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Mês da Mulher: conheça Vânia Cirino, cientista que democratizou o feijão no campo e na mesa

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Vânia Moda Cirino, diretora de pesquisa do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), é expoente nacional na área de agronomia. Ela ocupa a cadeira número 68 da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA), que reúne cientistas brasileiros com destacada atuação nesse campo do conhecimento científico. É premiada, reconhecida pelos pares e personagem da série de reportagens da Agência Estadual de Notícias que apresenta grandes mulheres paranaenses.

Vânia iniciou sua carreira como pesquisadora em 1986 no então Iapar, ingressando na área de genética e melhoramento de plantas. Formada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), ligada à Universidade de São Paulo (USP), fez pós-doutorado no Instituto di Radiobiochimica Ed Ecofisiologia Vegetali, em Roma, vinculado ao Consiglio Nazionale Delle Ricercha, da Itália.

No IDR-Paraná, a pesquisadora é responsável técnica pelo desenvolvimento de mais de 38 cultivares de feijão, que contribuiram para aumentar a produção e a renda de pequenas propriedades rurais, reforçar a segurança alimentar da população e tornar o Paraná líder nacional na produção do produto, com mais de 450 mil hectares por safra, equivalente a 750 mil toneladas do produto.

Muitos dos materiais desenvolvidos no IDR-Paraná extrapolaram o território do Estado e são cultivados em várias regiões produtoras do Brasil e do Exterior.

A escolha desta cultura para o trabalho de melhoramento genético não foi por acaso. Filha de agricultores, Vânia foi criada acompanhando a produção de feijão, principal fonte de renda da família “O feijão sempre esteve presente na minha vida como significado de prosperidade, felicidade, realização e fartura”, afirma.

Foi assim que, ao ingressar na universidade entrou logo com um projeto de iniciação científica versando sobre o feijão. Na estação de pesquisa do Instituto de Agronômico, em São Paulo, Vânia deu inicio à seleção e avaliação de linhagens para precocidade e resistência ao mosaico dourado – principal doença que afeta a cultura. Pouco depois entrou no IDR-Paraná para atuar com o programa de feijão no Banco de Germoplasma.

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RECONHECIMENTO – Além de ocupar a cadeira da ABCA, a pesquisadora coleciona títulos e condecorações pela alta qualidade técnica do trabalho de pesquisa que desenvolve. Em 2007 foi agraciada com o Destaque Tecnológico – Prêmio Banco do Brasil, na categoria Pesquisa. Em 2009, recebeu o Troféu Glaici Zancan de Mulheres na Ciência, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná.

Ela também participa de vários colegiados, como a Comissão Técnica Nacional de BioSegurança (CTNBio), que é ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e presta apoio técnico e de assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa a organismos geneticamente modificados.

Vânia também se dedica a atividades voltadas à formação de novos pesquisadores. Colabora com programas de pós-graduação, orienta estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado. Além disso, regularmente, publica artigos em periódicos, reuniões científicas, congressos, livros e boletins técnicos.

A pesquisadora lembra que sua trajetória incluiu grandes desafios, principalmente porque, há quase 40 anos, a área de melhoramento genético era predominantemente masculina. “A todo instante nós, mulheres, tínhamos que provar conhecimento para conseguir ocupar espaços. Tínhamos que produzir muito mais, assumindo novos projetos, atividades acima do esperado para ter reconhecimento na área. Além da desigualdade salarial em relação aos colegas”, lembra.

Hoje o cenário está bem diferente, principalmente com as políticas de equidade implantadas pelas empresas, com os planos de carreira e salários igualitários.

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GENÉTICA  O melhoramento genético de uma cultura é um processo contínuo e permite colocar no mercado novas variedades, mais resistentes e que superam as anteriores em rendimento e qualidade. O trabalho é árduo e requer dedicação, empenho e continuidade. Foi exatamente a seriedade que garantiu o êxito da cientista do IDR-Paraná.

Algumas das cultivares desenvolvidas pela pesquisadora, ao longo dos seus quase 38 anos de atuação no IDR-Paraná, estão entre as mais cultivadas em todo o Brasil. Elas respondem por 69% do feijão preto e 19% do feijão carioca produzidos no Brasil. A preferência dos produtores se dá pelas vantagens garantidas pela pesquisa.

O IPR Águia, do grupo comercial carioca, por exemplo, se destaca pela alta tolerância ao escurecimento dos grãos, característica desejada especialmente pelos agricultores que podem estocar a produção por mais tempo. Já o IPR Cardeal, de grãos vermelhos (tipo Dark Red Kidney) foi desenvolvido para o segmento de exportação e será utilizado para a indústria.

“O feijão é uma cultura agricultores familiares, de pequenas propriedades. O melhoramento genético resulta em cultivares mais produtivas e menos dependente de insumos, porque apresentam mais resistência a doenças. Além disso, têm potencial de rendimento maior, uma melhor qualidade nutricional dos grãos com maior teor de ferro, de zinco e proteína”, afirma.

“A aceitação das variedades paranaenses é motivo de orgulho para mim. É bom ver que o trabalho deu resultado e hoje somos exemplos nacionais”, afirma. 

Todas as cultivares de feijão estão disponíveis neste link.

Fonte: Governo do Paraná

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Em 2024, Governo do Paraná investiu mais de R$ 250 milhões em segurança alimentar

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Segurança alimentar é uma prioridade no Paraná e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) tem investido em iniciativas sólidas para garantir o acesso à alimentação de qualidade, promover a geração de renda e fortalecer a agricultura familiar. Ela acontece por meio dos programas Compra Direta, Restaurantes Populares, Hortas Urbanas, entre outros.

Em 2024, o Estado reforçou seu compromisso em combater a insegurança alimentar com ações estratégicas e integradas que beneficiaram mais de 500 mil famílias em situação de vulnerabilidade com um investimento de mais de R$ 250 milhões do Estado, promovendo também a sustentabilidade alimentar.

Para isso o Estado se guia pelo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional 2024-2027, recém-publicado, que é o resultado de um esforço conjunto da Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan-PR) e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-PR).

A publicação do plano reafirma o compromisso e a busca do Governo do Estado com a promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e com a construção de um sistema agroalimentar mais sustentável, que valorize os circuitos curtos de comercialização e respeite os hábitos alimentares da população paranaense. Esse novo plano abrange 9 eixos, com seus respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de 83 metas e 170 ações relacionadas.

COMPRA DIRETA – O programa que visa adquirir gêneros alimentícios de cooperativas ou associações da agricultura familiar, para entregar diretamente à rede socioassistencial do Estado, beneficiou cerca de mil entidades filantrópicas do Paraná, atendendo 358,6 mil pessoas com o recebimento de alimentos diversificados. Essa ação promoveu também a geração de renda para aproximadamente 20,4 mil agricultores familiares de 179 associações e cooperativas do Estado, totalizando um investimento de R$ 60 milhões.

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Os contratos assinados em 2024 finalizam em fevereiro de 2025 e uma nova chamada pública, que prevê a contratação de R$ 70 milhões em gêneros da agricultura familiar, está em fase final de planejamento.

LEITE DAS CRIANÇAS (PLC) – O programa que busca combater a desnutrição infantil, fornecendo diariamente 1 litro de leite enriquecido com vitaminas A, D e ferro quelato para crianças de 6 a 36 meses pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade social, em 2024 distribuiu aproximadamente 36,5 milhões de litros de leite de 4,5 mil produtores nos 1.291 pontos de distribuição espalhados pelo Estado, atendendo cerca de 100 mil crianças e totalizando um investimento de R$ 166 milhões.

O PLC é um programa intersecretarial, que conta com a participação da Seab, secretarias de Estado da Educação, da Justiça e Cidadania (Seju), e da Saúde (Sesa), além do monitoramento e fiscalização do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (Consea-PR).

PROGRAMA AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) – O programa federal compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. Entre a execução mista (com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e a direta (com a Seab), estão sendo beneficiados 1.666 agricultores de 162 municípios, com recursos na ordem de R$ 17,9 milhões. O grande destaque do ano foi a estreia do PAA Indígena, que beneficiou comunidades de 24 municípios com as maiores concentrações populacionais, totalizando R$ 1,5 milhão de investimento.

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RESTAURANTES POPULARES – Em 2024 o programa de restaurantes que oferecem refeições saudáveis e acessíveis para a população vulnerável formalizou 4 convênios para a construção e implantação de restaurantes populares nos municípios de Pato Branco, Cianorte, Campo Mourão e Quedas do Iguaçu. Os convênios totalizaram um investimento de R$ 21,5 milhões (Seab + municípios) e beneficiaram diretamente cerca de 5.500 pessoas.

HORTAS URBANAS, CENTRAIS PÚBLICAS E FEIRAS, COZINHAS E PANIFICADORAS – Em 2024 foram formalizados 22 convênios que beneficiaram diretamente a população de 11 regionais. Os convênios totalizaram um investimento de 3,6 milhões (Seab + municípios) e devem beneficiar diretamente 38.838 pessoas.

SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – Atualmente o Paraná é o Estado com maior número de adesões em números absolutos ao Sisan, com 319 municípios, que correspondem a 24,5% do total de 1.301 adesões nacionais. A iniciativa possibilita que os municípios tenham acesso facilitado a recursos e políticas públicas nacionais, além de demonstrar o compromisso crescente com o combate à fome.

Fonte: Governo PR

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