PARANÁ
De Reserva a Bristol: 950 alunos do Ganhando o Mundo vivem dias “inimagináveis” no Exterior
Publicado em
6 de março de 2024por
Itajuba TadeuLançado em 2019 pelo Governo do Paraná, o programa Ganhando o Mundo é só o começo de uma jornada de aprendizado até então inimaginável para três alunos do ensino médio da rede estadual de ensino que estão em intercâmbio gratuito fora do Brasil. Só nesse ano, 950 estudantes já foram enviados para seis meses de aprendizado em quatro países: Austrália, Canadá, Inglaterra e Nova Zelândia. Em agosto, mais 50 serão enviados aos Estados Unidos, totalizando mil alunos no Exterior em 2024.
Ano que vem, o programa da Secretaria de Estado da Educação (Seed) será ampliado e vai enviar o maior número de alunos desde que foi criado: serão 1,2 mil estudantes para cinco países, com a inclusão da Irlanda.
Luiz Fernando Souza de Andrade, 15 anos, quer fazer da experiência do intercâmbio na Austrália o pontapé inicial de uma carreira de estudos internacionais. Aluno do segundo ano do ensino médio do Colégio Estadual Vila Alta, ele saiu do pequeno município de Alto Paraíso, de apenas 3 mil moradores, no Noroeste do Paraná, para estudar no Fremantle College, na cidade de Beaconsfield, região de Perth, uma das maiores metrópoles australianas, com 2 milhões de habitantes.
“Após meu período no Ganhando o Mundo na Austrália, tenho plano de estudar em outro país novamente. E a experiência adquirida nesse programa será fundamental para as próximas etapas da minha jornada”, planeja.
Ele já aponta uma série de aprendizados que vem incorporando na vivência de estar morando do outro lado do mundo, como independência, resiliência e adaptabilidade. “Esses aprendizados não apenas enriquecem minha vida pessoal, mas também serão valiosos na minha carreira profissional e minha jornada de autodesenvolvimento”, destaca.
Se não fosse o programa da Seed, Luiz admite que muito dificilmente teria oportunidade de estudar no Exterior. “O Ganhando o Mundo não só abriu portas que estavam fechadas para mim, mas também está tendo um impacto profundo, enriquecendo minha experiência educacional e pessoal de maneira que nunca imaginei que seria possível. Por isso sou imensamente grato pela oportunidade e apoio que tenho recebido do programa”, agradece o estudante de Alto Paraíso.
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Moradora de Lindoeste, município de 5,1 mil habitantes no Oeste do Estado, Júlia Cristina Olavo de Oliveira, de 15 anos, também admite que não teria oportunidade de sair do país se não fosse o Ganhando o Mundo. Com o programa do Governo do Paraná ela não só teve a oportunidade do intercâmbio como, a exemplo de Luiz, cruzou o globo terrestre para estudar. Júlia está há três meses na Nova Zelândia, onde está matriculada na Freyberg High School, na cidade de Palmston North.
“Nunca imaginei a possibilidade de estudar do outro lado do mundo. Nunca tive isso em mente. Mas quando surgiu esse programa, senti um fio de esperança. O programa já me disponibilizou muitas oportunidades e ainda vai abrir muitas portas na minha vida. Por isso quero aproveitar mais e tirar lições e bons momentos”, aponta Júlia, que daqui três meses retorna para concluir o segundo ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Cívico Militar Lindoeste.
Mesmo com tão pouca idade, Júlia é a primeira pessoa de toda a família a estudar fora do Brasil. Plano que ela pretende repetir quando o intercâmbio do Ganhando o Mundo terminar. “Quero voltar a viver essa experiência de estudar fora do Brasil novamente para conhecer mais culturas e costumes. Descobri na Nova Zelândia novos hobbies, novas ideias, novos pensamentes que numa pensei que fosse ter. Fora as pessoas que conheci e espero levar para a vida”, diz Julia.
Já o estudante Davi Barbosa Rickli Pereira, de 15 anos, de Reserva, município de 24,5 mil habitantes na Região Central do Paraná, diz ter aprendido no período em que está na Inglaterra que o mundo é grande demais para se viver em uma bolha.
“Uma das coisas que venho aprendendo no intercâmbio é que você tem que aproveitar quando tem oportunidade de conhecer pessoas novas, conhecer o mundo, interagir, conhecer novas culturas. São pontos muito importantes que vou levar para minha vida inteira”, argumenta o aluno do segundo ano do ensino médio da Escola Professora Helena Ronkoski Fioravante.
Na cidade inglesa de Bristol, onde está estudando na Hanham Woods Academy, Davi destaca estar aprendendo não só sobre a cultura da Terra da Rainha, mas também da de outros países a partir da troca de experiências que está tendo com colegas intercambistas. “Está sendo fantástico, muito além do que eu esperava. Por isso é incrível o que o Governo do Paraná está fazendo. Esse programa está dando uma oportunidade muito grande na minha vida, com aprendizados e responsabilidades, fora a questão de conhecer novas culturas”, reforça.
EVOLUÇÃO NO INGLÊS – Os alunos do Ganhando o Mundo foram enviados em 2024 a países de língua inglesa. Um dos objetivos do intercâmbio é justamente que os estudantes voltem falando a língua fluentemente. Habilidade que é acelerada quando se tem contato com falantes nativos da língua, como comprova Luiz. O estudante diz que já viajou para o intercâmbio com uma boa base de inglês, o que garantiu a vaga dele no Ganhando o Mundo. Mas foi só quando chegou à Austrália que percebeu que ainda tinha muito para evoluir.
“Com a imersão total no ambiente australiano e a prática constante do inglês tenho progredido consideravelmente. Agora consigo resolver problemas na escola, me comunicar com a família que me recebeu aqui de forma mais fluente, além de sociabilizar com meus amigos nativos com muita confiança”, afirma. “Essa experiência de interagir diariamente com falantes nativos tem sido fundamental para minha evolução na língua inglesa”.
Júlia, por sua vez, diz que sentiu evolução no inglês já nos primeiros dias de Nova Zelândia. “Aqui tenho que exercitar meu inglês 24 horas por dia porque tenho que usar a língua para tudo. E antes eu nem imaginava estar falando com pessoas nativas fluentes em inglês, que eu fosse aprender a língua dessa forma. Isso está sendo surreal”, diz a estudante.
Já Davi diz que o curto período em que está na Inglaterra já fez com que aprendesse gírias – um dos principais indícios de que uma língua está sendo de fato assimilada. “Minha habilidade com o inglês evoluiu bastante no contato que estou tendo com pessoas nativas, em conversas no dia a dia, o que é totalmente diferente do que ter contato com o inglês na internet”, compara. “Com esse contato, você entende mais a linguagem coloquial e a informal, porque começa a entender as gírias. Basicamente, você entra no dia a dia da língua”, conclui o estudante de Reserva.
GANHANDO O MUNDO – Idealizado pelo Governo do Estado e desenvolvido pela Secretaria da Educação (Seed), o programa viabiliza a oportunidade de intercâmbio internacional a estudantes matriculados em escolas públicas estaduais do Paraná, no qual os alunos estudam em países que oferecem curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil. O programa foi instituído pelas Leis Estaduais nº 20.009/2019 e nº 20.601/2021 e regulamentado pelos Decretos nº 4.166/20 e nº 4.785/2020.
O programa foi lançando em 2019 e, desde então, em suas quatro edições, 1.240 estudantes da rede estadual de ensino já atravessaram o mundo, vivenciando experiências de imersão nas culturas dos países anfitriões, além de aprenderem novos idiomas.
Entre fevereiro e julho de 2022, na primeira edição, 100 alunos foram enviados ao Canadá, e na segunda, entre julho e outubro do mesmo ano, outros 100 viajaram para a Nova Zelândia. Na terceira edição, cujas inscrições foram realizadas em 2023, a França passou a integrar a lista de destinos na versão do Ganhando o Mundo França. Na ocasião, 40 estudantes viajaram ao país. Em 2024, mais mil alunos participarão do intercâmbio para Austrália, Canadá, Inglaterra, Nova Zelândia e Estados Unidos na quarta edição do Ganhando o Mundo.
O intercambista permanece por um período letivo (aproximadamente seis meses) em instituições de ensino estrangeiras, tendo a oportunidade de aprimorar o repertório cultural e acadêmico; vivenciar a realidade de outros países; desenvolver a autonomia; aperfeiçoar o idioma estrangeiro e consolidar-se numa rede de jovens líderes que atuarão nas escolas da rede pública estadual de ensino.
Os custos de alimentação, hospedagem, transporte, emissão de vistos e passaportes, passagens aéreas e terrestres, exames médicos, vacinas, seguro viagem e saúde, taxa de matrícula, mensalidade da escola no exterior, material didático, uniforme, tradução juramentada da documentação escolar, reuniões de orientação, assim como o curso preparatório de língua estrangeira, são custeados pela Seed. Os alunos também recebem um auxílio de R$ 800 mensais.
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GANHANDO O MUNDO PROFESSOR – Lançado em 2023, o Ganhando o Mundo Professor é uma ampliação do Ganhando o Mundo. Para a primeira edição do programa no Canadá e Finlândia – na qual participaram 96 docentes – foram investidos R$ 3,9 milhões.
Nos mesmos moldes da versão dos alunos, os custos de alimentação, hospedagem, transporte, passagens aéreas e terrestres e outras despesas foram custeados pela Seed. A seleção dos participantes levou em conta a experiência no programa Formadores em Ação e uma prova didática, em que era necessário elaborar um plano de ação abordando uma situação-problema do ambiente escolar e uma proposta de solução. As vagas foram abertas para professores ou pedagogos cursistas e professores ou pedagogos formadores de todas as regiões do Estado.
GANHANDO O MUNDO DIRETOR – Depois de estudantes, professores e pedagogos, os diretores da rede estadual também terão uma experiência internacional. O anúncio foi feito em fevereiro durante o Seminário dos Diretores com Foco na Aprendizagem, que reuniu em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado, 2 mil profissionais da educação de toda a rede estadual.
O programa levará, ainda em 2024, 200 gestores das escolas estaduais para capacitação de duas semanas no Chile, com embarques previstos para agosto. O investimento será de cerca de R$ 5 milhões. O país sul-americano foi escolhido por ter o melhor desempenho da América Latina no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, na sigla em inglês).
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Multa por crimes ambientais cresce 24% no Paraná entre janeiro e novembro de 2024
Published
42 minutos agoon
26 de dezembro de 2024By
O Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), aplicou R$ 229 milhões em multas por desmatamento ilegal e outros crimes ambientais no Paraná até novembro deste ano, um aumento de 24,96% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 183 milhões). Desse total, R$ 124 milhões (54,15%) foram em razão de danos causados à flora, especialmente à Mata Atlântica. Os dados são do Sistema de Informações Ambientais (SIA) do IAT, órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest).
O levantamento revela ainda que este ano foram lavrados 8.977 Autos de Infração Ambiental (AIA) por ilegalidades ambientais – que são ações ou omissões que prejudicam o meio ambiente e os recursos naturais, de forma direta ou indireta. O número de 2024 representa elevação de 26% frente a 2023 (7.124 AIAs). Desse total, 4.783 referentes à flora.
O valor recolhido pelo Estado com as infrações é repassado integralmente ao Fundo Estadual do Meio Ambiente. A reserva financeira tem como finalidade financiar planos, programas ou projetos que objetivem o controle, a preservação, a conservação e a recuperação do meio ambiente, conforme a Lei Estadual 12.945/2000.
Engenheira florestal do Núcleo da Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do IAT, Aline Canetti destaca que o aumento do volume de multas reforça a eficácia do trabalho desenvolvido pelo IAT no combate ao desmatamento criminoso no Estado – a queda na supressão florestal foi superior a 70% em 2023.
“As operações de força-tarefa que o IAT realiza mostram claramente para a população que os crimes ambientais não ficam impunes. A tecnologia, como o uso de imagens satélite, nos permite mapear danos ambientais, mesmo que eles tenham ocorrido há anos, e isso garante que os autores sejam responsabilizados”, afirma. “Com a intensificação da fiscalização e das iniciativas de educação ambiental, o Paraná conseguiu reduzir o desmatamento em quase 80%, o que já é um resultado bem expressivo”.
Paralelamente, segundo levantamento organizado pelo IAT com base em dados de 2021 da plataforma colaborativa MapBiomas, especializada em meio ambiente, o Paraná teve um aumento significativo de cobertura florestal natural nos últimos anos. Passou de 54.856 km² em 2017 para 55.061 km² em 2022, uma diferença de 205 km², o equivalente a uma área de 20,5 mil campos de futebol.
O Paraná foi o único estado do Sul do País com aumento de cobertura vegetal no período. Santa Catarina reduziu a vegetação de 40,4 mil km² para 39,6 mil km² de 2017 a 2021. Já no Rio Grande do Sul passou de 27,9 mil km² para 27,7 mil km² no mesmo período. Em Santa Catarina houve um declínio constante da área verde desde 1985, com aumento entre 2010 e 2015, mesma realidade do Rio Grande do Sul, que observou uma pequena mudança de cenário entre 2012 e 2018.
COMO AJUDAR – A denúncia é a melhor forma de contribuir para minimizar cada vez mais os crimes contra a flora e a fauna silvestres. Quem pratica o desmatamento ilegal está sujeito a penalidades administrativas previstas na Lei Federal nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) e no Decreto Federal nº 6.514/08 (Condutas Infracionais ao Meio Ambiente). O responsável também pode responder a processo por crime ambiental.
O principal canal do Batalhão Ambiental é o Disque-Denúncia 181, o qual possibilita que seja feita uma análise e verificação in loco de todas as informações recebidas do cidadão.
No IAT, a denúncia deve ser registrada junto ao serviço de Ouvidoria, disponível no Fale Conosco, ou nos escritórios regionais. É importante informar a localização e os acontecimentos de forma objetiva e precisa. Quanto mais detalhes sobre a ocorrência, melhor será a apuração dos fatos e mais rapidamente as equipes conseguem realizar o atendimento.
Fonte: Governo PR
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