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MON abre mostra com obras de Eisenstein, um dos diretores mais inovadores da história do cinema

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O Museu Oscar Niemeyer (MON) apresenta a exposição “Serguei Eisenstein e o Mundo”. A mostra será inaugurada no dia 22 de junho, na Sala 11, para comemorar os 125 anos de nascimento do cineasta russo. A curadoria é de Luiz Gustavo Carvalho e Naum Kleiman.

Por meio de um conjunto de desenhos, esboços, fotografias, caricaturas, projeções e objetos, a exposição apresenta parte do processo criativo de um dos diretores mais inovadores e pioneiros da história do cinema. Serguei Eisenstein influenciou grandes cineastas e revolucionou o mundo das imagens com suas múltiplas linguagens.

“Os muitos desenhos que ele nos deixou eram a etapa inicial na preparação de seus lendários filmes. Tê-los agora aqui, ao alcance de nossos olhos, é um privilégio”, diz a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika

Ela explica que a grandiosidade da mostra apresentada pelo MON propõe também o diálogo com objetos e imagens que inspiraram Eisenstein, assim como filmes posteriormente influenciados por ele, promovendo uma verdadeira imersão do visitante ao universo gráfico do artista.

“Confirmando o caráter transdisciplinar do Museu, ao abordar as influências de Eisenstein, a exposição constrói ainda um diálogo potente com a coleção de arte asiática do acervo permanente do MON, da qual empresta obras que integram seu repertório”.

Para a secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, a exposição é uma oportunidade única de contato com obras emblemáticas. “Vejo essa exposição como uma oportunidade única de contato com obras emblemáticas, tanto para os fãs de Serguei Eisenstein quanto para pessoas que ainda não conhecem o seu trabalho e trajetória, mas que agora poderão conhecer bem de perto. Uma vez mais o MON se prova como uma grande janela aberta para o mundo”, afirma a secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira.

EISENSTEIN E O MUNDO – A exposição retrata o universo de um dos nomes mais revolucionários da arte no século XX a partir da sua obra gráfica. As múltiplas linguagens visuais utilizadas por Serguei Eisenstein na sua obra foram para o mundo das imagens o que a Revolução Russa foi para os arranjos sociais, políticos e econômicos que transformavam a Europa no início do século.

Composta por cerca de 200 obras, a exposição tece, através de esboços, fotografias, caricaturas, projeções e objetos, diálogos com acontecimentos e culturas que influenciaram o artista no seu processo criativo: do teatro Kabuki às culturas pré-colombianas, da Revolução Russa à Haitiana.

Entre elas, estão 8 obras de arte asiática, gravuras e máscaras, que pertencem à coleção permanente do Museu Oscar Niemeyer, confirmando a transversalidade do acervo do MON às exposições temporárias que a instituição realiza.

Os desenhos exibidos apresentam a autonomia deste universo gráfico e eram considerados pelo próprio diretor como uma forma de transcrição dos seus pensamentos, tornando-se também uma etapa primordial na preparação dos seus filmes.

Os esboços, assim como os desenhos de cenários, figurinos e personagens, transformam a exposição também num rico observatório sobre o processo criativo do diretor. Na exposição, o diálogo com este conjunto de obras que é marcado pelo seu aspecto cinemático é ainda enriquecido através da confrontação com objetos de diversas culturas que influenciaram o artista, provocando ainda um intenso diálogo com excertos dos filmes de Serguei Eisenstein, também projetados no espaço expositivo.

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“A ideia é propor ao público uma verdadeira imersão no complexo e rico processo criativo do artista, no qual o desenho está presente de maneira perene: das primeiras correspondências enviadas à mãe até as últimas meditações gráficas, que contrastam com as imagens irônicas e cotidianas do diretor”, afirmam os curadores Luiz Gustavo Carvalho e Naum Kleiman.

O ARTISTA – Serguei Eisenstein nasceu em Riga, em 1898. Após ter concluído a Escola Real, iniciou seus estudos no Instituto de Engenharia Civil de Petrogrado, mas precisou interrompê-los com a eclosão da Revolução Russa. Nessa época, como soldado do Exército Vermelho, teve o

primeiro contato com o teatro Kabuki e o idioma japonês, influências que o acompanhariam por toda a vida. Em 1920, instalou-se em Moscou e começou os estudos teatrais na classe de Vsevolod Meyerhold, um dos principais diretores de teatro do século XX, realizando também seus

primeiros trabalhos no teatro Proletkult. Em 1923, escreveu o primeiro ensaio para o jornal LEF. A busca pela linguagem cinematográfica moderna, a descoberta das novas possibilidades de montagem, ritmo e ângulo foram realizadas nos seus três primeiros longas-metragens: “A Greve” (1925), “O Encouraçado Potiémkin” (1925), considerado até hoje como um dos dez mais importantes filmes da história do cinema, e “Outubro” (1927). Em 1928, fez uma viagem de dois anos pela Europa, tendo ministrado palestras em Berlim, Zurique, Londres e Paris.

Entre 1930 e 1932, após ter alguns roteiros reprovados pela indústria cinematográfica de Hollywood, viveu e trabalhou no México. O filme “Que Viva México!”, feito com o cineasta Grigori Aleksándrov e o operador Eduard Tissé, principal fruto da passagem do diretor pelas Américas,

permaneceu, entretanto, inacabado. Sob suspeita de deserção, Eisenstein viu-se forçado a regressar à União Soviética e retomou suas atividades como professor no Instituto Estatal de Cinema (VGIK). O filme “Alexander Niévski”, com música de Serguei Prokofiev, alcançou um enorme

sucesso junto ao público e foi um marco tanto no processo criativo de Eisenstein quanto no retorno do cineasta ao cenário cinematográfico da antiga União Soviética. Na última década de sua vida, entre 1938 e 1948, Eisenstein começou a refletir sobre uma nova forma de cinema, terminando a sua carreira com o filme “Ivan, o Terrível”, no qual trabalhou durante os anos passados em evacuação, em Alma-Ata (Cazaquistão), durante a Segunda Guerra Mundial.

No entanto, o último filme do diretor, cuja ideia principal era sobre a expiação trágica de um governante pelos crimes cometidos durante sua luta pelo poder, recebeu ataques ferozes da crítica oficial. A segunda parte do filme foi banida, até 1958, e a terceira nunca foi realizada. Doente e

impactado pela censura ao filme, Serguei Eisenstein morreu em 1948, aos 50 anos. Deixou um legado que ultrapassa a sua filmografia e contempla uma vasta obra gráfica e diversos estudos teóricos sobre o cinema. Ele é um dos nomes fundamentais na consolidação da linguagem das

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imagens em movimento e um dos pioneiros da montagem cinematográfica. Sua obra influenciou grandes cineastas, tais como Mikhail Romm, Orson Welles, Jean-Luc Godard, Brian de Palma, Oliver Stone, Alfred Hitchcock, Ettore Scola e Glauber Rocha, e continua sendo objeto de estudo de

diretores, artistas e críticos do cinema.

SOBRE OS CURADORES – Luiz Gustavo Carvalho é curador, artista e pianista. É o maior especialista na obra de Serguei Eisenstein no âmbito mundial. Fez sua primeira curadoria na França, em 2011. No Brasil, como curador de mais de 80 exposições, apresentou pela primeira vez no país

a obra de diferentes artistas visuais, tais como Antanas Sutkus, Serguei Maksimishin, Mac Adams, François Andes, entre outros. Em 2012, criou o Festival Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, que recebeu, durante as últimas nove edições, mais de 400 artistas sob a

sua direção artística. Entre 2011 e 2014, integrou a direção artística do Zeitkunst Festival, em Berlim. Participou de diferentes programas de residência artística na América do Sul, na Europa e na Ásia. Desde 2016, vem colaborando com o Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, no Rio

de Janeiro.

Naum Kleiman, nascido em 1937, é historiador de cinema e curador. Foi cofundador do Arquivo Serguei Eisenstein, organização que dirigiu entre 1967 e 1985. Em 1989 foi também cofundador do Museu de Cinema de Moscou, em 1989, o qual dirigiu até o verão de 2014. Considerado um dos

maiores especialistas da obra de Serguei Eisenstein, é autor de inúmeras publicações sobre a obra do cineasta russo, assim como do documentário “A Casa do Mestre”. Integra frequentemente os júris dos mais importantes festivais internacionais de cinema. Seu trabalho pela defesa do

cinema na Rússia contemporânea é internacionalmente reconhecido. Em 1992, recebeu a Ordem das Artes e Letras do governo francês e, em 1995, a Medalha Goethe, outorgada pelo governo alemão. Naum Kleiman foi homenageado com a Câmera Berlinale durante a 65ª edição do festival homônimo.

SOBRE O MON – O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço

Exposição “Serguei Eisenstein e o Mundo”

Sala 11

Abertura: 22 de junho, 19hProdução: Ars et Vita.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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