NOVA AURORA

PARANÁ

Com apoio do Estado, projeto da ONU-Habitat envolve crianças em inclusão de imigrantes

Publicado em

Pensando em tornar espaços públicos locais de acolhimento, 24 crianças de três nacionalidades – brasileira, paraguaia e venezuelana – idealizaram as praças que desejam em Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, municípios na fronteira entre Brasil e Paraguai. Com idade entre 8 e 13 anos, elas participaram das oficinas promovidas pelo projeto Conexões Urbanas, iniciativa do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), que tem apoio da Superintendência Geral de Desenvolvimento Econômico e Social (SGDES) e da Secretaria de Estado das Cidades (Secid).

As oficinas foram realizadas em agosto na Escola Municipal Olavo Bilac e na Escuela Nuestra Señora del Huerto, nas quais os alunos projetaram uma maquete defendendo as intervenções que queriam nos espaços públicos. Nesta semana, a equipe do projeto retornou aos colégios para apresentar os projetos arquitetônicos que compilam suas propostas.

Os projetos foram entregues às prefeituras dos dois municípios, que serão as responsáveis pelo financiamento e implementação da obra. Para facilitar essa ponte, os projetos serão desenvolvidos em parceria com a Secretaria de Planejamento e Captação de Recursos de Foz do Iguaçu e com a Direção de Relações Internacionais de Cidade do Leste.

“É muito interessante ver entidades como o ONU-Habitat engajando crianças aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, afirma Julia Serafim, Coordenadora de Projetos Internacionais do SDGES. Ela destaca que essa iniciativa trabalha diretamente o ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis. “O projeto é muito bem desenvolvido pelo ONU-Habitat junto à prefeitura e às crianças. A expectativa agora é alta para que esse projeto se concretize”, afirma.

Para a coordenadora local do Conexões Urbanas, Camilla Almeida, os espaços públicos são estratégicos para o tema de imigração, já que servem de apoio para manifestações e apropriações culturais diversas. “O espaço público pode ser o lugar de acolhimento e integração de pessoas de múltiplas nacionalidades. E o que torna um espaço público de fato inclusivo? A participação da população, que vai desde a escuta em atividades coletivas, visando consolidar o desenho de um espaço, até o seu uso, estimulando ações que permitam que intercâmbios culturais aconteçam”, explica. 

A secretária municipal de Direito Humanos, Rosa Maria Jerônymo, parabenizou as crianças pelo cuidado com o espaço. “Um espaço público deve ser de todo mundo, e nesse projeto as crianças se reconheceram umas às outras independente da nacionalidade e das suas diferenças”, disse ela.

Leia Também:  Distritos de Palmital e Marajó recebem Van de 17 lugares para atendimento à população

O evento de apresentação do projeto também contou com a presença da assessora de Projetos Internacionais da SGDES, Inglid Brunismann; do secretário de Planejamento e Captação de Recursos de Foz do Iguaçu, Andrey Bachixta Dias; e da diretora municipal de Educação Infantil, Eliziane Diesel.

PRAÇA DAS NACIONALIDADES – Em Foz do Iguaçu, o projeto trabalhou na região de Três Lagoas, localizada na periferia, onde é registrado crescimento da população imigrante e com poucos espaços públicos disponíveis. A integração de diferentes nacionalidades também permeia o contexto da escola, que tem 13 alunos imigrantes e que já trabalha iniciativas de acolhimento entre eles, integrando as famílias à comunidade escolar.

As 12 crianças que participaram da oficina mesclavam nacionalidades distintas, incluindo brasileiras de famílias estrangeiras. Durante a atividade, elas refletiram sobre como o espaço poderia ser um local de integração – desde uma quadra poliesportiva que permita campeonatos até um espaço aberto para atividades artísticas e culturais que estimulem a diversidade. Ao final da oficina, o nome proposto pelos alunos foi “Praça das Nacionalidades”.

POPULAÇÃO LOCAL – O projeto respeitou a proposta de usar o espaço público como uma base para apropriação cultural da população local, buscando estimular formas de ativação que promovam essa diversidade. Além disso, espaços como chafariz, parquinhos inclusivos e uma horta comunitária reforçam a convivência na vizinhança.

“Eu achei muito legal fazer esse projeto, porque nunca fiz algo sobre imigrantes em outro país. Fizemos uma maquete, um mapa, e escolhemos o que quisemos. Vai ser muito legal pra todo mundo, todas as crianças imigrantes vão poder brincar porque é pra todos: japoneses, árabes, argentinos, paraguaios, venezuelanos”, conta Joaquin Rodriguez, 8 anos, aluno venezuelano do terceiro ano.

“A praça é pra todo mundo. Daí qualquer criança ou pessoa pode vir de qualquer país para aproveitar a nossa praça e também em outros lugares que tem aqui em Foz, uma cidade com bastante turistas. A praça vai ajudar muito a acolher pessoas novas, de outras cidades e outros países”, reflete Yasmim Bogado da Silva, de 10 anos, aluna brasileira do 5º ano.

Leia Também:  PCPR leva serviços de polícia judiciária para a população de Cianorte nesta semana

DESENHOS DE ESPAÇOS PÚBLICOS – Com a metodologia de Desenho de Espaços Públicos, os jovens são incentivados a observar suas comunidades e desenvolver a dupla capacidade de imaginar e projetar soluções para melhorar um espaço público. Para isso, é apresentado um repertório de soluções criadas em todo o mundo, a partir do qual os jovens adaptam, rejeitam ou adotam essas ideias em seus projetos conforme acharem relevante.

A metodologia também oferece um momento de pesquisa de campo, em que os jovens realizam uma caminhada exploratória e conversam sobre aspectos do percurso que lhes chamam a atenção, contando sobre a sua vivência no bairro. Para projetar soluções, o ONU-Habitat compartilha técnicas descomplicadas de urbanismo e cartografia, que são colocadas em prática com a elaboração de maquetes físicas dos espaços desejados. Posteriormente, são organizados momentos de apresentação dos projetos, mostrando que os jovens são capazes de projetar e defender a mudança que desejam.

No âmbito do projeto Conexões Urbanas, a metodologia já foi aplicada em março na outra região de atuação da iniciativa, incluindo as cidades de Barracão e Bernardo de Irigoyen, na fronteira entre Brasil e Argentina.

CONEXÕES URBANAS – Lançado em 2022, o projeto tem como objetivo fortalecer os governos locais através do planejamento e desenho urbano participativo de espaços públicos através de recomendações de políticas públicas, desenvolvimento de capacidades do corpo técnico, compartilhamento de conhecimento e apoio à regeneração destes locais.

O projeto atua na fronteira Brasil-Paraguai, nas cidades de Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, e na fronteira Brasil-Argentina, com os municípios de Barracão, Bom Jesus do Sul, Dionísio Cerqueira e Bernardo de Iriogyen. Além disso, engloba duas cidades no Líbano, implementado pela equipe local do ONU-Habitat no país.

Financiado pela Conta de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDA), o projeto já promoveu escutas da população e atores locais, realizou oficinas com autoridades e lideranças dos territórios, e elaborou um diagnóstico dos espaços públicos a partir de metodologias participativas.

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Advertisement

PARANÁ

Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências

Published

on

By

O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.

Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.

“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.

EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.

Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.

Leia Também:  Abertas as inscrições para Família Acolhedora em Boa Vista da Aparecida

A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.

“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.

Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.

Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.

A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.

“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.

Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.

Leia Também:  Feira de serviços Paraná em Ação chega a Terra Boa nesta quarta-feira

“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.

GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.

Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.

A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.

Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).

Fonte: Governo PR

COMENTE ABAIXO:
Continuar lendo

PARANÁ

POLÍCIA

ENTRETENIMENTO

ESPORTES

MAIS LIDAS DA SEMANA