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União entre IAT e UFPR viabiliza projeto experimental de recuperação de áreas úmidas

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Com o objetivo de recuperar áreas úmidas do Estado e virar referência nacional, o Instituto Água e Terra (IAT) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) se uniram e criaram no fim do ano passado o Núcleo Experimental de Restauração em Áreas Úmidas (Nerau). O departamento funciona em oito hectares de uma propriedade da instituição da Fazenda Experimental Canguiri, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e busca criar uma metodologia para a regeneração e normalização desses espaços, essenciais para o controle hídrico e sequestro de carbono.

Essa é uma das medidas promovidas pelo Governo do Estado para celebrar o Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado nesta segunda-feira (15) – há também ações em andamento envolvendo o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) . “É algo audacioso, que tem a capacidade de transformar o Paraná e servir de modelo para o País”, afirma a engenheira agrônoma do IAT, Daniela Nicole Ferreira.

Coordenadora e analista do setor de Licenciamento Florestal do instituto, Daniela é uma das idealizadoras do núcleo, órgão estratégico para a conclusão de sua tese de doutorado em Ciência do Solo pela UFPR. O foco, diz ela, é estudar diferentes modelos de restauração de áreas úmidas, ecossistemas periodicamente ou sempre inundados, com solos encharcados, como manguezais, brejos e pântanos.

Dentro desses locais, um em especial chama a atenção: são as áreas classificadas como turfeiras, principalmente aquelas que foram drenadas, mecanismo bastante utilizado para tornar o solo agricultável, transformando área alagada em seca.

A engenheira explica que as turfeiras funcionam como uma esponja que, quando encharca, absorve a água, e quando drena, expele tudo em direção ao rio. “Quando não está drenado, o solo vai liberando essa água aos pouquinhos. Isso faz com que o nível de água do rio permaneça em equilíbrio, evita a seca e enchentes também, já que tem capacidade de absorver muita água”, destaca Daniela.

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Além disso, segundo ela, esse solo tem um alto potencial de sequestro de carbono, agindo como ferramenta natural para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa. “Os estudos dizem que o planeta possui 3% de turfeiras, mas que esse ecossistema é capaz de captar 30% do carbono lançado na atmosfera”, complementa.

A medida vai ao encontro da resolução tomada durante a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021, realizada na Escócia, que estabeleceu que a metade das turfeiras já drenadas no planeta precisam ser restauradas até 2030 para servir como auxílio ao Acordo de Paris de 2015, que visa manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

PROCESSOS – Os primeiros passos do Nerau foram dados em dezembro de 2023 com a realização do planejamento, monitoramento e delineamento do projeto no espaço de oito hectares da Fazenda Experimental Canguiri, da UFPR, localizada na Bacia Hidrográfica do Rio do Corvo, afluente do Rio Canguiri, uma área úmida drenada na década de 1980.

A intenção é desenvolver, monitorar e avaliar a restauração da turfeira do Canguiri, bem como experimentar novas formas de promover a recuperação da área úmida antropizada – local que recebeu a ação do ser humano seja pela drenagem ou pela exploração intensiva.

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A primeira etapa consiste no monitoramento geral da área, que será realizado por um ano, com início em junho deste ano, a fim de obter dados representativos do “marco zero” do local. Em seguida está previsto o bloqueio dos drenos, a partir de julho de 2025, em toda área, com a execução de três etapas: supressão da vegetação; supressão da vegetação e transplante de espécies adaptadas à condição de umidade; e, por último, a não supressão. Paralelamente ocorrerá o monitoramento das ações para supervisionar qual processo atingirá mais rápido a restauração da área.

“A expectativa, de acordo com a literatura, é que suprimindo e implantando essas espécies de vegetação específicas acelere o processo de restauração. Já o não fazer nada atrasa. Estamos trabalhando para comprovar essa tese”, explica Daniela.

PARCERIA – O Nerau conta atualmente com a participação de nove pessoas, entre professores e alunos da UFPR e funcionários do IAT, mas está aberto a novos interessados. A estimativa é que os estudos sigam por pelo menos 30 anos, com o ingresso de novos participantes de diferentes cursos, sem previsão da quantidade de etapas.

Além de disponibilizar o laboratório de análises, o IAT atua no cultivo da vegetação específica de solos úmidos, para que possam ser transplantados em uma das fases do bloqueio dos drenos. Já a UFPR dispõe de equipamentos analíticos e também laboratórios parceiros.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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