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Dia do Professor: conheça quem leva ensino e carinho a alunos que não podem ir à escola

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Há pessoas que nascem com o  dom de ensinar, orientar, conduzir. Fernando Schinimann é um professor que há quatro anos dedica suas tardes ao ensino de alunos que não podem se locomover até a escola. O local da aula pode ser em uma sala ou quarto da residência ou mesmo um leito de hospital. Neste Dia do Professor, a Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) presta homenagem aos mestres que, como ele, transforma a profissão em uma verdadeira missão de ensinar.

Na rede estadual de Educação desde 2014, este professor de História boa gente, formado em escola e universidade públicas, fez doutorado na França em História Africana, Povos e Migrações. Com um histórico escolar recheado de notas dez em dedicação e disposição, atualmente se divide entre o curso técnico de Desenvolvimento de Sistemas do Colégio Estadual Marli Queiroz Azevedo, em Curitiba, e a dedicação a oito alunos com comorbidades cardíacas, respiratórias, motoras, problemas de cognição, autismo  e má formação genética.

Esses estudantes estão cadastrados no Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar (Sareh), da secretaria estadual da Educação. Anualmente, o Sareh garante que centenas de jovens mantenham as suas atividades educacionais, seja a partir de seus domicílios ou de instalações hospitalares.

“Tanto na rede regular como no Sareh foi possível criar laços importantes e duradouros com as várias comunidades onde atuei, além do imenso carinho que tenho por todos os estudantes, os que estão em sala de aula e os que passam por tratamento hospitalar e domiciliar”, afirma Fernando Schinimann, de 61 anos de idade e mais de 30 de carreira.

Um dos alunos do professor Fernando é Chrystofer, que surpreende o docente todos os dias. Ele já passou por 36 cirurgias, mas é definido por Schinimann como um jovem que fala com os olhos e tem grande alegria em viver e aprender, e que aprende um pouquinho todos os dias. “Mesmo sem poder falar, ter baixa visão e audição e não conseguir se locomover, a cada novo encontro de estudos ele está sempre feliz.”

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Outro aluno chegou a ficar internado por um período de dois anos. Ele tem uma má formação cardíaca e pulmonar, condição que acabou lhe causando sequelas na fala, na expressão e linguagem verbal, dificuldades de raciocínio lógico matemático e baixa visão. “O improvável é que ele é uma pessoa com demonstrações de carinho inigualáveis, o que me emociona e me motiva a continuar”, revela o professor.

Os gêmeos de 17 anos, portadores de osteogênese, a chamada doença dos “ossos de vidro”, com risco ampliado de sofrer fraturas, também são alunos do professor Schinimann. Devido à condição, não podem conviver em ambiente escolar. 

“Se eu for classificá-los, têm inteligência acima da média. São dedicados, educados e têm belos projetos para a continuidade da vida, mesmo com suas dificuldades de crescimento, fraturas e o isolamento social”,  afirma o professor.  “O mesmo vale para outro aluno, com autismo que, mesmo sem ir à escola por fobia social, é de uma inteligência brilhante”.

EQUILÍBRIO –  Lecionar de segunda-feira a sexta-feira percorrendo grandes distâncias entre Curitiba e municípios da região, e se deparando com histórias de superação diárias exige tempo, dedicação, estudo, busca por formação constante, firmeza e equilíbrio emocional.

Para isso, o professor Fernando Schinimann conta com o apoio dos responsáveis pelo programa Sareh, das direções das escolas, equipes pedagógicas e dos professores dos componentes curriculares que são ministrados nas turmas, nas  quais os estudantes em atendimento hospitalar ou domiciliar estão matriculados. 

“É difícil lidar com a dor e a frustração quando ocorre uma perda de aluno durante o processo, porque nós, professores, nos envolvemos com as famílias. É doloroso, precisamos e recebemos  muito apoio nestes momentos”, descreve. 

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SEMPRE O MELHOR – As aulas ministradas em casa ou em hospitais envolvem todas as disciplinas e o atendimento exige profissionalismo e comprometimento. Afinal, o estudante precisa contar com o melhor desempenho por parte dos  professores. “A eles, procuramos oferecer aulas com qualidade, da mesma forma do que é ofertado aos que frequentam a escola de maneira presencial. Isso se resume em boas palavras, boa convivência, ensino de qualidade, uso de tecnologias, plataformas e projetos”, diz o professor Fernando.

O “profe” Fernando conta que, apesar da rotina desgastante no trânsito, das longas distâncias e da correria, a cada novo encontro ele experimenta a satisfação e a confirmação de que está no caminho certo. “Meus estudantes são jovens que também sonham e representam sim parte do futuro brasileiro, independentemente da condição. Por isso, busco dar a eles autonomia para que possam chegar o mais longe que puderem”,  finaliza. 

PROGRAMA – O Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar foi implantado com o objetivo de prestar atendimento educacional público aos estudantes matriculados na educação básica (dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio) da rede estadual, que estejam impossibilitados de frequentar as aulas por motivo de tratamento de saúde, permitindo a continuidade do processo de escolarização, a inserção ou a reinserção em seu ambiente escolar. 

Atuam no atendimento aos alunos 97 professores e pedagogos. Em 2024, de janeiro até 15 de outubro, foram feitos 7.929 atendimentos hospitalar e 728 domiciliares. 

Para pais ou responsáveis cujos filhos estejam impossibilitados de frequentar a escola por problemas de saúde e que desejem atendimento via Sareh, o primeiro passo é apresentar, na escola em que o aluno é matriculado, o atestado médico que determine afastamento por período superior a 90 dias. Com o documento, o aluno é registrado para o atendimento pedagógico e os professores disponíveis são contatados para atendimento.

Fonte: Governo PR

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Governo do Estado inaugura novo Centro de Socioeducação em Piraquara

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O Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania (Seju), inaugurou nesta quarta-feira (9) o novo Centro de Socioeducação (Cense) São Francisco – Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. A nova unidade substitui a antiga, criada em 1958, e conta com 78 alojamentos, dois módulos de ensino com salas de aula (incluindo laboratório de informática), ginásio de esportes, biblioteca, horta, área administrativa e segurança, espaço dos servidores e espaço ecumênico.

A nova estrutura física, de 5.362 m² de área construída e 20 mil m² de área total, poderá receber até 88 adolescentes, quatro vezes mais que o antigo Cense São Francisco, e atende aos novos padrões arquitetônicos e técnicos para unidades de internação, de acordo com as normativas do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) instituídas pelo Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolecentes).

A obra foi realizada com o apoio da Secretaria de Cidades (Secid), que coordenou o processo licitatório por meio da Paraná Edificações (Pred), e foi viabilizada pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca-PR), colegiado vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Social e da Família (Sedef), que destinou R$ 9,4 milhões do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA-PR). O investimento total foi de R$ 10 milhões.

A obra foi concluída em dezembro de 2024 com o término do ginásio de esportes e da caixa d’água. No primeiro trimestre de 2025 foram instalados o mobiliário e equipamentos, além de feita a transferência de internos do antigo Cense, agora desativado. O novo Centro de Socioeducação já conta com 88 servidores, entre assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, odontólogos, terapeutas ocupacionais, agentes de segurança socioeducativos, e servidores administrativos e terceirizados.

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“Estamos orgulhosos de entregar uma estrutura moderna e inovadora, do ponto de vista tecnológico e de engenharia, que vai melhorar consideravelmente o atendimento socioeducativo, não só para os adolescentes, com a realização de projetos que promovam a cidadania através da educação, da cultura, do esporte, da arte e da formação profissional, mas também melhorando a qualidade das condições de trabalho dos nossos servidores da socioeducação”, destacou Santin Roveda, secretário da Justiça e Cidadania.

“Na antiga unidade, embora tivéssemos dificuldades, questões estruturais inclusive, nós fazíamos um trabalho com amor. Não é apenas uma estrutura nova, mas as pessoas trabalharam lá e agora estão aqui trouxeram essa carga emocional de respeito e de trabalho com humanidade com os adolescentes”, declarou o diretor da unidade, Ronaldo Marafon Drevek.

“É importante celebrar este momento. Nós que participamos diretamente ou indiretamente com a socioeducação, desses diálogos entre o governo estadual, os órgãos dos sistemas de Justiça e de Garantia de Direitos. Nós sabemos o trabalho e quantas coisas aconteceram para isso.” afirmou a promotora Danielle Cristine Cavali Tuoto, do Centro de Apoio Operacional (Caop) das Promotorias de Justiça da Criança e do Adolescente, e da Educação do Ministério Público do Paraná.

“Como professora há 34 anos, hoje aposentada, eu sempre trabalhei com crianças e adolescentes, e nós sonhamos que eles se tornem adultos formados, pessoas do bem, pessoas que busquem transformar a realidade. No entanto, alguns por falta de oportunidade ou pela própria sociedade que precisamos repensar, enroscam um pouco no seu desenvolvimento. Nós temos esses espaços da socioeducação para tratar com humanidade o recomeço, retomada de vínculos e reintegração na sociedade desses adolescentes”, destacou a vice-prefeita de Piraquara, Loireci Dalmolin.

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SOCIOEDUCAÇÃO DO PARANÁ – A Coordenação de Gestão do Sistema Socioeducativo, vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Seju), tem como atribuição primordial a gestão e a qualificação do atendimento socioeducativo de internação, internação provisória e semiliberdade, de acordo com as normas e recomendações do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e demais compromissos nacionais e internacionais de direitos humanos.

Estão instaladas em todo o Estado 28 unidades, distribuídas de forma descentralizada em 16 municípios. Dezenove delas são Centros de Socioeducação, em Campo Mourão, Cascavel (2), Curitiba (2), Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Londrina (2), Maringá, Paranavaí, Pato Branco, Piraquara, Ponta Grossa, Santo Antônio da Platina, São José dos Pinhais, Toledo e Umuarama. Há, também, nove Casas de Semiliberdade, em Cascavel, Curitiba (2), Foz do Iguaçu, Londrina, Paranavaí, Ponta Grossa, Toledo e Umuarama.

São 1.150 servidores estaduais efetivos na socioeducação, além de colaboradores e voluntários externos, que auxiliam em projetos sociais e atendimentos diversos, de acordo com as ações realizadas em cada unidade.

PIRAQUARA

Foto: Ari Dias/AEN

PRESENÇAS – Também participaram da solenidade a diretora de Justiça e Cidadania da Seju, Viviane da Paz; o coordenador estadual de Gestão do Sistema Socioeducativo (CGS) da Seju, Alex Sandro da Silva; a coordenadora estadual da Política de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca-PR), Prisciane de Oliveira; a juíza coordenadora de Políticas Socioeducativas do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (GMF) do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Maria Roseli Guiessmann; o coordenador do Núcleo Especializado da Infância e Juventude (NUDIJ) da Defensoria Pública do Estado (DPE), Fernando Redede Rodrigues; a juíza da Vara da Infância de Piraquara, Caroline Vieira de Andrade Mattar; a promotora de Justiça de Piraquara Elaine Palazzo Ayres; a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca-PR), Danielle Dalavechia Chedid Silvestre; a primeira-dama de Piraquara, Ana Mazon; e a secretária municipal de Assistência Social de Piraquara, Maria Cicarelli.

Fonte: Governo PR

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