Mais de 300 professores da rede estadual de ensino estão participando de terça (22) a quinta-feira (24) de oficinas de robótica para desenvolvimento coletivo de protótipos propostos pela Coordenação de Tecnologias Educacionais do DTI (Departamento de Tecnologia e Inovação) da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte.
O evento presencial acontece em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado, e faz parte da conclusão de uma formação online oferecida durante todo o ano pela Seed-PR e dividida em dois módulos, um em cada semestre. Além do material produzido pela Seed-PR para cada aula, as 2 horas e meia de reuniões semanais por videoconferência foram fundamentais para os docentes se aperfeiçoarem e ministrarem as aulas do Robótica Paraná, programa iniciado neste neste ano em 252 colégios para mais de 15 mil estudantes no contraturno – tanto do ensino fundamental quanto do médio.
“No início, fiquei meio com medo. Era tudo novo, diferente. Eu posso dizer que melhorei mil por cento graças a essas formações, pois fui vendo que não era um bicho de sete cabeças. Quando vi a programação, cheia de códigos, fiquei preocupado, mas hoje é outra realidade, outra visão da robótica, e a gente quer melhorar mais”, disse Marcio Alves Pereira, professor de Matemática e Robótica no Colégio Estadual José Luiz Gori, de Mandaguari.
O diretor de Tecnologia e Inovação da Seed-PR, Gustavo Garbosa, agradeceu o empenho dos professores e técnicos dos 32 Núcleos Regionais de Educação que foram os precursores da robótica como programa de larga escala da secretaria.
“A ideia da robótica para além da parte educacional é a tendência de a gente ter cada vez mais robôs ou a automação fazendo tarefas perigosas, dos setores de segurança, da saúde, ou mesmo da domótica [integração dos mecanismos automáticos de um espaço residencial]”, disse. “Vocês são os futuros embaixadores, a turma de professores que vai ajudar a escalar essa área do conhecimento para outros docentes”, acrescentou.
Garbosa ressaltou que o mercado de trabalho da robótica dentro de setores como o das telecomunicações, eletrônica, programação, internet das coisas e automação (industrial e residencial) está ansioso por profissionais, uma vez que a escassez é grande. “O nosso aluno vai sair do ensino médio com essa bagagem, com esse conhecimento que hoje só a faculdade dá”, afirmou.
Durante a formação nesta semana, os professores participaram de quatro oficinas de quatro horas cada com a utilização dos componentes do kit de robótica, atividades mão na massa, gamificação e exercícios de programação com os softwares Arduíno e mBlock.
Uma das oficinas, por exemplo, é a do Robô Sentimental, na qual ocorre a construção e programação de um animatrônico [dispositivo que simula um ser vivo] feito de canudos de papel. Ao fim da atividade, o robô emite uma frase de acordo com a escolha da equipe, além de mover olhos, sobrancelhas e maxilar em sincronia com os sons emitidos. As outras eram a criação de jogos no mBlock, robô socorrista e Missão Marte, uma oficina imersiva com a resolução de problemas e gamificação.
AMPLIAÇÃO DA ROBÓTICA — Iniciado em grande escala neste ano, o ensino da robótica será ampliado no ano letivo de 2023. Atualmente ofertada como aula extracurricular no contraturno de mais de 250 colégios pelo programa Robótica Paraná e em 25 escolas com Educação em Tempo Integral, a disciplina fará parte do itinerário formativo de Matemática e Ciências da Natureza na 2ª série do ensino médio e também será estendida a todas as escolas de tempo integral no ano que vem. Ou seja, o ensino da robótica em diferentes formas vai estar presente em mais de 1,8 mil colégios.
INVESTIMENTO — Para atender a demanda, a Seed-PR já comprou os novos equipamentos, que vão chegar aos colégios entre dezembro deste ano e fevereiro de 2023. Ao todo, são 18,3 mil novos kits de robótica, em um investimento de R$ 57,4 milhões. Esse valor corresponde aos 18,3 mil kits específicos de robótica (com centenas de componentes eletrônicos), além de um chromebook para uso junto de cada kit, que também pode ser utilizado para outras atividades, como as plataformas online da Seed-PR, quando não estiverem sendo utilizados para o ensino de robótica.
Os kits serão parecidos com os já adquiridos anteriormente, com algumas melhorias e atualizações em componentes e módulos para otimizar o tempo das aulas. “A gente está enriquecendo ele com novos itens, pois a robótica não para. Todo ano tem diferença, todo ano tem novidade”, diz Garbosa.
Fonte: Governo do Paraná