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Sistema de drenagem da Orla de Matinhos é destaque em seminário nacional

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Os recursos de drenagem, com intervenções de micro e macrodrenagem, aplicados pelo Instituto Água e Terra (IAT) na obra de revitalização da Orla de Matinhos, Litoral do Paraná, foram um dos destaques do IV Seminário Nacional sobre Enchentes e Deslizamentos de Encostas.

O evento, que aconteceu entre segunda e terça-feira (10 e11), no auditório da sede do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Matinhos, reuniu representantes de Santa Catarina, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, além do Paraná, para a troca de experiências sobre prevenção, correção e solução de danos ambientais causados, principalmente, pela chuva.

Gerente de Saneamento do IAT, Carlos Alberto Galerani detalhou, durante a palestra “Planejamento da Drenagem Urbana visando Contenção de Cheias”, as ações adotadas pelo Estado para facilitar o escoamento da água das chuvas para o mar, por meio da instalação de canaletas com tampas removíveis em formato de U, como ferramenta de combate às cheias.

Segundo ele, são 23 quilômetros de microdrenagem, com investimento de R$ 39,2 milhões, e mais de mil metros de macrodrenagem (R$ 10 milhões), fases que se completam, com a macrodrenagem escoando a água que recebe do sistema da micro, como artérias garantem o transporte do sangue do coração para todas as partes do organismo.

“Entendemos que esse recurso é a melhor solução possível para a microdrenagem nas cidades do Litoral do Paraná. Apesar de possuírem um custo maior de implantação, essas canaletas são muito mais fáceis de limpar do que as tubulações tradicionais, proporcionando um custo benefício maior para o município”, afirmou Galerani.

Ele destacou, ainda, que as intervenções de macrodrenagem começaram em junho do ano passado e já alcançaram 67% de conclusão. Elas estão sendo feitas ao longo de 1,5 quilômetro no Canal da Avenida Paraná, no bairro do Tabuleiro, em Caiobá. O projeto prevê deixar o canal com sete metros de largura, em concreto formatado como um U (na base e nas laterais), aumentando a velocidade do escoamento e diminuindo o nível de alagamento.

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Matinhos tem por característica ser bastante plano, o que impacta nos acúmulos de água. O município conta com três saídas principais para o mar, pelos canais do Rio Matinhos, da Avenida Paraná e da Avenida Juscelino Kubitschek (JK). Neste último, parte da água deságua na prainha e outra no Rio Matinhos.

“O canal da Avenida Paraná terá a finalidade de aliviar as águas que vão para o Rio Matinhos, minimizando as cheias e melhorando a vida de uma grande parcela de moradores do bairro Tabuleiro, um dos mais afetados pelas chuvas”, disse Galerani.

OUTRAS AÇÕES – O gerente de saneamento do IAT falou também sobre outras medidas adotadas pelo órgão para a contenção de cheias nos municípios. “Passamos para os participantes algumas das alternativas que desenvolvemos para facilitar obras de micro e macrodrenagem no Paraná, como o Plano Diretor que usamos para coordenar ações de drenagem no Estado e o uso de imagens de satélite para a identificação de pontos vulneráveis que precisam de intervenções”, descreveu.

Diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, José Luiz Scroccaro explicou que todo ano é feito o repasse de verba para os municípios litorâneos para minimizar as cheias, especialmente em relação à limpeza dos canais. Apenas 2023, destacou ele, o investimento já alcançou R$ 12 milhões. “O nosso Litoral encontra-se em regiões planas, então quando chove, a cabeça d’água vem e causa o alagamento repentino”, afirmou.

ORLA DE MATINHOS – As ações apresentadas no evento têm ligação direta com as obras de melhoria da Orla de Matinhos, que já atingiu os 80% de conclusão e deve ser entregue para a população até o segundo semestre de 2024, com investimento de R$ 314,9 milhões por parte do Governo do Estado.

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A obra abrange canais de macrodrenagem e redes de microdrenagem, serviços de engorda da faixa de areia por meio de aterro hidráulico; estruturas marítimas semirrígidas; e revitalização urbanística da orla marítima com o plantio de espécies nativas.

Além do sistema de drenagem, as obras contemplam a melhoria da pavimentação asfáltica e recuperação de vias urbanas. O objetivo é minimizar os impactos gerados pela combinação do desequilíbrio de sedimentos, ocupações mal planejadas e fenômenos naturais, como chuvas fortes e ressacas que costumeiramente atingem o Litoral. “A precipitação anual no Litoral é bem maior do que nas outras regiões, e intervenções artificiais são necessárias para impedir que essa água acumule nas cidades e cause alagamentos”, explicou Galerani.

SEMINÁRIO – A quarta edição do Seminário Nacional sobre Enchentes e Deslizamentos de Encostas foi realizado pela Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas (Sobrade) e contou com o apoio do IAT na organização. O encontro já teve edições em Itajaí (Santa Catarina), Antonina e Curitiba, e tem como objetivo desenvolver e aprimorar a recuperação de áreas degradadas e a gestão ambiental.

“Tivemos apresentações sobre legislação de áreas de risco, sobre a drenagem urbana essencial para evitar enchentes, a saúde nas áreas pós enchente e debates sobre a realocação de pessoas em áreas de risco”, comentou o presidente da Sobrade, Maurício Balensiefer, sobre as contribuições que o evento proporcionou.

Opinião compartilhada pelos técnicos do IAT. “Os secretários municipais e integrantes da Defesa Civil das cidades participantes são formadores de opinião e podem usar os conhecimentos adquiridos no encontro para melhorar a resposta para situações de acidentes com cheias e deslizamentos”, destacou Scroccaro.

Fonte: Governo PR

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Rede estadual de educação do Paraná acolhe professores e alunos autistas

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Quando ingressou como professor na rede estadual de ensino, aos 21 anos, Evalney Riely Horst sentia que havia uma barreira entre ele e os demais colegas. Interpretar simples entonações de voz ou outros sinais não verbais representava uma dificuldade para ele. Ao participar do planejamento de educação inclusiva da escola, anos depois, ele teve a oportunidade de conhecer mais a fundo o que era autismo. Tendo se identificado com muitas de suas características, resolveu ele mesmo procurar orientação profissional.

Em 9 de abril de 2024, Evalney, aos 37 anos, finalmente recebeu o diagnóstico de portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “No começo foi estranho, precisei de um tempo até aceitar. Mas depois tudo foi fazendo sentido”, lembra. 

Desde a época em que estudava, Evalney tinha dificuldade para se enturmar, exceto quando se envolvia com atividades que o interessavam, como xadrez, informática e jogos eletrônicos, e que o tornavam alvo de bullying. Faltavam ao ambiente escolar formas de acolhimento a alunos como ele. “Não havia suporte, nem ouvíamos falar sobre autismo naquela época. Foi bem complicado para mim”, afirma.

Com o objetivo de promover a inclusão e o combate à discriminação da pessoa autista, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 2008, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. O TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado principalmente pela dificuldade de comunicação e interação social, podendo apresentar ou não déficits intelectuais e hiperfocos.

“Não tem cura, mas tem tratamento”, afirma a pedagoga e especialista em psicopedagogia e educação especial, Siana do Carmo de Oliveira Franco Bueno. “O maior desafio enfrentado pela pessoa com TEA é que muitas vezes ele é tratado de forma equivocada, apenas com medicação. Também é necessário que haja acompanhamento terapêutico e orientação adequada”.

O diagnóstico é feito por meio de avaliações, observações e acolhimento de relatos familiares e clínicos e deve acontecer o mais cedo possível. “Aos primeiros sinais atípicos no desenvolvimento infantil, pode-se iniciar o acompanhamento multidisciplinar objetivando uma avaliação completa do quadro”, explica o psicólogo Paulo Ricardo Ferreira.

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Segundo Siana, a importância do diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações ao longo da vida para a pessoa com TEA. “É para que o autista não venha a sofrer graves consequências na vida adulta, como depressão ou mesmo outros transtornos mais sérios, que poderiam causar prejuízos pela dificuldade de compreensão, tanto por ele como pelas pessoas de seu entorno”.

ENSINO DE QUALIDADE E INCLUSÃO – Juarez Gabriel Miranda Franco de Lima sempre gostou de ir ao circo. Um dia, em 2020, pendurou uma cortina na garagem de casa, botou um nariz de palhaço, apontou uma câmera para o palco improvisado e se apresentou como o palhaço JG. “Teve malabarismo com chapéu, piadas e muitas músicas infantis”, ele recorda. “Normalmente eu faço sozinho, mas às vezes deixo meus amigos fazerem uma apresentação”.

Aos 6 anos, Juarez era tratado como uma criança hiperativa. Até que Cleusa, sua mãe, orientada pela escola em que ele estudava, procurou ajuda profissional para o diagnóstico para TEA, que acabou se confirmando. A princípio preocupada – na adolescência, ela havia cuidado de uma criança com autismo severo –, Cleusa ficou aliviada com o apoio dado pela escola. “Ele conseguiu uma professora para ajudá-lo a se desenvolver nos estudos”, ela conta. “Tinham muita paciência e muito amor por ele. Ele é um menino muito inteligente e muito carinhoso com todo mundo”. 

Além das apresentações como o palhaço JG – devidamente registradas em seu canal no YouTube –, Juarez, que está no terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Wolff Klabin, é atleta, tendo competido em três edições dos Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (Parajaps), representando o Centro de Referência Paradesportiva de Telêmaco Borba. Em 2023, ele foi campeão paranaense, tendo conquistado ouro nas modalidades de 100, 200 e 400 metros. Correr, diz Juarez, o ajudou a se tornar uma pessoa mais independente. “Consigo cuidar de mim mesmo e já saio sozinho. Eu costumava me isolar, mas agora saio e convivo com outras pessoas”, comemora Juarez.

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Essas conquistas de Juarez e de outros 12 mil estudantes com diagnóstico de TEA são possíveis graças aos serviços de acolhimento e assistência oferecidos pela Secretaria Estadual da Educação (Seed-PR). Esses serviços são distribuídos nas escolas levando-se em conta as necessidades dos estudantes.

Os Profissionais de Apoio Escolar (PAE), que ajudam estudantes com deficiência a participar das atividades escolares, e Professores de Apoio Educacional Especializado (PAEE), que atendem alunos com necessidades educacionais especiais, são contratados conforme estudo de caso. 

Já as Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), que funcionam no contraturno e ajudam na integração social dos alunos, são autorizadas para todas as escolas que possuam estudantes da educação especial e que não sejam de educação integral.

“O Paraná desenvolve ações voltadas aos alunos com TEA desde a origem do atendimento educacional especializado”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda. “Com o aumento do número de estudantes identificados, as ações têm sido potencializadas para garantir a inclusão de todos eles”.

Hoje, para atender estudantes com diagnóstico de TEA, a rede estadual de educação conta com cerca de 3 mil SRMs, 1.400 PAEs e 4.100 PAEEs.

“Hoje em dia, eu percebo muitas coisas boas, como atendimento especializado com profissionais capacitados, salas de recursos multifuncionais e palestras para conscientização”, avalia Evalney, que hoje leciona no Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, em Irati, no Centro-Sul do Estado. “Na escola, quando contei do diagnóstico, a direção me acolheu e inclusive me incentivou a usar o cordão do autismo, como forma de inspirar alunos autistas”.

Fonte: Governo PR

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