PARANÁ
Modelo de tratamento penal do Paraná cresce a cada ano e vira referência em ressocialização
Publicado em
15 de maio de 2023por
Itajuba TadeuA Penitenciária Central do Estado – Unidade de Progressão (PCE-UP), situada no Complexo Penitenciário de Piraquara, foi inaugurada no Paraná em março de 2017. Projeto inovador e até então único no País, ela foi criada para promover tratamento penal humanizado, levando trabalho e estudo a todos os custodiados. Nessa modalidade, apenas alguns selecionados e sem histórico de envolvimento com as organizações criminosas estão aptos a participar e não há superlotação ou tempo ocioso: todos cumprem alguma função dia e noite.
Ela tem múltiplos objetivos: viabiliza progressões de pena mais rápidas, contribuindo com o equilíbrio de vagas no sistema, uma vez que a Lei de Execução Penal pressupõe compensação na pena diante de trabalho e educação; serve de exemplo de tratamento penal eficiente num sistema que ainda experimenta novas ideias; e promove baixos índices de reincidência – o que, seis anos depois, se mostrou uma aposta muito acertada, uma vez que a média de reincidência apresentada pelas Unidades de Progressão é de apenas 5%, segundo dados da Polícia Penal.
Na época da implementação, a presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, chegou a visitar o local. Hoje em dia, ele é referência nacional devido às ações transformadoras, conta com o apoio de todas as instituições (Tribunal de Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil) envolvidas no sistema de Justiça e alguns estados já mostraram interesse em adotar o modelo na íntegra.
O Paraná conta com cinco Unidades de Progressão destinadas à custódia de pessoas privadas de liberdade do sexo masculino, nas cidades de Piraquara, Ponta Grossa, Guarapuava, Londrina e Cascavel. Outras quatro unidades são femininas, em Foz do Iguaçu, Londrina e Piraquara. São atendias 2.208 pessoas privadas de liberdade. Esses estabelecimentos são de regime fechado e admitem apenas detentos com bom comportamento carcerário e em fase final de cumprimento de pena, entre seis meses e cinco anos da data de progressão.
O modelo implementado nas UPs visa uma custódia mais humanizada e digna durante o cumprimento da pena e, consequentemente, gera impacto positivo na segurança pública. Elas são focadas em oferecer atividades que ocupem integralmente o tempo diário do indivíduo, por meio de projetos de profissionalização, capacitação e ensino de qualidade, todas realizadas dentro do estabelecimento penal. A Polícia Penal têm convênios com diversas empresas e essas pessoas fabricam cadeiras de rodas, móveis, roupas, esquadrias, além da produção de alimentos em hortas.
Para o ingresso do detento nesse local, são avaliados diversos aspectos – a situação processual e social, adesão a projetos laborais e educacionais, comportamento carcerário e identificação de lideranças negativas. Além disso, a Divisão Jurídica da unidade analisa as anotações de faltas, comportamento, bem como todos os indicadores necessários para a garantia do funcionamento adequado da unidade, evitando qualquer risco para a segurança dos envolvidos. Nas UPs, o contato entre eles e os policiais penais é muito mais próximo que em unidades mais fechadas.
Atualmente, quase 30% da população carcerária paranaense trabalha, mas nas Unidades de Progressão 100% dos apenados devem estar inseridos em atividades laborais. A empregabilidade garante a progressão de regime e o ganho mensal de um salário mínimo – 25% do valor fica no fundo orçamentário do Estado, cobrindo grande parte da despesa da custódia. A cada três dias de trabalho, um é reduzido da pena a ser cumprida.
O diretor-geral da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Osvaldo Messias Machado, afirma que o modelo de tratamento penal das Unidades de Progressão é o principal fator para reduzir o índice de retorno ao sistema prisional.
“Para pensar em premissas que diminuam a reincidência criminal, é preciso pensar na transformação da conduta do indivíduo. Constatamos que conseguimos baixos índices de reincidência através do trabalho, do estudo, da assistência jurídica e religiosa, do resgate familiar e da humanização do tratamento penal. Temos menos detentos em um mesmo espaço e conseguimos entregar muito mais atenção. Esse é o modelo das Unidades de Progressão”, explica.
Murilo, de 29 anos, está custodiado na Penitenciária Central do Estado – Unidade de Progressão há dois anos. Atualmente, trabalha na cozinha e conta sobre a sua evolução pessoal, profissional e familiar.
“Eu nunca imaginei que poderia chegar onde cheguei no sistema prisional. Desde que eu entrei em uma unidade de progressão, pude finalizar meu ensino médio, entrar na graduação de licenciatura de Educação Física, além de me capacitar profissionalmente no ramo da gastronomia. A questão familiar é outra coisa muito importante que pude desenvolver também. Hoje a minha família me vê como uma pessoa capaz de ter uma vida digna e honesta”, compartilha.
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PROJETO REVOLUCIONÁRIO – O projeto das Unidades de Progressão teve origem no programa “Cidadania nos Presídios” do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em conjunto com o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e de Medidas Socioeducativas (GMF) do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e Polícia Penal do Paraná. Ele ganhou arcabouço legal em decretos, resoluções e portarias ao longo dos anos.
O desembargador Ruy Muggiati, um dos responsáveis pela iniciativa, explica que o propósito das Unidades de Progressão é humanizar o tratamento penal a partir do cumprimento da Lei de Execução Penal e da aplicação dos conceitos e práticas da Justiça Restaurativa. “Hoje, as Unidades de Progressão são um modelo de tratamento penal que serve como referência para as outras unidades do Estado e do País, sendo de extrema importância para a eliminação do estado de coisas inconstitucionais que sempre se verificou no sistema carcerário”, destaca.
O coordenador do GMF, juiz Eduardo Lino Bueno Fagundes Júnior, explica que o modelo de tratamento penal das UPs reflete positivamente na vida da sociedade. “Com a introdução das UPs, realizada há alguns anos, verificou-se um empenho para a melhoria dos espaços prisionais, e com essas providências denota-se uma grande melhora na classificação, manejo e tratamento da população intramuros, que se reflete também no momento da retomada da liberdade”, explica.
Uma das principais ferramentas que auxilia no desenvolvimento do sistema prisional do Paraná é a separação dos apenados por perfil, o que ocorre em dois momentos: durante o ingresso no sistema e durante a transferência dos indivíduos aptos para ingressar na Unidade de Progressão. Esse modelo foi sendo aperfeiçoado ao longo do projeto, visando a busca pela excelência.
A Comissão Técnica de Classificação (CTC), prevista na Lei de Execução Penal, é a responsável por analisar e organizar o fluxo de ingresso de detentos nas Unidades de Progressão. Existente em todas as unidades prisionais do Estado, é composta pelos diretores dos estabelecimentos e por uma equipe multidisciplinar – chefes de serviço, psicólogo, terapeuta, assistente social, psicólogo, entre outros.
A equipe é responsável por fazer uma avaliação psicossocial, com análises no âmbito jurídico, laboral, de ensino, de segurança e de resgate de vínculo familiar do recluso. Além disso, verifica se o apenado cumpre os requisitos técnicos para ingressar nas UPs: estar em fase final de cumprimento de pena, não ter cometido crimes hediondos (ou seja, exceto aqueles praticados sem violência ou grave ameaça) e não possuir outro processo em andamento com mandado de prisão vigente.
“O maior benefício da classificação das pessoas privadas de liberdade é o sistema prisional conseguir traçar o perfil dos detentos que são custodiados pelo Estado e, principalmente, possibilitar a individualidade da pena à luz da Lei de Execução Penal”, explica o diretor de Tratamento Penal da Polícia Penal do Paraná, Blacito Sampaio.
No mês passado, as UPs receberam uma comitiva com representantes do Conselho Nacional dos Secretários de Administração Penitenciária (Consej) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Eles conheceram a experiência paranaense porque buscam novos projetos na área.
Para o secretário de Administração Penitenciária do Maranhão e presidente do Consej, Murilo Andrade de Oliveira, o Paraná é referência em ressocialização para o Brasil. “É uma iniciativa fantástica que pode ser replicada em todo o País. A forma de trabalho e como os detentos são selecionados, de acordo como perfil de cada um, são um diferencial”, afirmou. “Essas pessoas vão voltar para a sociedade, então temos que atuar para que elas tenham acesso à educação e à capacitação, para que possam voltar com oportunidades e não cometam novos delitos”.
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OUTRO BOM EXEMPLO – Outro bom exemplo do Estado na área é a ressocialização de mulheres apenadas dentro do projeto Banco de Alimentos Comida Boa, desenvolvido nas Ceasas. Ele coleta alimentos não comercializados, doados pelos atacadistas e produtores rurais, que seriam descartados por estarem visualmente imperfeitos para comercialização, mas que estão em boas condições para consumo. Eles são selecionados, minimamente processados ou destinados em forma “in natura” pela equipe operacional do programa, composta pelas custodiadas.
Em 2022, foram distribuídas 5,85 mil toneladas de hortigranjeiros para entidades assistenciais em todo o Estado, cerca de 487 toneladas por mês, totalizando 331 entidades e 130 mil pessoas impactadas mensalmente. O programa recebe, por ano, um aporte de R$ 2,5 milhões do Governo do Estado.
O projeto foi reconhecido na semana passada com o Prêmio Áster 2023, promovido pela Esic Business & Marketing School. O objetivo é garantir a segurança alimentar e nutricional para as populações mais vulneráveis e que são atendidas pelas entidades sociais cadastradas, como creches, orfanatos, hospitais públicos. A iniciativa consiste na coleta de alimentos que seriam descartados, mas que mantêm boas condições de consumo, e distribuição a quem mais precisa.
SÉRIE – Esta é uma matéria da série “Paraná, o Brasil que dá certo“, produzida pela Agência Estadual de Notícias para mostrar projetos, iniciativas e áreas que o Paraná se destaca no Brasil.
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná
Published
2 semanas agoon
5 de maio de 2025By

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2.
Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.
O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor.
De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.
Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.
SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).
Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.
Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .
Fonte: Governo PR

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