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MON promove primeira oficina artística para jovens autistas

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O Museu Oscar Niemeyer (MON) promove no sábado, 15 de abril, às 9h30, a primeira edição de uma oficina artística direcionada ao público autista. A atividade será gratuita, com número limitado de vagas, mediante inscrição prévia. Os interessados poderão se inscrever até o dia 10 abril e serão selecionados por ordem de inscrição. A participação será confirmada por e-mail.

Será uma oficina de grafite e estêncil, ministrada pelo artista curitibano Fúlvio Pacheco, que também é autista. A atividade é alusiva ao 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data voltada à conscientização da sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, explica que o foco da instituição é atender os diferentes públicos da melhor forma possível. “Criamos, há algum tempo, o programa MON para Todos, que desenvolve projetos para receber diversos públicos. Foi criado também o Núcleo de Acesso e Participação, que é responsável por pensar programas específicos, e o último implantado foi para autistas”, informa. 

ARTISTA – Fúlvio Pacheco é coordenador da Gibiteca de Curitiba e coordenador do Núcleo Paraná da Associação de Pessoas Autistas (Abraça). Quadrinista, participou de 43 publicações entre coletâneas e individuais. Concorreu quatro vezes ao prêmio HQ Mix (Oscar Nacional dos Quadrinhos) e participou de 60 exposições entre coletivas e individuais. Como professor, ministra cursos, palestras e debates sobre arte e quadrinhos direcionados a pessoas autistas.

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MON INCLUSIVO – No ano passado, o Museu Oscar Niemeyer entregou ao seu público a Sala de Acomodação Sensorial (SAS), espaço criado especialmente para pessoas neurodivergentes que precisam de um local reservado e com estímulos reduzidos. A SAS faz parte de um programa de inclusão abrangente, o MON para Todos.  Também foi desenvolvida uma cartilha com normas e orientações para o atendimento ao público autista e/ou neurodivergente, bem como passou a ser disponibilizado o cordão de girassóis, acessório reconhecido mundialmente para a identificação de pessoas com deficiências não visíveis, como o autismo.  

Criado em 2019, o Núcleo de Acesso e Participação (NAP) é formado por uma equipe multidisciplinar do MON com a missão de melhorar as condições de acesso dos diferentes públicos, trabalhando na construção de soluções de acessibilidade e inclusão social.

Além de apoio aos programas de inclusão já existentes (MON para Todos para pessoas cegas e pessoas surdas), o NAP desenvolve ações que contemplam o atendimento a pessoas autistas, por meio da criação de duas importantes ferramentas: a Narrativa Social e o Mapa Sensorial, utilizados para preparar a visita desse público ao Museu. 

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MON PARA TODOS – O programa foi criado pelo Museu Oscar Niemeyer para ampliar o acesso das pessoas com deficiência ao acervo e às atividades oferecidas pela instituição. 

Para pessoas cegas ou com baixa-visão, o programa conta com legendas em Braille, maquete tátil, audioguia, esculturas originais e réplicas em miniatura. O MON para Todos oferece ainda atividades realizadas em Libras para pessoas surdas e o atendimento específico para pessoas no Espectro Autista.

Serviço

Oficina de Grafite e Estêncil, com Fúlvio Pacheco

Jovens autistas a partir de 14 anos

15 de abril, sábado

Das 9h30 ao meio-dia

Número de vagas: 15

Os interessados poderão se inscrever AQUI até dia 10/4, e serão selecionados por ordem de inscrição. A participação será confirmada por e-mail.

Fonte: Governo PR

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Rede estadual de educação do Paraná acolhe professores e alunos autistas

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Quando ingressou como professor na rede estadual de ensino, aos 21 anos, Evalney Riely Horst sentia que havia uma barreira entre ele e os demais colegas. Interpretar simples entonações de voz ou outros sinais não verbais representava uma dificuldade para ele. Ao participar do planejamento de educação inclusiva da escola, anos depois, ele teve a oportunidade de conhecer mais a fundo o que era autismo. Tendo se identificado com muitas de suas características, resolveu ele mesmo procurar orientação profissional.

Em 9 de abril de 2024, Evalney, aos 37 anos, finalmente recebeu o diagnóstico de portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “No começo foi estranho, precisei de um tempo até aceitar. Mas depois tudo foi fazendo sentido”, lembra. 

Desde a época em que estudava, Evalney tinha dificuldade para se enturmar, exceto quando se envolvia com atividades que o interessavam, como xadrez, informática e jogos eletrônicos, e que o tornavam alvo de bullying. Faltavam ao ambiente escolar formas de acolhimento a alunos como ele. “Não havia suporte, nem ouvíamos falar sobre autismo naquela época. Foi bem complicado para mim”, afirma.

Com o objetivo de promover a inclusão e o combate à discriminação da pessoa autista, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 2008, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. O TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico, caracterizado principalmente pela dificuldade de comunicação e interação social, podendo apresentar ou não déficits intelectuais e hiperfocos.

“Não tem cura, mas tem tratamento”, afirma a pedagoga e especialista em psicopedagogia e educação especial, Siana do Carmo de Oliveira Franco Bueno. “O maior desafio enfrentado pela pessoa com TEA é que muitas vezes ele é tratado de forma equivocada, apenas com medicação. Também é necessário que haja acompanhamento terapêutico e orientação adequada”.

O diagnóstico é feito por meio de avaliações, observações e acolhimento de relatos familiares e clínicos e deve acontecer o mais cedo possível. “Aos primeiros sinais atípicos no desenvolvimento infantil, pode-se iniciar o acompanhamento multidisciplinar objetivando uma avaliação completa do quadro”, explica o psicólogo Paulo Ricardo Ferreira.

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Segundo Siana, a importância do diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações ao longo da vida para a pessoa com TEA. “É para que o autista não venha a sofrer graves consequências na vida adulta, como depressão ou mesmo outros transtornos mais sérios, que poderiam causar prejuízos pela dificuldade de compreensão, tanto por ele como pelas pessoas de seu entorno”.

ENSINO DE QUALIDADE E INCLUSÃO – Juarez Gabriel Miranda Franco de Lima sempre gostou de ir ao circo. Um dia, em 2020, pendurou uma cortina na garagem de casa, botou um nariz de palhaço, apontou uma câmera para o palco improvisado e se apresentou como o palhaço JG. “Teve malabarismo com chapéu, piadas e muitas músicas infantis”, ele recorda. “Normalmente eu faço sozinho, mas às vezes deixo meus amigos fazerem uma apresentação”.

Aos 6 anos, Juarez era tratado como uma criança hiperativa. Até que Cleusa, sua mãe, orientada pela escola em que ele estudava, procurou ajuda profissional para o diagnóstico para TEA, que acabou se confirmando. A princípio preocupada – na adolescência, ela havia cuidado de uma criança com autismo severo –, Cleusa ficou aliviada com o apoio dado pela escola. “Ele conseguiu uma professora para ajudá-lo a se desenvolver nos estudos”, ela conta. “Tinham muita paciência e muito amor por ele. Ele é um menino muito inteligente e muito carinhoso com todo mundo”. 

Além das apresentações como o palhaço JG – devidamente registradas em seu canal no YouTube –, Juarez, que está no terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Wolff Klabin, é atleta, tendo competido em três edições dos Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (Parajaps), representando o Centro de Referência Paradesportiva de Telêmaco Borba. Em 2023, ele foi campeão paranaense, tendo conquistado ouro nas modalidades de 100, 200 e 400 metros. Correr, diz Juarez, o ajudou a se tornar uma pessoa mais independente. “Consigo cuidar de mim mesmo e já saio sozinho. Eu costumava me isolar, mas agora saio e convivo com outras pessoas”, comemora Juarez.

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Essas conquistas de Juarez e de outros 12 mil estudantes com diagnóstico de TEA são possíveis graças aos serviços de acolhimento e assistência oferecidos pela Secretaria Estadual da Educação (Seed-PR). Esses serviços são distribuídos nas escolas levando-se em conta as necessidades dos estudantes.

Os Profissionais de Apoio Escolar (PAE), que ajudam estudantes com deficiência a participar das atividades escolares, e Professores de Apoio Educacional Especializado (PAEE), que atendem alunos com necessidades educacionais especiais, são contratados conforme estudo de caso. 

Já as Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), que funcionam no contraturno e ajudam na integração social dos alunos, são autorizadas para todas as escolas que possuam estudantes da educação especial e que não sejam de educação integral.

“O Paraná desenvolve ações voltadas aos alunos com TEA desde a origem do atendimento educacional especializado”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda. “Com o aumento do número de estudantes identificados, as ações têm sido potencializadas para garantir a inclusão de todos eles”.

Hoje, para atender estudantes com diagnóstico de TEA, a rede estadual de educação conta com cerca de 3 mil SRMs, 1.400 PAEs e 4.100 PAEEs.

“Hoje em dia, eu percebo muitas coisas boas, como atendimento especializado com profissionais capacitados, salas de recursos multifuncionais e palestras para conscientização”, avalia Evalney, que hoje leciona no Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, em Irati, no Centro-Sul do Estado. “Na escola, quando contei do diagnóstico, a direção me acolheu e inclusive me incentivou a usar o cordão do autismo, como forma de inspirar alunos autistas”.

Fonte: Governo PR

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