Com objetivo de chegar ao desperdício zero dos alimentos movimentados nas Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR), o programa Banco de Alimentos Comida Boa passou por uma expansão e passou a fazer doações de hortifrutigranjeiros para instituições criadoras de animais. Desde o início de 2024, foram distribuídas 24 toneladas por mês a entidades que recebem animais resgatados ou trabalham na preservação de espécies ameaçadas.
O Banco de Alimentos Comida Boa identifica produtos não comercializados pelos atacadistas e produtores rurais na Ceasa-PR, mas que estão em condições de consumo. As hortaliças em bom estado são processadas e destinadas a entidades assistenciais como creches, hospitais, orfanatos e outras instituições. Com a expansão do programa, o excedente que está em boas condições, mas não se adequa às normas sanitárias para consumo humano, passou a ser destinado a instituições de cuidado animal.
“São frutas e legumes com algum tipo de avaria que podem ser consumidos pelos animais após uma preparação por parte dos criadouros. São, por exemplo, frutas com furos. Na entidade eles tiram esta parte do alimento e usam o restante para a nutrição animal. Estamos caminhando para ser a primeira Ceasa do Brasil com aterro zero dos resíduos. O próximo passo é transformar o que não dá para os animais consumirem em composto orgânico”, afirmou o diretor-presidente da Ceasa-PR, Éder Eduardo Bublitz.
Por dia, 8 mil toneladas de alimentos são comercializadas nas cinco unidades do Estado. Antes do programa Banco de Alimentos Comida Boa, 50 toneladas por dia eram desperdiçadas por não serem comercializadas. Com a destinação dos alimentos para as entidades de assistência social, quase metade deste volume passou a ser reaproveitado. Ao todo, mais de 440 toneladas por mês são doadas para entidades assistenciais, o que representa um volume anual de 5,3 mil toneladas de alimentos.
PARCERIAS – Atualmente, duas instituições de cuidado animal recebem os alimentos do programa: +Mais Zoo Mantenedouro de Fauna Silvestre e o Criadouro Onça Pintada. Ambos são empreendimentos de fauna licenciados pelo Instituto Água e Terra (IAT) e tratam animais silvestres e exóticos resgatados porque estavam em situação de abandono, maus-tratos ou que foram apreendidos.
Os estabelecimentos abrigam animais que não têm mais condições de serem devolvidos à natureza ou por um período de tratamento em que eles precisam passar por cuidados especiais, como algum tipo de reabilitação física.
Para o responsável pelo Criadouro Onça Pintada, Luciano Saboia, a parceria tem sido muito importante para o cuidado dos animais que estão na instituição, que fica em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. São 2,2 mil animais de 190 espécies diferentes.
“Estamos recebendo estas doações de alimentos que são impróprios para a comercialização, mas que, aqui, são 100% aproveitados para a alimentação de várias espécies, muitas delas ameaçadas de extinção e que se enquadram em programas nacionais e internacionais de preservação”, afirmou.
De acordo com o diretor-presidente da Ceasa-PR, o objetivo é fazer o programa crescer, com doações por todo o Estado. “As doações para as instituições de cuidado animal, que neste momento acontecem na Ceasa de Curitiba, é mais um passo para a gente diminuir este desperdício. Com a consolidação deste projeto, vamos avançar nas parcerias nas outras unidades do Paraná”, afirmou Bublitz.
Animais do Criadouro Onça Pintada estão sendo alimentados pela parceria. Foto: Criadouro Onça Pintada
BANCO DE ALIMENTOS – A distribuição em larga escalda das hortaliças para centenas de instituições por meio do Banco de Alimentos Comida Boa surgiu em abril de 2020, logo após a chegada da pandemia da Covid-19.
Atualmente, mais de 330 entidades, como casas de longa permanência de idosos, hospitais públicos, casas de recuperação, projetos de contraturno escolar, abrigos, associações de moradores e famílias em situação de vulnerabilidade social, recebem os alimentos.
Ele também conta com a participação do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen) para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade. Elas trabalham no processamento dos alimentos e participam de atividades de capacitação em educação alimentar para, posteriormente, repassarem o conhecimento à comunidade.
Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná
Published
2 meses ago
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5 de maio de 2025
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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2.
Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.
O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor.
De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.
Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.
SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).
Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.
Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .
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