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Dia Mundial da Mulher na Ciência: cientistas paranenses destacam desafios e conquistas

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No Paraná, a participação das mulheres no desenvolvimento da ciência e tecnologia está cada vez mais em evidência – realidade a ser comemorada no Dia Mundial das Mulheres e Meninas na Ciência, neste sábado, 11 de fevereiro. Dos 986 convênios vigentes da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico para projetos com instituições de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), 435 (44%) são coordenados por pesquisadoras. Das bolsas de pesquisa e extensão, cerca de 50% são de mulheres – em torno de 4.500 do total de 8.800.

“Neste século, tivemos um aumento expressivo no número de doutoras e pesquisadoras no Estado. Dos 21 mil doutores, cerca de 5,5 mil são mulheres. E esperamos que aumente até chegarmos a um número compatível com o percentual de mulheres na sociedade”, destacou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

“Há muita dedicação e muita entrega para fazer com que, realmente, a ciência e a tecnologia estejam à disposição da nossa sociedade e, cada vez mais, contribuam com o desenvolvimento socioeconômico da população paranaense e brasileira”, completou Wahrhaftig.

Para aumentar esse fomento, o Governo do Estado lançou o programa Mulheres Paranaenses: Empoderamento e Liderança, articulado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e financiado pela Fundação Araucária. Ele promove o apoio financeiro a instituições de ciência e tecnologia paranaenses para projetos que tenham o público feminino como beneficiário.

Lançada em 2022 a ação resultou no desenvolvimento de 86 projetos de extensão e pesquisa acadêmicas focados no empoderamento feminino. Pesquisadores e extensionistas de 13 diferentes instituições de ensino superior e de pesquisa do Paraná contam com um orçamento de R$ 4 milhões para o desenvolvimento de seus projetos.

As mulheres também participam com protagonismo dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs). Eles são direcionados para atender demandas setoriais, regionais e estaduais, de forma integrada, para melhorar o aproveitamento de ativos paranaenses. A ênfase do trabalho está na melhor mobilização e integração entre pesquisadores, empresas líderes, terceiro setor dentro de temas específicos, como Biogás, Nanotecnologia, Recursos Genéticos e muitos outros.

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DEDICAÇÃO E DESAFIOS – E alguns dos exemplos dessas mulheres são incríveis. O sustento da família e o tempo disponível para balancear filhos e demandas da carreira foram os principais desafios enfrentados pela pesquisadora e professora de Genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Angelica Beate Winter Boldt. Ela é mãe de três.

“Por vezes, o sonho de me tornar pesquisadora foi sustentado pelo meu marido. Marcos também me acompanhou em 2002 para o doutorado integral na Alemanha (com bolsa do CNPq e adicional para dependentes) e ficou cuidando dos dois filhos pequenos, um com cinco e outro com um ano e meio, enquanto eu trabalhava no Instituto de Medicina Tropical da Universidade de Tübingen”, conta.

Segundo ela, ao longo dos 27 anos como pesquisadora – dos seus 49 – a obtenção de fomento para realizar os projetos de pesquisa foi outro grande desafio. “Esta situação tornou-se mais tranquila a partir de 2016, quando surgiu o projeto Mennogen, que considero ser o marco zero do período mais maduro da minha carreira”, afirma

O projeto visa a descrição e investigação do perfil genético associado a padrões epidemiológicos das comunidades menonitas latino-americanas. Ele começou sem fomento, mas em seguida houve incremento com colaborações nos Estados Unidos e Alemanha, até chegar ao NAPI Genômica ou Genomas Paraná, da Fundação Araucária e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Atualmente ela toca o projeto MedEpiGen, aprovado no edital de pesquisa para o SUS e de âmbito estadual, com colaborações de cinco universidades do Interior do Estado. O Genomas Paraná é uma iniciativa inédita de pesquisa científica e tecnológica no Brasil, que pretende descrever o perfil genético e epidemiológico da população. Ele envolve mais de 400 pesquisadores.

“Políticas públicas que possibilitem o exercício da maternidade e da carreira acadêmica são frutíferas. Sei por experiência própria que ambas são perfeitamente conciliáveis e enriquecem tremendamente a trajetória de vida”, completa.

FORÇA FEMININA – Desde muito pequena a pesquisadora Carla Forte Molento sempre gostou de aprender sobre as coisas e tentar entender como o mundo funciona. “Dizia que queria fazer pesquisas sobre animais desde antes de entender como isso poderia ser feito. E o apoio da minha mãe foi fundamental”, conta a hoje coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias e do Laboratório de Bem-Estar Animal da UFPR.

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Casada com um pesquisador e mãe de três filhos, ela acredita que ações inclusivas para aumentar o número de cientistas são fundamentais. Segundo Carla, cientista há 19 anos, a força feminina é grande em sua área de pesquisa, de Proteínas Alternativas, também tema de um Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação apoiado pela Fundação Araucária.

Um grande desafio para ela foi perceber como os animais eram e ainda são tratados no ambiente acadêmico-científico e também em várias outras práticas amplamente difundidas, como produzir alimentos. “Quanto mais competência e efetividade eu tiver em meu trabalho, mais eu poderei contribuir para atenuar as atrocidades que ainda são cometidas a cada ano”, explica Carla Molento.

INSPIRAÇÃO – Histórias como a das pesquisadoras atravessam gerações e inspiram a jovem Ana Luiza Goularte da Silva, de 18 anos. Estudante de escola pública e moradora de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, ela é caloura no curso de Nutrição da UFPR.

Com o projeto “Políticas Públicas para Educação Sexual e Pobreza Menstrual no Brasil: Um estudo de caso em instituições de ensino no Paraná”, Ana Luiza tem participado de feiras de ciências desde o início da pandemia, quando se interessou ainda mais pela ciência.

“Ser mulher e fazer ciência é um ato de resistência muito grande. Eu quero ser uma cientista”, afirma a jovem, que integra um grupo de meninas que conquistaram o primeiro lugar em Ciências Sociais Aplicadas na edição de 2021 da Feira de Inovação das Ciências e Engenharias (Ficiências), promovida pela Itaipu Binacional em parceria com universidades públicas.

“Durante a pandemia vimos a importância da ciência no desenvolvimento das vacinas e a importância das universidades. Para mim a ciência é essencial porque você ajuda a mudar o mundo”, relata.

Fonte: Governo do Paraná

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Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

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O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

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A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

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“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

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