PARANÁ
Força feminina: segurança pública do Paraná conta com o talento e a dedicação de 4,5 mil mulheres
Publicado em
28 de março de 2023por
Itajuba TadeuAs forças de segurança do Paraná têm 4.519 mulheres na ativa. Elas estão distribuídas entre as polícias Civil, Militar, Científica, Penal e o Corpo de Bombeiros, e desempenham inúmeros papéis, da base à chefia, das ruas às unidades penitenciárias, das apurações de crimes até os tribunais. Para elas, o que eram “profissões dos homens” viraram apenas profissões.
Na Polícia Civil do Paraná (PCPR) são 1.078 mulheres nas delegacias de todo o Estado, inclusive em posições de liderança. Um dos exemplos é a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Curitiba (DHPP), que é chefiada por uma mulher, a delegada Camila Cecconello, desde 2019. Ela ingressou no quadro da instituição em 2009.
O efetivo é de 71 investigadores, sendo 34 mulheres. Além disso, contando Camila Cecconello, são cinco delegadas de um total de oito. Para ela, que é titular de grandes casos criminais na Capital e atua diariamente em investigações de múltiplas dificuldades, isso representa um avanço em relação a um passado muito recente.
“Quando entrei, em 2009, eu percebia que havia uma desconfiança em relação às mulheres em cargos como este. Porém, isso mudou. A PCPR foi se tornando cada vez mais técnica e inclusiva e hoje vemos que a escolha dos cargos é baseada apenas em critérios técnicos e de perfil profissional”, disse.
Como delegada-chefe da unidade, ela defende que mais postos de liderança sejam abertos para as mulheres. “Isso é um incentivo para que outras mulheres lutem pelos seus espaços, se sintam incluídas, sintam que são aptas e que são merecedoras de trabalhar no lugar que quiserem, alcançando tudo aquilo que desejam”, afirmou.
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A Polícia Militar do Paraná (PMPR) tem hoje o maior efetivo de mulheres dentre as cinco forças de segurança do Estado. São 2.725 policiais realizando policiamento ostensivo nas ruas, organizando e cumprindo operações, deliberando funções administrativas e participando de atividades de formação de novos praças.
A tenente Elaine Pereira Melere é uma delas. Ingressou na corporação em 2011, com apenas 18 anos, e já possui um extenso currículo de cursos internacionais e de atuação humanitária. Hoje, ocupa a chefia do Departamento de Formação e Aperfeiçoamento na Diretoria de Ensino e Pesquisa da PMPR.
Para ela, as mulheres são essenciais na segurança pública, inclusive para lidar com novas modalidades que foram sendo legalmente tipificadas nos últimos anos, como o feminicídio (a lei é de 2015) ou a violência doméstica (lei de 2006).
A própria Secretaria de Segurança Pública passou a incorporar novas modalidades de proteção, como o Botão do Pânico, as Delegacias da Mulher e as Patrulhas Maria da Penha.
“Com a presença feminina no combate a crimes cometidos por mulheres e a crimes contra mulheres e crianças é possível ter uma intervenção mais ampla de toda a situação. A policial feminina consegue criar uma proximidade maior com a vítima nos casos de violência contra a mulher e também ter maior abertura ao fazer a abordagem de uma autora de um crime”, destacou.
Ela também acredita que para vestir uma farda não é preciso se “parecer com um homem”. “O que se espera de um bom policial é técnica, conhecimento de leis, conhecimento da função, preparo. Eu entendo que podemos ser femininas, do jeito que cada uma expressa a feminilidade, e excelentes policiais ao mesmo tempo”, afirmou.
No Corpo de Bombeiros, a major Geovana Angeli Messias é, atualmente, a mulher mais antiga em atividade das 212 que compõem o efetivo. Em sua trajetória profissional ela acumula algumas marcas, como ter integrado a primeira turma do Curso de Formação de Oficiais Bombeiros Militares com alunas mulheres e também ter sido a primeira mulher a se tornar capitã da corporação.
Em 2022, ela se destacou ao se tornar a primeira mulher a assumir o comando de uma unidade operacional do Corpo de Bombeiros, o 1º Subgrupamento de Bombeiros Independente de Ivaiporã, no Vale do Ivaí. Nessa função até hoje, comanda um efetivo composto apenas por homens.
Para ela, o seu pioneirismo ajudou a abrir o caminho para que outras mulheres ingressassem no Corpo de Bombeiros. “No começo, havia questionamentos sobre a força física, mas isso já foi vencido, está ultrapassado, pois vemos que somos tão capazes quanto os homens. Hoje, temos mulheres mostrando sua competência em posições de liderança, de comando da instituição. Por isso, estar nessa posição é uma responsabilidade e uma felicidade por poder dar um norte para as próximas que vêm”, ressaltou.
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Na Polícia Científica do Paraná (PCP), são 180 mulheres nas carreiras de perícia e de auxiliar de perícia, lidando com algumas das fases mais importantes de uma investigação. Dentre elas, está a médica legista Suelen Frizzas, que atua no Instituto Médico Legal de Curitiba desde 2021. No dia a dia do trabalho, ela realiza exames de corpo de delito, produz laudos periciais e necropsias.
Frizzas é formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), possui especialização em oftalmologia e decidiu ingressar no quadro de peritos da PCP porque acredita na relevância social da perícia. “Quando temos casos mais complexos e difíceis de resolver, penso que meu objetivo aqui é contribuir para algo maior, como ajudar a resolver um crime, por exemplo, encerrando a angústia de alguma família que está atrás de respostas concretas”, disse.
Já a Polícia Penal do Paraná (PPPR) conta hoje com o trabalho de 324 mulheres que atuam nas cadeias públicas, penitenciárias, casas de custódia e outros estabelecimentos penais em todo o Estado. Nos últimos anos, elas têm assumido cada vez mais protagonismo nos quadros da instituição, mesmo em funções estratégicas em unidades masculinas.
Um exemplo disso é a policial penal Juliana Heindyk Duarte. Ela entrou para a Polícia Penal em 2014 e, desde então, tem ocupado cargos de liderança, como a vice-diretoria da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba), e, mais recentemente, em 2022, se tornou a primeira mulher a coordenar uma regional, a Regional 1, que compreende Curitiba, Região Metropolitana e Litoral. Heindyk agora é responsável por 21 estabelecimentos penais que custodiam presos e presas em regime fechado, semiaberto e também custodiados provisórios.
Ela também acompanhou as lutas recentes da categoria, que ganhou nome próprio (antes de policiais penais eram agentes penitenciários), novas unidades para trabalhar e um olhar voltado integralmente para a recuperação dos apenados por meio do sistema que une trabalho, estudos e leitura.
“É uma honra estar na polícia e ser a primeira mulher a coordenar uma regional da Polícia Penal. Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade representar as trabalhadoras desta força tão importante e ser coordenadora que abriga a maior parcela da população carcerária do Paraná”, destacou. “Isso mostra que podemos chegar muito longe em qualquer profissão”.
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências
Published
3 horas agoon
23 de dezembro de 2024By
O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.
Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.
O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.
“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.
EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.
Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.
A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.
“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.
Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.
Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.
A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.
“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.
Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.
“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.
GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.
Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.
A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.
Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).
Fonte: Governo PR
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