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Deputados e entidades cobram ações contra as constantes quedas de energia e prejuízos aos produtores rurais

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As constantes interrupções de energia elétrica no Estado e consequentes prejuízos econômicos para os agricultores paranaenses foram discutidos entre entidades e parlamentares, nesta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa do Paraná. A reunião de trabalho foi promovida pelo Bloco da Agricultura Familiar, liderado pela deputada estadual Luciana Rafagnin (PT).

Um problema recorrente com recortes recentes como as 60 mil toneladas de tilápia perdidas nas últimas semanas, em Cascavel, e os 707 frangos que morreram em apenas 10 minutos em Sulina, no domingo.

“Temos recebido, seguidamente, denúncias sobre a falta de energia elétrica, especialmente sobre as quedas frequentes. Os prejuízos na agricultura são enormes, principalmente na agricultura familiar, com perdas na produção de leite, frangos e peixes, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste. Já realizamos várias reuniões e procuramos a Copel, mas até o momento não obtivemos nenhuma resposta sobre uma solução para esse problema. Por isso, convocamos as entidades para buscarmos uma saída”, explicou a deputada.

Entre as principais demandas do setor estão a terceirização excessiva dos serviços, a falta de materiais para manutenção da rede elétrica e a ausência de compensação financeira por apagões prolongados. A parlamentar destacou que, em 2023, foram encaminhados 28 mil pedidos de indenização à Copel por prejuízos causados pelas quedas de energia, mas pouco mais de 7 mil foram atendidos.

O deputado Professor Lemos (PT) reforçou que a energia elétrica não é um bem supérfluo e deve ser garantida a todos. “Energia não falta, porque o Paraná também fornece para outros estados. O que falta é distribuição com qualidade, pois a empresa cobra com qualidade”, afirmou o deputado, sugerindo a criação de uma Comissão Especial na Assembleia para acompanhar o fornecimento de energia elétrica no estado.

O deputado Arilson Chiorato (PT) destacou a gravidade da situação: “Criamos o ‘Apagômetro’ no estado e constatamos que, das 399 cidades paranaenses, 384 registram quedas de energia mais de uma vez por semana. Além disso, o tempo de espera para atendimento é sempre longo. Toda a população é prejudicada, mas o campo sofre ainda mais”. Segundo ele, os problemas se intensificaram após a privatização da Copel, com a redução do quadro de servidores e a contratação de novos funcionários sem a devida expertise sobre a rede e o atendimento.

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Impactos

Representando a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o gerente técnico Jefrey Albers ressaltou as constantes reclamações dos produtores rurais, que dependem fortemente da energia elétrica para conduzir suas atividades, especialmente na pecuária, na agricultura e na piscicultura. Ele alertou ainda para os impactos econômicos: “A redução da produção e da oferta de produtos pode levar a um aumento nos preços para o consumidor final, conforme a lei da oferta e da demanda”.

O representante da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Paraná (Fetraf-PR), Eldo Matte, classificou como lamentável a qualidade do serviço prestado pela Copel, destacando as perdas incalculáveis para o setor rural.

“Essa situação já era prevista por alguns setores, que apontavam que as privatizações poderiam causar esse tipo de problema. O setor elétrico tem sofrido com a falta de investimentos”, disse Adilson Korchak, da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep).

Para Maristela da Costa Leite, representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a energia deve ser tratada como um direito garantido pelo Estado. “A energia não pode atender apenas um grupo específico ou acionistas. Trata-se de um bem essencial para o consumo e a produção, impactando diretamente a geração de renda. O governo é responsável por essa situação e precisa firmar um termo de ajuste de conduta imediato para dar uma resposta aos paranaenses”, cobrou.

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Carlos Finkle, do Assentamento Contestado, em Lapa, destacou que as quedas de energia não causam apenas impactos econômicos, mas também sociais, prejudicando setores como educação e saúde, com a perda de medicações e vacinas.

Também participaram do encontro o representante da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Luciano Barros, e o defensor público Bruno Passadore, do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Estado do Paraná (PDE-PR).

Além disso, uma comissão de vereadores de Francisco Beltrão, onde houve um protesto recente de produtores rurais sobre o tema, compareceu à audiência. “Estamos aqui com indignação e revolta. E a Copel não teve a dignidade de enviar um representante. Hoje, a empresa não dialoga mais com os representantes do povo, apenas com os representantes do capital”, manifestou-se, emocionado, o vereador Policial Oberdan.

O vereador Marcos Folador mencionou uma pesquisa realizada pela Câmara Municipal para identificar as principais demandas dos produtores, destacando a necessidade de melhorias na infraestrutura, atendimento mais ágil às reclamações e compensação por danos. Também estiveram presentes os vereadores Silmar Gallina e Dile Tonello.

Encaminhamento

Um documento foi elaborado na reunião e uma comissão ficou responsável de entregá-lo à Copel. Entre as principais reivindicações estão um plano emergencial de resposta para os apagões; um prazo máximo para restabelecimento da rede elétrica; a revisão da estrutura operacional; a garantia de transparência sobre a falta de materiais e infraestrutura; uma compensação financeira para as quedas prolongadas de energia; isenção proporcional na fatura de energia das famílias prejudicadas; canais mais ágeis para o atendimento e a criação de uma comissão da Assembleia, com deputados de vários partidos para acompanhar o serviço público do fornecimento de energia elétrica no Paraná.

Fonte: ALPR PR

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Assembleia recebe a exposição “Araucárias Vivas” do artista plástico Toto Lopes

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“Araucárias Vivas” é o tema da exposição do artista plástico Toto Lopes, aberta nesta segunda-feira (05), no Espaço Cultural da Assembleia. A mostra, uma iniciativa da deputada Cristina Silvestri (PP), é um convite à reflexão sobre a relação entre arte, natureza e sustentabilidade, através de esculturas únicas que emergem do refugo de tapumes de obra e compensados de madeira reflorestada. “Nós temos que valorizar o que é nosso. O Toto é um artista, eu sempre digo, que ama o Paraná. E ele consegue transmitir esse amor através da sua arte, representando a nossa história, a nossa cultura, as nossas raízes”, disse a deputada, ao destacar que o que ela mais valoriza no artista é o seu lado social, o seu lado humano.

“Ele trabalha com crianças, com idosos, com crianças especiais, transformando objetos que provavelmente iriam para o lixo em arte levando esperança às pessoas, transformando a vida deles. Além disso, ele faz pinturas lindas em hospitais de crianças e de forma voluntária. Então esse lado social do Toto também me encanta muito. Por isso, é uma pessoa que merece ser homenageada e que sua obra seja divulgada para o Paraná e para o mundo”, disse a deputada, ao entregar uma menção honrosa ao artista, como forma de reconhecimento à sua contribuição para a cultura do estado.

Presente na aberta da mostra, o presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), disse que é importante valorizar aqueles que valorizam o Paraná como Toto Lopes que é um apaixonado por esse estado, e que tem no pinheiro araucária, sua principal referência. “Para nós é uma honra muito grande ter você aqui nessa Casa e, em nome dos 54 deputados, quero agradecer todo o trabalho que você faz como artista, mas principalmente o trabalho que você faz divulgando o estado do Paraná, esse estado que é pujante, de gente séria, de gente trabalhadora, que está vivendo um momento extraordinário, mas que tem que valorizar os nossos artistas”, afirmou.

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Preservação

Toto Lopes falou um pouco sobre a sua exposição. “São araucárias que são feitas com reaproveitamento de material, tapumes de obra, compensados, que eu reutilizo e transformo elas em arte”, explicou. “A escolha de trabalhar com madeira reflorestada não é apenas uma opção estética, mas uma declaração de compromisso com a preservação ambiental e a valorização dos recursos naturais”, disse, ao destacar que a coleção “Araucárias Vivas” se inspira na majestosa araucária angustifolia, uma árvore que desempenha um papel vital em nosso ecossistema, mas que está ameaçada de extinção. “Minhas esculturas servem como um poderoso lembrete da fragilidade da natureza e da importância de sua preservação”, alertou. “É uma forma de repensar nossos hábitos de consumo e a importância de uma abordagem mais consciente em relação ao meio ambiente, é promover essa jornada de transformação e conscientização ambiental através da arte”, finalizou.

O artista também tem uma ligação grande com a questão social. “Na minha infância eu tive o privilégio de participar de um projeto gratuito, que transformava a arte junto com as crianças. Eu fui privilegiado de ter participado desse projeto e eu vi que a arte realmente tem um poder de transformação na vida de pessoas. E, hoje, eu utilizo a minha arte como um reflexo de tudo que eu recebi, mas também plantando várias sementinhas aí, mostrando para as crianças que a arte pode mudar a vida delas também”, explicou. A mostra fica em cartaz até o dia 09 de maio, das 09 horas às 18 horas, no Espaço Cultural da Assembleia.

Perfil

Tanielton Lopes Pereira, conhecido como Toto Lopes, nasceu em Campo Largo (PR), é especialista em reutilização de materiais descartados e formado em artes visuais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É um artista plástico autodidata, fundador da Toto Artes – Soluções Artísticas e se destaca pelo impacto social de seu trabalho.
Desde 2007, ministra oficinas de artes plásticas em projetos sociais do município de Campo Largo e Região Metropolitana de Curitiba, desenvolvendo oficinas para todos os públicos e faixas etárias, incluindo crianças com vulnerabilidade social, portadores de necessidades especiais, adultos, idosos, dentre outros.

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É idealizador e coordenador do Projeto Eco Natal que mobilizou mais de cinco mil pessoas para criar a decoração natalina de Campo Largo com materiais recicláveis; do projeto “Fazendo Arte”, que já atendeu mais de três mil crianças com vulnerabilidade social e do projeto “Medicando Alegria”, que visa levar apresentações de teatro, contação de história, música, circo para pacientes, familiares e funcionários de hospitais. Toto também é voluntariado do HI Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo. Além de ter suas obras reconhecidas no Brasil, o quadro “A Santa”, participou de três mostras de arte em Napoli e Roma (Itália), sendo uma delas o “Fórum Mundial da Cultura pela Paz”, organizada pena Unesco.

Premiações

O artista já recebeu diversas premiações, entre elas o prêmio de honra ao mérito “Professora Odila Portugal Castagnoli”, pelos relevantes serviços prestados a cidade e a cultura de Campo Largo; o “Prêmio Personalidades Empreendedoras do Paraná”, pelos relevantes serviços prestados para sociedade paranaense e a “Medalha das Ordens das Araucárias”, conferida pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT/PR). Sua obra “Acaé Azul” foi reconhecida pelo Governo do Paraná para fazer parte do acervo artístico do cerimonial do estado, assim como a obra “Mestre Fandangueiro do Paraná”, que já faz parte do acervo artístico do Palácio Iguaçu.

Fonte: ALPR PR

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