Além de consolidar direitos já existentes, o Código trouxe diversas inovações nas áreas de educação, saúde, mercado de trabalho, segurança pública e combate à discriminação.

A lei prioriza o diagnóstico precoce do TEA, com capacitação de profissionais de saúde e educação para a identificação precoce dos sinais e sintomas do TEA. A garantia do acesso a tratamentos e terapias, de acordo com as necessidades de cada pessoa com TEA, também foi contemplada na legislação.

Fonte: ALPR PR

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Assembleia recebe a exposição “Araucárias Vivas” do artista plástico Toto Lopes

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“Araucárias Vivas” é o tema da exposição do artista plástico Toto Lopes, aberta nesta segunda-feira (05), no Espaço Cultural da Assembleia. A mostra, uma iniciativa da deputada Cristina Silvestri (PP), é um convite à reflexão sobre a relação entre arte, natureza e sustentabilidade, através de esculturas únicas que emergem do refugo de tapumes de obra e compensados de madeira reflorestada. “Nós temos que valorizar o que é nosso. O Toto é um artista, eu sempre digo, que ama o Paraná. E ele consegue transmitir esse amor através da sua arte, representando a nossa história, a nossa cultura, as nossas raízes”, disse a deputada, ao destacar que o que ela mais valoriza no artista é o seu lado social, o seu lado humano.

“Ele trabalha com crianças, com idosos, com crianças especiais, transformando objetos que provavelmente iriam para o lixo em arte levando esperança às pessoas, transformando a vida deles. Além disso, ele faz pinturas lindas em hospitais de crianças e de forma voluntária. Então esse lado social do Toto também me encanta muito. Por isso, é uma pessoa que merece ser homenageada e que sua obra seja divulgada para o Paraná e para o mundo”, disse a deputada, ao entregar uma menção honrosa ao artista, como forma de reconhecimento à sua contribuição para a cultura do estado.

Presente na aberta da mostra, o presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), disse que é importante valorizar aqueles que valorizam o Paraná como Toto Lopes que é um apaixonado por esse estado, e que tem no pinheiro araucária, sua principal referência. “Para nós é uma honra muito grande ter você aqui nessa Casa e, em nome dos 54 deputados, quero agradecer todo o trabalho que você faz como artista, mas principalmente o trabalho que você faz divulgando o estado do Paraná, esse estado que é pujante, de gente séria, de gente trabalhadora, que está vivendo um momento extraordinário, mas que tem que valorizar os nossos artistas”, afirmou.

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Preservação

Toto Lopes falou um pouco sobre a sua exposição. “São araucárias que são feitas com reaproveitamento de material, tapumes de obra, compensados, que eu reutilizo e transformo elas em arte”, explicou. “A escolha de trabalhar com madeira reflorestada não é apenas uma opção estética, mas uma declaração de compromisso com a preservação ambiental e a valorização dos recursos naturais”, disse, ao destacar que a coleção “Araucárias Vivas” se inspira na majestosa araucária angustifolia, uma árvore que desempenha um papel vital em nosso ecossistema, mas que está ameaçada de extinção. “Minhas esculturas servem como um poderoso lembrete da fragilidade da natureza e da importância de sua preservação”, alertou. “É uma forma de repensar nossos hábitos de consumo e a importância de uma abordagem mais consciente em relação ao meio ambiente, é promover essa jornada de transformação e conscientização ambiental através da arte”, finalizou.

O artista também tem uma ligação grande com a questão social. “Na minha infância eu tive o privilégio de participar de um projeto gratuito, que transformava a arte junto com as crianças. Eu fui privilegiado de ter participado desse projeto e eu vi que a arte realmente tem um poder de transformação na vida de pessoas. E, hoje, eu utilizo a minha arte como um reflexo de tudo que eu recebi, mas também plantando várias sementinhas aí, mostrando para as crianças que a arte pode mudar a vida delas também”, explicou. A mostra fica em cartaz até o dia 09 de maio, das 09 horas às 18 horas, no Espaço Cultural da Assembleia.

Perfil

Tanielton Lopes Pereira, conhecido como Toto Lopes, nasceu em Campo Largo (PR), é especialista em reutilização de materiais descartados e formado em artes visuais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É um artista plástico autodidata, fundador da Toto Artes – Soluções Artísticas e se destaca pelo impacto social de seu trabalho.
Desde 2007, ministra oficinas de artes plásticas em projetos sociais do município de Campo Largo e Região Metropolitana de Curitiba, desenvolvendo oficinas para todos os públicos e faixas etárias, incluindo crianças com vulnerabilidade social, portadores de necessidades especiais, adultos, idosos, dentre outros.

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É idealizador e coordenador do Projeto Eco Natal que mobilizou mais de cinco mil pessoas para criar a decoração natalina de Campo Largo com materiais recicláveis; do projeto “Fazendo Arte”, que já atendeu mais de três mil crianças com vulnerabilidade social e do projeto “Medicando Alegria”, que visa levar apresentações de teatro, contação de história, música, circo para pacientes, familiares e funcionários de hospitais. Toto também é voluntariado do HI Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo. Além de ter suas obras reconhecidas no Brasil, o quadro “A Santa”, participou de três mostras de arte em Napoli e Roma (Itália), sendo uma delas o “Fórum Mundial da Cultura pela Paz”, organizada pena Unesco.

Premiações

O artista já recebeu diversas premiações, entre elas o prêmio de honra ao mérito “Professora Odila Portugal Castagnoli”, pelos relevantes serviços prestados a cidade e a cultura de Campo Largo; o “Prêmio Personalidades Empreendedoras do Paraná”, pelos relevantes serviços prestados para sociedade paranaense e a “Medalha das Ordens das Araucárias”, conferida pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT/PR). Sua obra “Acaé Azul” foi reconhecida pelo Governo do Paraná para fazer parte do acervo artístico do cerimonial do estado, assim como a obra “Mestre Fandangueiro do Paraná”, que já faz parte do acervo artístico do Palácio Iguaçu.

Fonte: ALPR PR

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