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Deputado Goura (PDT) recebe representantes da comunidade circense para discutir políticas públicas de incentivo

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Presente na cultura e no imaginário popular há séculos, o circo é uma espécie de guarda-chuva que abriga as mais diversas formas de expressões artísticas. Porém, apesar da sua importância histórica, sofre com falta de políticas públicas de incentivo e reconhecimento.

Nesta quarta-feira (23), o deputado estadual Goura (PDT) se reuniu com representantes da comunidade circense do Paraná, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), e se dispôs a fazer a interlocução com municípios, estado e governo federal para dar encaminhamento às principais demandas dessa classe artística.

“Durante a audiência pública com o Ministério da Cultura, que realizamos em fevereiro, falamos sobre as demandas do circo. E hoje estamos aqui para ouvir seus representantes e saber quais atitudes podemos ter aqui na Alep para fortalecer o circo”, disse Goura.

Comunidade circense no Paraná

Hoje, o Paraná conta com 40 circos. Desse total, 29 são paranaenses e 11 vieram de outros estados e se estabeleceram aqui. A média de pessoas que atuam em cada um desses circos varia de acordo com a estrutura de cada um.

“Antes da pandemia tinha 40 pessoas trabalhando comigo. Hoje temos 12. Mas esse número varia porque sempre contratamos pessoas do local”, explicou Carlos Roberto Araújo, do Circo Cassaly.

Respeito às características do circo

A conselheira estadual de cultura e representante do Fórum Setorial de Circos, Thayse Cancela Christo de Souza, explicou que o circo é uma atividade transversal, que abriga diversas frentes culturais, mas, por ser itinerante, carece de política pública que o contemple.

“Temos diversidade, acessibilidade, questões raciais, artes cênicas, teatro, dança, arquitetura, economia criativa, gastronomia, moda, música – os principais cantores sertanejos nasceram dentro do circo -, mas não temos uma política pública que abrace o circo como ele é porque ele é itinerante. O que existe hoje de política pública é voltada para culturas fixas. E isso é outra realidade. Tem famílias debaixo daquela lona”, ponderou.

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Lona, aliás, que não é barata e está suscetível às intempéries e pode, de uma hora para outra, deixar várias famílias desabrigadas.
“Na pandemia, os artistas do teatro, por exemplo, voltaram para casa. As pessoas do circo ficaram no circo. Então precisamos de uma política específica para o circo de lona, como São Paulo tem”, exemplificou Araújo.

Em 2016 a cidade de São Paulo foi a primeira capital brasileira a lançar um programa voltado para o financiamento das artes circenses. Hoje o estado de São Paulo também conta com programas semelhantes.

Em 2023 foram investidos R$ 4 milhões divididos em quatro editais – ProAC 08/2023 – Circo/Produção e Manutenção/Lona; ProAC 09/2023 – Circo/Produção e Apresentação de Número Circense; ProAC 10/2023 – Circo/Produção de Espetáculo; e ProAC 11/2023 – Circo/ Circulação de Espetáculo.

Segundo os representantes dos coletivos circenses, o recurso destinado aos circos no Paraná no ano passado foi de R$ 40 mil por projeto e muitos circos ficaram de fora por não conseguir cumprir as exigências do edital.

“Não tem um olhar mais específico. A burocracia que não se encaixa na nossa realidade. Circo de lona, a gente não consegue competir com o pessoal. 90% do circo trabalha por si próprio, sobrevive da bilheteria. E um temporal leva uma lona de 400 mil reais embora”, ponderou Carlos Roberto.

Dificuldades de uma atividade itinerante

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Thayse chamou atenção para as dificuldades enfrentadas pelo fato de ser uma atividade itinerante. Segundo a conselheira, coletivos circenses já tiveram projetos reprovados por falta de comprovante de endereço.

“Além de toda a documentação, temos dificuldades com as crianças que moram no circo, que muitas vezes não conseguem estudar porque muitas escolas não disponibilizam o histórico escolar. E temos leis que protegem as crianças justamente por entender que são atividades itinerantes, não tem um lugar de moradia fixo”, observou.

Os representantes foram enfáticos ao afirmarem que o que eles precisam é de políticas públicas que respeitem as especificidades da arte circense.

“Não queremos dinheiro, queremos estrutura. Se tiver estrutura a gente se vira, trabalha com a bilheteria. Mas o problema é que não somos considerados artistas. Artista é quem é famoso”, desabafou Roberto Carlos.

Organizar as demandas

Após ouvir os representantes, o deputado Goura ponderou que é importante organizar todas as demandas para dar o devido encaminhamento.
“Vamos, em conjunto com os coletivos, buscar informações sobre as políticas públicas existentes e sobre o que o governo está fazendo e o que não está. É importante ter um olhar específico sobre as demandas do circo e nós aqui na ALEP seremos um ponto de apoio para ajudar na interlocução tanto com os municípios quanto com o governo federal e com o governo estadual”, afirmou Goura.

Além de Thayse e Caros Roberto, participaram da reunião Oney Newton Salgueiro Filho, do Circo Rhoney Espetacular, Adriana Pereira de Jesus, João Borges, do Circo Lisboa, Adriano Esturilho e Adriano Petermann, respectivamente presidente e secretário do SATED.

Fonte: ALPR PR

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Assembleia recebe a exposição “Araucárias Vivas” do artista plástico Toto Lopes

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“Araucárias Vivas” é o tema da exposição do artista plástico Toto Lopes, aberta nesta segunda-feira (05), no Espaço Cultural da Assembleia. A mostra, uma iniciativa da deputada Cristina Silvestri (PP), é um convite à reflexão sobre a relação entre arte, natureza e sustentabilidade, através de esculturas únicas que emergem do refugo de tapumes de obra e compensados de madeira reflorestada. “Nós temos que valorizar o que é nosso. O Toto é um artista, eu sempre digo, que ama o Paraná. E ele consegue transmitir esse amor através da sua arte, representando a nossa história, a nossa cultura, as nossas raízes”, disse a deputada, ao destacar que o que ela mais valoriza no artista é o seu lado social, o seu lado humano.

“Ele trabalha com crianças, com idosos, com crianças especiais, transformando objetos que provavelmente iriam para o lixo em arte levando esperança às pessoas, transformando a vida deles. Além disso, ele faz pinturas lindas em hospitais de crianças e de forma voluntária. Então esse lado social do Toto também me encanta muito. Por isso, é uma pessoa que merece ser homenageada e que sua obra seja divulgada para o Paraná e para o mundo”, disse a deputada, ao entregar uma menção honrosa ao artista, como forma de reconhecimento à sua contribuição para a cultura do estado.

Presente na aberta da mostra, o presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), disse que é importante valorizar aqueles que valorizam o Paraná como Toto Lopes que é um apaixonado por esse estado, e que tem no pinheiro araucária, sua principal referência. “Para nós é uma honra muito grande ter você aqui nessa Casa e, em nome dos 54 deputados, quero agradecer todo o trabalho que você faz como artista, mas principalmente o trabalho que você faz divulgando o estado do Paraná, esse estado que é pujante, de gente séria, de gente trabalhadora, que está vivendo um momento extraordinário, mas que tem que valorizar os nossos artistas”, afirmou.

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Preservação

Toto Lopes falou um pouco sobre a sua exposição. “São araucárias que são feitas com reaproveitamento de material, tapumes de obra, compensados, que eu reutilizo e transformo elas em arte”, explicou. “A escolha de trabalhar com madeira reflorestada não é apenas uma opção estética, mas uma declaração de compromisso com a preservação ambiental e a valorização dos recursos naturais”, disse, ao destacar que a coleção “Araucárias Vivas” se inspira na majestosa araucária angustifolia, uma árvore que desempenha um papel vital em nosso ecossistema, mas que está ameaçada de extinção. “Minhas esculturas servem como um poderoso lembrete da fragilidade da natureza e da importância de sua preservação”, alertou. “É uma forma de repensar nossos hábitos de consumo e a importância de uma abordagem mais consciente em relação ao meio ambiente, é promover essa jornada de transformação e conscientização ambiental através da arte”, finalizou.

O artista também tem uma ligação grande com a questão social. “Na minha infância eu tive o privilégio de participar de um projeto gratuito, que transformava a arte junto com as crianças. Eu fui privilegiado de ter participado desse projeto e eu vi que a arte realmente tem um poder de transformação na vida de pessoas. E, hoje, eu utilizo a minha arte como um reflexo de tudo que eu recebi, mas também plantando várias sementinhas aí, mostrando para as crianças que a arte pode mudar a vida delas também”, explicou. A mostra fica em cartaz até o dia 09 de maio, das 09 horas às 18 horas, no Espaço Cultural da Assembleia.

Perfil

Tanielton Lopes Pereira, conhecido como Toto Lopes, nasceu em Campo Largo (PR), é especialista em reutilização de materiais descartados e formado em artes visuais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É um artista plástico autodidata, fundador da Toto Artes – Soluções Artísticas e se destaca pelo impacto social de seu trabalho.
Desde 2007, ministra oficinas de artes plásticas em projetos sociais do município de Campo Largo e Região Metropolitana de Curitiba, desenvolvendo oficinas para todos os públicos e faixas etárias, incluindo crianças com vulnerabilidade social, portadores de necessidades especiais, adultos, idosos, dentre outros.

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É idealizador e coordenador do Projeto Eco Natal que mobilizou mais de cinco mil pessoas para criar a decoração natalina de Campo Largo com materiais recicláveis; do projeto “Fazendo Arte”, que já atendeu mais de três mil crianças com vulnerabilidade social e do projeto “Medicando Alegria”, que visa levar apresentações de teatro, contação de história, música, circo para pacientes, familiares e funcionários de hospitais. Toto também é voluntariado do HI Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo. Além de ter suas obras reconhecidas no Brasil, o quadro “A Santa”, participou de três mostras de arte em Napoli e Roma (Itália), sendo uma delas o “Fórum Mundial da Cultura pela Paz”, organizada pena Unesco.

Premiações

O artista já recebeu diversas premiações, entre elas o prêmio de honra ao mérito “Professora Odila Portugal Castagnoli”, pelos relevantes serviços prestados a cidade e a cultura de Campo Largo; o “Prêmio Personalidades Empreendedoras do Paraná”, pelos relevantes serviços prestados para sociedade paranaense e a “Medalha das Ordens das Araucárias”, conferida pelo Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT/PR). Sua obra “Acaé Azul” foi reconhecida pelo Governo do Paraná para fazer parte do acervo artístico do cerimonial do estado, assim como a obra “Mestre Fandangueiro do Paraná”, que já faz parte do acervo artístico do Palácio Iguaçu.

Fonte: ALPR PR

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