PARANÁ
Base para a biodiversidade: rede de pesquisadores descobre mais de 230 espécies
Publicado em
23 de junho de 2023por
Itajuba TadeuApós três anos de trabalho, iniciado em maio de 2023, o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Taxonline reuniu 50 coleções biológicas das áreas da Botânica, Zoológica e Microbiológicas. As coleções biológicas são a base para qualquer estudo em biodiversidade e aplicação biotecnológica.
Também foram descritas mais de 230 espécies novas de grupos diversos como insetos, bactérias, fungos, plantas, anelídeos, ascídeas e peixes (que não eram conhecidas pela ciência).
Criado a partir da Rede Paranaense de Coleções Biológicas, o novo arranjo Taxonline reúne pesquisadores e representantes de 18 instituições federais, estaduais e municipais. O resultado dos trabalhos e as sugestões de continuidade foram apresentados no workshop realizado nesta quinta-feira (22) na Fundação Araucária, em Curitiba.
Desde 2019, a Fundação Araucária (FA), em parceria com a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), passou a incorporar a construção estrutural de Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação – atualmente, já são mais de 35 NAPIs implantados ou em construção no Paraná.
O objetivo dos NAPIs é conduzir a produção de conhecimento de forma colaborativa pelos pesquisadores paranaenses e de outras regiões, incitados por demandas prioritárias de desenvolvimento de setores estratégicos para o Estado.
De acordo com a articuladora do Napi Taxonline e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luciane Marinoni, todas as pesquisas e descobertas constam em banco de dados de acesso livre à sociedade armazenado no site www.taxonline.bio.br. São mais de 1,2 milhão registros já liberados de todas as coleções.
Ela explica que as coleções biológicas estão em todos os setores. “As coleções e as informações que estão nelas contidas dão condições para definirmos, por exemplo, o que são espécies exóticas e as que são invasoras ou não. Aquelas que podem causar danos à agricultura, por exemplo, e a partir disso definir as espécies que podem ser utilizadas para controle biológico destas espécies consideradas exóticas”, ressalta a pesquisadora.
Também é possível observar as espécies que estão em extinção ou não, além monitorar e prever mudanças climáticas, quais são os grupos que estão sofrendo com essas mudanças e o motivo.
“Podemos prever o que vai acontecer se tivermos mais impacto na biodiversidade. Também podemos monitorar, por exemplo, bacias sedimentares para definir onde há óleo e gás para serem buscados e utilizados para a população. Na biotecnologia as coleções também têm informações genéticas que são importantíssimas para a produção de medicamentos, cosméticos, entre outros”, destaca Luciane.
Segundo Cláudia Czarneski, coordenadora-geral de Ecossistemas e Biodiversidade da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), os trabalhos produzidos por esse Napi têm ajudado a fortalecer o desenvolvimento de políticas públicas na área de coleções.
“A gente sabe da importância das coleções científicas como fonte de informação, em alguns casos a única fonte de informação da biodiversidade, e a gente apoiar coleções significa estamos apoiando a pesquisa e a inovação”, disse Cláudia.
O formato da iniciativa dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação foi elogiado pela pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Silvia Meletti.
“É uma iniciativa que direciona recursos para a universidade e que possibilita um trabalho multidisciplinar e interinstitucional que favorece desde a pesquisa básica até a ação extensionista. Isso é fundamental para a produção da ciência e a ciência está em todas as áreas. O fomento à produção científica é um investimento que se reverte para a sociedade quase que automaticamente”, argumenta.
COMBATE À COVID-19 – Por meio dos microorganismos é possível definir o que são organismos com potencial para doenças e uma nova pandemia, por exemplo. “Na pandemia do coronavírus, se a gente tivesse mais conhecimento dos microorganismos depositados em coleções biológicas nós teríamos poupado muitas vidas e tempo para a descoberta de vacinas”, explica a pesquisadora Luciane Marinoni.
Um dos importantes resultados alcançados pelos pesquisadores do Napi foi obtido no trabalho realizado junto ao Projeto da Rede Nacional Covid e Esgoto do MCTI, que conta com a participação das empresas de tratamento de água.
Vânia Aparecida Vicente professora da UFPR e uma das articuladoras do Napi, explica que a equipe tem trabalhado na quantificação da carga viral em águas residuais.
“A ideia é identificar o vírus e termos uma correlação efetiva entre carga viral aparecendo no esgoto com o número de casos quantificados à frente, uma semana a 15 dias posteriormente. Com essa experiência da Rede foram surgindo outros projetos e a gente vem adotando o mesmo modelo para avaliar a circulação de outros agentes de características emergentes ou reemergentes e, consequentemente, conseguir monitorar a circulação desses agentes na população de maneira geral”, comenta.
Gustavo Possetti, gerente de Pesquisa e Inovação da Sanepar, reforçou que a Companhia é parceira da inciativa dos novos arranjos de pesquisa e inovação e ressaltou a importância da participação do Napi na Rede Nacional Covid e Esgoto.
“Este foi um dos projetos mais importantes da Sanepar quando tivemos que reagir em um momento de pandemia, extremamente difícil. E quando se olha para atividades essenciais se torna ainda mais desafiador. Os profissionais do Napi junto aos da Sanepar e à Rede Nacional trouxeram uma contribuição significativa com a produção do conhecimento científico e sua aplicação”, explica Possetti.
“Especificamente na microbiologia, nós entendemos que a epidemiologia baseada no esgoto pode trazer informações importantes para diferentes aplicações. Ter estes bancos de dados devidamente atualizados e publicados para que possam ser utilizados para a melhoria de processos e para o estabelecimento de políticas públicas é essencial para o nosso trabalho”, afirmou o gerente da Sanepar.
A equipe do Napi Taxonline tem contado com a colaboração de toda a estrutura laboratorial da UFPR para o desenvolvimento das diferentes plataformas de sequenciamento, em particular o Centro de Coleções de Culturas Microbiológicas da Rede Paranaense (CMRP) disponibiliza laboratórios de nível de biossegurança adequado para o desenvolvimento de etapas metodológicas.
Os pesquisadores do Napi estão organizando os bancos de dados e de material biológico como o grande Banco de RNA Viral do qual estão trabalhando na elucidação através de sequenciamento das linhagens que circularam durante o período pandêmico avaliado desde 2020.
ICMS ECOLÓGICO – Muitos municípios que não contam com indústrias instaladas ou outras formas de arrecadação de recursos têm no ICMS Ecológico uma importante fonte de arrecadação. Um dos exemplos é o município de Mato Rico, que passou de uma arrecadação de R$ 600 mil para quase R$ 4 milhões com o ICMS Ecológico.
O ICMS Ecológico é um instrumento de política pública que trata do repasse de recursos financeiros às cidades que abrigam em seus territórios Unidades de Conservação ou mananciais para abastecimento de municípios vizinhos.
As coleções biológicas oferecem dados importantes para a conservação e ampliação de áreas de conservação.
“As Unidades de Conservação além de conservarem as plantas e animais, a biodiversidade como um todo, ainda têm a questão do ICMS Ecológico que é pago aos municípios que mantêm essas áreas, e isso acaba influenciando diretamente a comunidade”, explica Marcelo Galeazzi Caxambu, professor do Departamento de Biodiversidade e Conservação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Ele acrescenta que estas Unidades de Conservação, através do ICMS Ecológico, acabam aportando recurso para o município que é usado em saúde, educação, beneficiando diretamente a sociedade.
Fonte: Governo PR
PARANÁ
Ganhando o Mundo: últimos intercambistas começam a chegar com mala cheia de experiências
Published
3 horas agoon
23 de dezembro de 2024By
O Natal será com a família reunida e com diversas histórias para compartilhar para 27 alunos que voltaram do intercâmbio nos Estados Unidos nesta segunda-feira (23), dentro do programa Ganhando o Mundo. Eles desembarcaram no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, onde foram recebidos com muita emoção por pais e familiares depois de quatro meses estudando na América do Norte. Outros alunos devem chegar em janeiro.
Foram mil estudantes de escolas públicas paranaenses que tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio com as despesas pagas pelo Governo do Estado, após uma seleção que envolveu mais de 12 mil candidatos. A edição de 2025 será ainda maior e levará 1,2 mil alunos para cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.
O chefe do Departamento de Intercâmbios da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Marlon de Campos, destacou que a edição do Ganhando o Mundo deste ano foi um sucesso. “Todo o processo está sendo incrível. Foi o primeiro ano que nós tivemos mil alunos viajando, 950 deles já retornaram no primeiro semestre, e agora o restante está voltando”, ressaltou.
“Eles voltam com uma cabeça completamente mudada, muito mais atenciosos com a sua família, com a sua escola, com o seu espaço. Quando eles viajam e experienciam uma oportunidade tão diferente, não só da língua, mas também cultural e acadêmica, eles ampliam os seus horizontes e isso faz com que se tornem líderes”, acrescentou.
EXPERIÊNCIA DE VIDA — Entre as intercambistas que chegaram nesta segunda-feira está Isabella Parra Hass, de 16 anos, estudante do Colégio Estadual Rio Branco, em Rio Branco do Ivaí, no Norte do Estado. Para ela, a principal conquista com o intercâmbio foi tornar-se uma pessoa mais independente. “Foi uma das melhores experiências da minha vida. Vivi coisas que eu nunca imaginaria viver, conheci pessoas incríveis e me tornei uma pessoa tão madura, independente, que eu nunca imaginei que eu conseguiria”, explicou.
Ela conta que pôde vivenciar a cultura americana na prática. “Fui líder de torcida e também gerente do time de basquete feminino. Foi muito legal vivenciar a cultura deles, do esporte, mas mais do que isso, saber que você consegue fazer algo quando realmente se quer muito. Uma oportunidade incrível que nunca imaginei que poderia ter e que graças ao Ganhando o Mundo consegui realizar um dos meus maiores sonhos”, disse, com os olhos ainda com lágrimas após encontrar os pais.
A família viajou cerca de 350 quilômetros para receber a filha, pouco para uma distância que já foi continental. “A gente viveu junto esse intercâmbio. Ela lá e eu acompanhando daqui, nos falando todos os dias, dando força nas horas das dificuldades e sorrindo, acreditando que tudo ia dar certo”, afirmou Maria Inez Parra Hass, mãe de Isabella.
“Agradeço ao Governo do Estado por esse intercâmbio, por esse projeto. Ela gostou muito da escola, construiu muitas amizades, foi muito bem recebida pela família e agora esse presente de Natal que estamos está recebendo com a chegada dela”.
Para Pedro Moreira Silva, 16 anos, do Colégio Estadual Arcângelo Nandi, de Santa Terezinha de Itaipu, no Oeste, o que mais lhe chamou sua atenção foi a cultura do esporte nos colégios americanos. “Eu não teria oportunidade de fazer um intercâmbio se não fosse por esse programa, para estudar numa verdadeira high school. Uma das coisas mais legais foi o esporte que pratiquei, participando do time de futebol americano, que foi incrível, e um pouco de wrestling”, ressaltou.
Outro destaque foi o aprimoramento da língua. “O meu inglês melhorou muito, o que vai me ajudar a ter um bom emprego. Fora isso, aprendi coisas novas, como comidas típicas de lá e que vou cozinhar para a minha família, além da neve, porque lá é bem gelado”, disse.
A mãe de Pedro, Katyussa Maiara Moreira, contava os minutos para chegada do filho, acompanhada do marido e da filha mais nova. “Começa a bater aquela ansiedade. A gente fala que não vai ficar nervosa, mas não tem como. É um orgulho como mãe saber que ele conquistou isso, que chegou onde chegou e só tenho muito a agradecer a Deus e ao Governo do Estado”, salientou.
“Ele se desenvolveu muito bem. No começo foi difícil, mas todo dia conversava com ele pelo WhatsApp, então estava longe, mas perto ao mesmo tempo. E agora ter ele aqui junto no Natal, poder passar o Ano-Novo era uma coisa que a gente queria muito”, celebrou o pai, Rodimar Silva.
Quem também vai ter muita história para contar é Amanda Samiria, de 16 anos, do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba. Ela foi recebida pelos pais e amigos no saguão do aeroporto. “Ao mesmo tempo que apertava o coração, eu sabia que aquilo ia ser para o meu bem. Toda a independência, maturidade e responsabilidade que eu ganhei com esse programa foi incrível, uma oportunidade de estar vivendo em um outro país, de morar com uma outra família, com uma cultura totalmente diferente da minha”, comentou.
“Ao mesmo tempo que o coração está apertado por eu ter deixado minha segunda família lá nos Estados Unidos, também está muito alegre de reencontrar todo mundo, de ver o quanto eu sou amada aqui e o quanto tudo valeu a pena. Já tenho planos para compartilhar tudo o que eu aprendi, que eu não vou deixar só para mim, mas sim dividir com os outros, contar como foi a minha experiência para inspirar outras pessoas a também participarem”, acrescentou.
GANHANDO O MUNDO – Iniciado como projeto-piloto em 2022, o Ganhando o Mundo levou 100 estudantes para o Canadá, na América do Norte, naquele ano. Na segunda edição, outros 100 alunos tiveram a experiência de conhecerem uma outra cultura, desta vez com destino a Nova Zelândia, na Oceania.
Em 2023, o programa passou a incluir professores, com 96 docentes enviados para o Canadá e a Finlândia, países referências em educação. No mesmo ano, mais 40 alunos estudaram por um semestre letivo na França. Já em 2024, o número de intercambistas cresceu dez vezes, chegando a mil alunos que viajaram para países de língua inglesa, como Canadá, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália e Estados Unidos. Além disso, 100 diretores de colégios estaduais embarcaram no meio do ano para um intercâmbio de duas semanas no Chile.
A próxima edição, em 2025, será ainda maior. Mais de 1,2 mil alunos da rede estadual terão como destino cinco países de língua inglesa (Austrália, Canadá, Irlanda, Nova Zelândia e Reino Unido). Durante seis meses, os jovens farão curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil.
Também em 2025 acontecerá a primeira edição do programa voltada aos alunos de 1ª série dos cursos técnicos em agropecuária, agrícola, florestal, operações de máquinas florestais e agronegócio, matriculados nos centros de educação profissional. Cem estudantes vão para Iowa, nos Estados Unidos, estado líder em tecnologia agrícola e coração do corn belt (cinturão agrícola forte em produção de milho e um dos principais pólos agrícolas do mundo).
Fonte: Governo PR
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