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MAC Paraná recebe 170 obras do carnavalesco André Malinski, agora incorporadas ao acervo

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O Museu de Arte Contemporânea do Paraná recebeu a significativa doação de mais de 170 obras de André Malinski, artista visual, pesquisador acadêmico e carnavalesco, falecido precocemente, aos 55 anos, em novembro de 2021. As obras foram doadas pela família do artista e passam a integrar agora o acervo do MAC-PR com todos os devidos cuidados de conservação e catalogação. Com a indexação dessa nova coleção, o acervo do museu passa a ter 2.029 obras de arte.

Luiz Henrique Malinski Vianna, sobrinho de André Malinski, conta que o artista já manifestava a intenção de doar parte de suas obras para um museu há alguns anos, porém não teve tempo de concretizar esse desejo em vida. “Após sua passagem, decidimos realizar esse desejo. A escolha do MAC se deu em virtude de o André já ter exposto neste museu e, também, através de indicações de outros artistas, que enalteceram o bom trabalho e o extremo zelo que a equipe tem com as obras de acervo e, principalmente, com a memória do artista”, diz.

Luiz Henrique conta, ainda, que o intuito da família e dos amigos é eternizar a memória de André, e por isso não seria justo que suas obras ficassem esquecidas. “Queremos que ele continue vivo neste plano através de suas obras, inspirando mais e mais pessoas por toda a eternidade”, afirma.

Para a diretora do MAC Paraná, Carolina Loch, o acervo do MAC é vivo, está em constante transformação e abriga as mais diversas linguagens artísticas, como as obras baseadas em tempo. “Por isso, receber as obras do artista André Malinski é enriquecer e atualizar esse acervo, cumprindo com o que o museu se propõe em seu regimento: preservar memória e patrimônio, ter sua ação voltada para a comunidade na qual ele está inserido”, completa. 

“O MAC quer consolidar a extensa e incansável produção artística de André Malinski para contar cada vez mais a história da arte contemporânea paranaense, reconhecendo a importância de sua produção artística e o interesse na musealização do seu acervo”, destaca.

Para Carolina, a produção de Malinski é parte do imaginário local, uma referência na formação de muitas gerações de jovens artistas, e o MAC é um espaço de convivência, um lugar de ação crítica e reflexiva do mundo atual, um instrumento de humanização. “A coleção Malinski chega para reforçar essa vocação central do museu”, arremata

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DOAÇÃO – Os 174 trabalhos estão agora sob processo de musealização pela equipe do MAC Paraná, após doação formalizada pela família do artista. Joanes Barauna, responsável pelo Setor de Acervo, conta que receber essa coleção deixa a equipe imensamente feliz e instigada por se tratar de materiais que vêm para somar e atualizar temáticas importantes da contemporaneidade.

“Participamos de todo o processo, desde o recebimento das obras até o momento atual, a fase de catalogação. Nesta etapa, que vai da limpeza mecânica das obras até a organização documental e conceitual, encontramos detalhes, materiais e técnicas que revelam muito do processo de como André constituía suas obras, o que nos permite acompanhar de perto as fases do artista”, explica Joanes.

“Por vezes temos a impressão de que estamos em diálogo direto com ele. É também desafiador por se tratar de um artista que trabalhava com múltiplas linguagens e materiais”, afirma. As obras são gravuras, têxteis, fotografias, desenhos e instalações, mas a doação não se limita somente ao trabalho estético de Malinski: também inclui boa parte de seus estudos, pesquisas e produção acadêmica.

Artur Freitas, professor e pesquisador acadêmico, foi orientador de mestrado e doutorado de André Malinski no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (PPGHIS/UFPR) entre 2017 e 2021 – anos nos quais o artista dedicou-se ao estudo da obra do importante artista paranaense Raul Cruz (1957-1993). Para ele, a doação da coleção Malinski é uma grande conquista para os acervos públicos do Paraná.

Freitas ressalta que, assim como Raul, André era um artista múltiplo, com atuação em diferentes frentes. “Nele, era visível a confluência entre artes visuais e um entendimento dilatado da performatividade, de ocupação do espaço público, de urgência política do presente. Sua atuação como carnavalesco era indissociável de um entendimento amplo e generoso de arte, em tudo orientado por uma perspectiva afirmativa, plural e desnormativa”, pontua.

O professor e pesquisador afirma que isso é parte do que se vê nas pinturas, gravuras e colagens, que operam com uma ideia de montagem de zonas heterogêneas da vida. “Da mesma forma que suas obras plásticas, as múltiplas personas de André eram a expressão sintomática de sua poética. Quem viu aquele corpanzil montado nas tamancas sabe do que eu estou falando. Ninguém abria um leque como ele”, rememora.

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SOBRE O ARTISTA – André Americano Malinski nasceu em Marcelino Ramos (RS) em 7 de outubro de 1966, cresceu na cidade de São Jorge d’Oeste, no Sudoeste do Paraná, e passou grande parte de sua vida adulta em Curitiba. Artista visual, carnavalesco, designer, educador e historiador, circulou por diversos meios e atuou em diferentes frentes desde o início de sua carreira até seu falecimento, em 15 de novembro de 2021.

Suas primeiras experiências estéticas foram em São Jorge d’Oeste, inspirando suas criações anos mais tarde. Os artefatos interioranos e domésticos e as imagens de santos, ornamentações de igrejas e capelinhas são elementos presentes em muitas de suas obras, combinados com elementos pop e ressignificações com influências da cultura gay.

Em 1981 passou a viver em Curitiba e pouco depois ingressou na faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná, mas não concluiu o curso. Nessa época, integrou grupos de teatro amador, como o “Grupo É Hoje!”, sob a direção de Jorge Teles. Também fez as suas primeiras “montações” performativas como drag queen estilo dark/pós-punk e desenvolveu uma linha de acessórios com inspiração retrô, participando de desfiles e sessões fotográficas. Teve experiências com o desenho de figurinos e cenários teatrais.

Ainda na década de 1980, mudou-se para São Paulo e depois para Milão (Itália), onde absorveu novas referências até retornar a Curitiba, já em 1996. Nessa época, começa a estudar produção de arte e adota o nome artístico pelo qual seria conhecido pelo resto da vida: AnilinA.

Ao longo da carreira foi selecionado em diferentes edições de Salões de Arte importantes, como o Paranaense, e venceu prêmios significativos como artista e educador, entre eles o Prêmio Darcy Ribeiro em 2019, pela atuação no setor educativo do Museu Oscar Niemeyer ao implantar, em parceria com Karina Marques, o programa Arte para Maiores (voltado para pessoas com mais de 60 anos).

Sensível e simultaneamente provocativo, André Malinski levava expressão artística, em diferentes meios e linguagens, como um modo de vida. Era uma presença de carinho unânime entre todos que conviveram com ele, seja no museu, na sala de aula, no teatro ou na folia do carnaval.

Fonte: Governo do Paraná

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Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

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O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

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A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

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“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

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