NOVA AURORA

PARANÁ

Governador inaugura obra de ampliação do maior colégio indígena do Paraná

Publicado em

O Colégio Estadual Indígena Cacique Gregório Kaekchot, de Manoel Ribas, no Centro do Estado, ganhou uma quadra coberta e novas estruturas para atender os 750 alunos da Terra Indígena Ivaí, onde fica a escola. O governador Carlos Massa Ratinho Junior inaugurou nesta quinta-feira (2) a obra de ampliação, que recebeu investimento de R$ 2,36 milhões do Governo do Estado, por meio do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar).

Concluída em janeiro, a ampliação contempla uma área total de pouco mais de 1.100 metros quadrados e já atende o início do ano letivo de 2023. Além da quadra, a obra também incluiu a construção de uma cozinha com refeitório e uma passarela coberta. 

Mas a reestruturação será ainda maior, afirmou Ratinho Junior, com a substituição da sala de aula de madeira ainda presente no colégio por uma nova estrutura, dentro do programa do Governo do Estado de retirar todas as salas de madeira das escolas paranaenses, além da pintura completa da unidade. “Vamos deixar essa escola, que é o maior colégio indígena do Paraná, cada vez mais bonita”, afirmou.

“O lema do nosso governo é não deixar ninguém para trás, de trabalhar para o Paraná como um todo, para todas as regiões, classes sociais, raças e credos”, salientou o governador. “E no Colégio Cacique Gregório Kaekchot, além da melhoria da estrutura, também temos todo o trabalho pedagógico como nas demais escolas paranaenses, com aulas de informática, de inglês, junto com o kaigang e o português e todas as inovações que implantamos na rede estadual paranaense, que é a melhor do Brasil”. 

Ratinho Junior destacou ainda que o Estado é pioneiro no acesso dos povos originários à formação superior com o Vestibular dos Povos Indígenas, que oferece 52 vagas por ano nas universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM), Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) e na Universidade Federal do Paraná (UFPR). “A educação paranaense também tem foco nos povos originários do nosso Estado. Hoje temos quase 300 indígenas fazendo curso superior nas nossas universidades”, complementou.  

O prefeito de Manoel Ribas, José Carlos da Silva Corona, destacou que as melhorias no colégio demonstram o respeito com que o Governo do Estado trata os povos indígenas paranaenses. “Diante do cenário que o Brasil vive diante dos nossos irmãos indígenas, comemoramos o incentivo do Governo do Paraná à educação dos povo kaigang de Manoel Ribas, nossa comunidade está em festa”, afirmou.

“No Paraná, tratamos as escolas indígenas da mesma forma que as regulares. Elas têm toda a infraestrutura disponível, com laboratório de informática, aula na plataforma de inglês, tudo o que tem nas áreas urbanas tem nas escolas indígenas também, elas recebem o mesmo tratamento e as mesmas condições porque fazemos uma educação voltada aos estudantes”, disse Roni Miranda, secretário de Educação do Paraná.

Leia Também:  Paraná participa de feira em Assunção para estreitar relação comercial com Paraguai

ESTRUTURA – Com uma educação bilíngue kaigang-português e recebendo alunos da etnia Kaigang desde o ensino infantil até o ensino médio, o colégio conta com caraterísticas e pedagogia que respeitam as especificidades culturais dos povos indígenas e integram a gestão ambiental e territorial da comunidade. Ele é uma das maiores unidades educacionais do município.

O diretor auxiliar Márcio Kublite é da comunidade e foi aluno do colégio antes de retornar como profissional. “Nós trazemos a comunidade para a escola, porque o mais importante é garantir um futuro melhor para os alunos, para que eles aprendam o português e também a língua materna para não perder a nossa cultura”, afirmou. 

Os novos ambientes vão permitir a melhor organização do espaço de armazenamento e preparo de alimentos, além de ampliar o espaço de convivência dos estudantes da etnia kaingang, que também poderão praticar diversas modalidades esportivas protegidos do sol e da chuva. “Na minha época a escola só tinha duas salas de aula, a gente tinha que trazer coisas de casa para comer, e agora tem essa grande novidade, com a quadra e o refeitório para eles praticarem esportes e desfrutar mais desse ambiente”, ressaltou.

Antes da ampliação, a escola não contava com um espaço onde os alunos pudessem comer ou praticar atividades físicas adequadamente. A merenda era entregue em mãos e as salas de aula precisavam ficar abertas no horário do recreio para eles terem onde sentar. Em dias de chuva, a situação era ainda pior, com as crianças não tendo outros espaços cobertos para ficar.

“Toe ã my kãfór ven é obrigada em kaigang. E nós estamos muito agradecidos porque é uma obra que esperamos por muitos anos e agora está pronta para os alunos poderem se divertir e comer à vontade”, agradece a professora Julcimara Alves Padilha, que também é kaigang.

“Aqui não tinha espaço para eles comerem, porque era pequeno. Agora tem essa quadra e o refeitório para eles se divertirem. A gente tinha que abrir as salas para eles comerem aqui dentro. Às vezes eles ficavam bem molhados de tanto que eles ficavam debaixo da chuva, e era difícil, mas agora com essa obra pronta estamos bem felizes assim”, disse.

EQUIPAMENTOS – Anunciado na última terça-feira (31), o investimento em novos computadores para toda a rede estadual também abrange todas as 39 escolas indígenas paranaenses. Nesta quinta-feira, o governador entregou 23 computadores ao Colégio Cacique Gregório Kaekchot, dos 485 serão destinados a essas unidades. E junto com o Colégio Estadual Indígena Rio das Cobras, de Nova Laranjeiras, a escola também vai receber 11 chromebooks e kits robótica. Ao todo, esse investimento nas unidades indígenas ultrapassa R$ 2 milhões.

Leia Também:  Copel investe em planta-piloto para produção combinada de hidrogênio e fertilizantes

No ano passado, todas elas também receberam os Educatrons. Ao todo foram 232 kits do Educatron compostos por smart TV 43”, computador, webcam, microfones, teclado com mouse pad e pedestal regulável para ser usado nas salas de aula, com investimento de R$ 1,1 milhão. Anteriormente, entre 2019 e 2022, foram entregues 150 notebooks e 117 computadores em um investimento de R$ 720 mil.

Esse aporte em tecnologia permite que os estudantes indígenas tenham acesso a plataformas como a Redação e o Inglês Paraná, além da programação, para que possam usá-las de acordo com os critérios da sua cultura.

COLÉGIOS INDÍGENAS – Os colégios indígenas do Paraná também têm um grande diferencial em relação aos demais estados. O Estado oferece a melhor infraestrutura básica de escola indígena do Brasil. Todas as escolas têm energia elétrica e todas são abastecidas por água encanada o poço artesiano. De acordo com dados do Censo Escolar de 2021, o Brasil tem 3.466 escolas indígenas. Dessas, 30% não têm energia e 63% não têm água potável.

Outro diferencial é o novo ensino médio paranaense, implementado desde 2022, prevê disciplinas específicas na matriz curricular dos 39 colégios estaduais indígenas, que atendem cerca de 6,5 mil estudantes. No 2º ano do ensino médio, os estudantes vão cursar um itinerário formativo que integra as quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Dentro desse itinerário, haverá as disciplinas de Saúde Coletiva e Vida de Qualidade (dentro da área de Biologia), Cultura Corporal Indígena (dentro de Educação Física) e Filosofia Indígena. O conteúdo é voltado às demandas das comunidades, com o objetivo de preparar o aluno não só para o mercado de trabalho e ensino superior, mas também para atuar em seu próprio entorno.

Além do conteúdo do itinerário formativo e das demais disciplinas da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), os estudantes também têm aulas de sua língua indígena materna desde o início de sua trajetória escolar.

“Esse novo espaço vai contribuir para as atividades que serão desenvolvidas dentro da matriz do novo ensino médio, com a quadra sendo utilizada para a disciplina de Cultura Corporal Indígena”, explicou a diretora Cristiane Laureth. “O ensino aqui sempre foi bilíngue, com a mesma carga horária para a língua portuguesa e para a língua kaigang. Além disso, mais da metade dos professores é indígena, vindos da própria comunidade”.

Manoel Ribas, 02 de fevereiro do 2023 - O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou na manhã desta quinta-feira as obras de ampliação no Colégio Estadual Indígena Cacique Gregório Kaekchot, na terra indigina Ivaí.

Concluída em janeiro, a ampliação contempla uma área total de pouco mais de 1.100 metros quadrados. Foto: Roberto Dziura Jr./AEN

PRESENÇAS – Participaram da solenidade o secretário estadual da Comunicação, Cléber Mata; o chefe de Gabinete da Governadoria, Darlan Scalco; o superintendente-geral de Diálogo e Interação Social do Estado, Roland Rutyna; o coordenador do Grupo de Trabalho dos Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná, Denilton Laurindo; o diretor-presidente do Fundepar, Marcelo Pimentel Bueno; e os deputados estaduais Alexandre Curi, Artagão Júnior e Márcio Nunes.

Fonte: Governo do Paraná

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

PARANÁ

Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

Published

on

By

O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

Leia Também:  Maior biofábrica do mundo de mosquitos Wolbitos de combate à dengue será em Curitiba

A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

Leia Também:  Apoio do Estado na geração de energia renovável no campo vira case internacional

“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA