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Projeto da ONU-Habitat que envolve cidades do Paraná avança mais uma etapa

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O projeto Conexões Urbanas, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) em três cidades do Paraná, avançou mais uma etapa nesta semana com a conclusão dos estudos envolvendo Barracão e Bom Jesus do Sul, no Sudoeste. O relatório já foi entregue aos municípios e também será encaminhado para o Paranacidade, serviço social autônomo vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas, que organiza os repasses aos municípios para melhorar equipamentos urbanos.

A única fronteira seca entre Brasil e Argentina localiza-se em um aglomerado urbano formado por três cidades de estados distintos: Barracão, no Sudoeste do Paraná; Dionísio Cerqueira, no extremo oeste de Santa Catarina; e Bernardo de Irigoyen, no nordeste da província argentina de Misiones. São pequenas cidades conurbadas com intensas interações econômicas, sociais e culturais. Um quarto município faz parte dessa rede: Bom Jesus do Sul, que já foi distrito de Barracão. Juntas, as quatro cidades têm uma população de 50 mil habitantes.

Por compartilharem a mesma mancha urbana, seus limites territoriais são mais perceptíveis nos mapas do que caminhando em suas ruas. Em algumas áreas, a depender do lado que se caminhe, ora se está em solo argentino, ora brasileiro. Há um intenso movimento pendular de pessoas e bens entre as cidades, que contribui para que a população local perceba as cidades como partes de um mesmo território a despeito das demarcações espaciais e diferenças culturais.

Nessa região fronteiriça, os espaços públicos são essenciais para a inclusão e coesão social, bem como a construção de um senso de comunidade. Exemplo disso é o Parque Turístico e Ambiental de Integração, localizado na divisa Brasil-Argentina, cuja criação é resultado da cooperação dos dois países. Ele representa uma quebra de paradigma, na qual a fronteira não foi delimitada por barreiras físicas, mas sim celebrada como um lugar de encontro da população das duas nações.

É neste contexto único que se insere o projeto, cujo objetivo é apoiar os municípios na definição de ações para a melhoria de sua rede de espaços públicos. Para isso, ele realizou um estudo para avaliar parques, praças e instalações esportivas das quatro cidades. 

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A análise desenvolvida ao longo de 2022 avaliou 32 espaços públicos, observando as seguintes dimensões: distribuição, acessibilidade, instalações físicas, conforto, segurança, verde, governança, tipos de usos e usuários. As informações foram coletadas através de visitas de campo com observações técnicas, entrevistas com moradores da região e em uma oficina com servidores públicos e lideranças locais.

RESULTADOS – Na região estudada, a pesquisa revelou que a maioria dos espaços se localiza em bairros próximos à fronteira, uma das áreas mais densas dos municípios. Também foi possível perceber que nos bairros mais afastados a disponibilidade de espaços públicos é reduzida. Cerca de 23% da população não tem a possibilidade de acessar um espaço público em tempo inferior a 15 minutos de caminhada.

A partir das entrevistas com a população local foi possível identificar as principais atividades que ocorrem nos espaços públicos. As pessoas afirmaram que os eventos planejados mais comuns estão relacionados a atividades esportivas, culturais e artísticas. Em relação aos usos espontâneos há predomínio das atividades comerciais (ambulantes), esportivas e brincadeiras.

O relatório apresenta também o perfil. Mais da metade dos espaços públicos é frequentada predominante ou exclusivamente por moradores de seu próprio município. Em relação à faixa etária, os espaços tendem a ser mais frequentados por meninas e meninos até 14 anos. Desta forma, a pesquisa reitera a importância dos espaços públicos abertos para a recreação e a necessidade de envolver os jovens em projetos e atividades nos espaços.

No contexto local, a estratégia de apoio à distribuição equitativa de espaços públicos de alta qualidade é muito relevante, segundo a ONU-Habitat. Melhorias na rede de espaços públicos podem ocorrer por meio da requalificação dos já existentes e implantação de novos espaços públicos. Para a requalificação, a infraestrutura deve incluir elementos mínimos. Para a criação de novos espaços, é dada atenção às porções da área urbana com maior densidade e das quais leva mais tempo para caminhar para acessar um espaço público.

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Para projetos na região voltados à requalificação e ampliação de espaços públicos, o estudo reforça que é importante conhecer as necessidades da população dos quatro municípios. A participação das pessoas serve para definir as necessidades, saber que tipos de instalações físicas os diferentes grupos gostariam de receber, e identificar alternativas de melhoria que poderiam ser implementadas. Conhecendo as necessidades e desejos de diferentes grupos, é possível ser mais assertivo na propriedade e, consequentemente, na sustentabilidade desses espaços públicos.

CONEXÕES URBANAS – O projeto tem como objetivo fortalecer os governos locais através do planejamento e desenho urbano participativo de espaços públicos através de recomendações de políticas públicas, desenvolvimento de capacidades do corpo técnico, compartilhamento de conhecimento e apoio à regeneração de espaços públicos. 

Ele é financiado pela Conta de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDA), fazendo uso de metodologia criada pelo Programa Global de Espaços Públicos do ONU-Habitat. Além da região composta pelas cidades mencionadas, fazem parte do projeto os municípios de Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Este (Paraguai) e mais duas cidades no Líbano.

Ao longo de dois anos (2022-2023), o projeto vai promover escutas da população e atores locais, realizar oficinas com autoridades e lideranças dos territórios, elaborar um diagnóstico dos espaços públicos a partir de metodologias participativas e revisar políticas migratórias e urbanas.

Com base nos diagnósticos e na participação da população, será apresentada uma proposta de projeto de requalificação para um espaço público que seja relevante para cada grupo de municípios, além de realizar recomendações de políticas públicas para a rede de espaços. Também estão previstos eventos e oficinas regionais e internacionais com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências e boas práticas entre as cidades participantes do projeto.

Confira AQUI o relatório Avaliação de Espaços Públicos da Cidade.

Fonte: Governo do Paraná

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Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

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O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

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A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

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“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

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