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IAT aperta fiscalização contra o lançamento de dejetos da suinocultura

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O Instituto Água e Terra (IAT) vai intensificar a fiscalização em relação ao lançamento clandestino de dejetos gerados pela atividade de suinocultura nas Bacias do Rio Piquiri, Paraná II e Paraná III, na região Oeste do Paraná. O número de denúncias cresceu 60% entre 2021 e 2022, saltando de 46 para 73. Foram outras 56 reclamações apenas nos primeiros seis meses deste ano.

A prática é considerada crime ambiental pela Lei Federal 9.605/98 por poder levar à mortandade de peixes e outros animais, ferindo a biodiversidade local. Pode resultar, ainda, em malefícios à saúde, especialmente no caso de mananciais utilizados para abastecimento água. As multas, segundo o IAT, variam de R$ 5 mil até R$ 50 milhões, dependendo da intensidade da ocorrência. Desde 2019, o órgão ambiental aplicou R$ 974 mil em multas a produtores da região.

“Ninguém tem o direito de poluir os recursos hídricos, uma vez que a água e a biodiversidade são patrimônios de todos. Os suinocultores que estão cometendo esse crime ambiental podem aguardar ações ostensivas do Estado para coibir a prática”, afirmou a gerente de Licenciamento do IAT, Ivonete Coelho da Silva Chaves.

Ela reforça o pedido para que a população ajude a identificar os infratores, fazendo a denúncia nos escritórios regionais do IAT, com registros em fotos e vídeos dos lançamentos ilegais – são 21 unidades no Estado, três no Oeste (Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu).

Também conta com a colaboração das cooperativas agrárias instaladas na região. “Elas têm a responsabilidade de instruir e cobrar dos seus cooperados para que cumpram a Resolução SEDEST n.015/2020 que estabelece claramente quais são as condições para empreendimentos de suinocultura no Paraná”, disse.

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Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a suinocultura na área de atuação da regional de Toledo, que compreende 20 municípios, gera por dia 28,81 milhões de litros de dejetos. “Nós precisamos atuar em flagrante, por isso as denúncias da população são fundamentais”, afirmou Luiz Henrique Fiorucci, chefe do escritório regional do IAT em Toledo.

Segundo ele, em dias chuvosos o descarte clandestino se intensifica. “Despejam de madrugada. Há concentração de esterco, mau cheiro, acúmulo de vetores, a água fica turva e poluída”.

Fiorucci explicou que a grande problemática no descarte inapropriado de dejetos está na alta concentração de fósforo e nitrogênio, elementos químicos presentes no esterco suíno que quando despejados sem tratamento estimulam a proliferação de algas, e estas por sua vez consomem o oxigênio, inviabilizando respiração de peixes e de outras espécies aquáticas. “Em alguns casos é possível identificar a mortandade de peixes e de outros animais porque a água fica sem oxigênio”.

ECONOMIA – O piscicultor Anderson Dal’Maso conhece bem os impactos negativos que o descarte clandestino causa na economia, especialmente na renda familiar. Ele gerencia 11 tanques de tilápia em Toledo e conta que quando a água está contaminada o prejuízo é certo: os peixes morrem, os que não morrem ficam doentes, gerando gastos com tratamentos. “Encarece o custo da produção em no mínimo 10% a depender de quanto a água está contaminada. Já teve vez que precisei investir quase R$ 10 mil só em tratamento. Isso reduz a margem de lucro, e esse peixe precisa ficar 60 dias estocado, desintoxicando antes de chegar à mesa do consumidor”, destacou.

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Anderson acredita que o problema é cultural e que os criadores de suínos precisam compreender os danos que causam para o meio ambiente por meio de práticas ilegais. “Antigamente esse descarte era normal para cultura deles, e na cabeça do suinocultor esse descarte no rio é pouca coisa. Mas qualquer 50m100 litros já impacta, porque o dejeto de suíno é muito forte”, afirmou.

De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Toledo ocupa o 1º lugar na produção nacional de suínos e é 5º lugar na produção de peixes. A atividade concentrou 2.869.986 de cabeças de suínos.

Segundo pesquisa trimestral do abate de animais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a março de 2023, o Paraná contribuiu com 20,5% da produção suína nacional, totalizando 14,6 milhões de cabeças de suínos. O Estado perde apenas para Santa Catarina, líder de produção com 29%.

Para Fiorucci, esses números demonstram a importância da atividade para o Paraná, mas a atividade também está submetida a critérios técnicos de preservação e conservação ambiental, especialmente na manutenção dos corpos hídricos. “Quem lança o esterco sem tratamento nos corpos hídricos não tem noção do tamanho do prejuízo que está causando na economia do Paraná”, ressaltou.

DENÚNCIAS – Você pode ajudar a cuidar da natureza. Em caso de crimes ambientais, acione a Ouvidoria do IAT ou os escritórios regionais dos municípios mais próximos. Para falar diretamente com o Escritório Regional de Toledo, pode mandar mensagens para o (041) 99554-1160. Também estão disponíveis ao público os telefones (41) 3213-3466 e (41) 3213-3873 ou 0800-643-0304.

Fonte: Governo PR

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Decreto isenta de ICMS biogás, biometano e combustível sustentável de avião no Paraná

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O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta segunda-feira (05) o Decreto nº 9.817 que concede isenção sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações para aquisições de bens destinados à fabricação de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), biometano, biogás, metanol e CO2. 

Além disso, o decreto também concede a isenção do ICMS na aquisição de máquinas, equipamentos, aparelhos e componentes para geração de energia a partir do biogás, como bombas de ar ou de vácuo, compressores de ar ou de outros gases e ventiladores; coifas aspirantes, contadores de gases. As duas medidas buscam tornar o Paraná mais competitivo na atração de negócios em energia renovável, alavancando o desenvolvimento estadual.

O decreto internaliza os convênios 161/2024 e 151/2021, aprovados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) durante o Encontro Nacional dos Secretários da Fazenda em dezembro. Com a regulamentação, as isenções já estão em vigor. 

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De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, a ideia é justamente estimular investimentos em combustíveis sustentáveis no Paraná, colocando o Estado em posição de destaque no cenário nacional. “Queremos consolidar o Paraná como uma referência e um polo na produção de novas energia e incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, são formas de pavimentar esse caminho, estimulando investimentos no setor”, explica.

Um dos objetivos da iniciativa, aponta Ortigara, está em tornar o biometano economicamente viável. “O Paraná já é o maior produtor de proteína animal do Brasil, então queremos aproveitar o potencial que já existe aqui para fomentar a cadeira de biogás e biometano. Temos potencial para sermos uma Arábia Saudita do combustível renovável”, diz. “É usar dejetos de animais para gerar energia e, com as novas isenções, facilitamos o caminho para tornar o Estado ainda mais sustentável”.

SUSTENTABILIDADE – Os esforços do Paraná em se tornar referência na produção de combustíveis sustentáveis a partir do reaproveitamento do potencial agrícola não se limita apenas à isenção do ICMS. Embora a medida assinada pelo governador estimule ainda mais o setor, o Estado já aposta na geração de energia renovável também por meio de outros programas, como o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR).

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Executado pelo IDR-Paraná, ele incentiva os produtores rurais a produzir sua própria energia ou combustível. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável, por meio do Banco do Agricultor Paranaense.

Segundo levantamento do Centro Internacional de Energias Renováveis (Cibiogás), o Paraná lidera com folga o número de plantas de biogás na região Sul, com 426 unidades instaladas, 348 delas da agropecuária. Em Santa Catarina são 126 plantas e no Rio Grande do Sul 84. O Paraná foi responsável com 53% do volume de geração de biogás na região no ano passado, com 461 milhões de metros cúbicos normais. .

Fonte: Governo PR

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