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Arte de Alfredo Andersen do acervo do Estado gera interesse de pesquisadora de Harvard

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Apesar das raízes brasileiras e de ter feito mestrado na Noruega, foi na biblioteca de Harvard que a brasileira Georgia Soares, agora doutoranda na universidade americana, descobriu Alfredo Andersen, conhecido com a carinhosa alcunha de “Pai da Pintura Paranaense”. Seu trabalho envolve o trânsito cultural entre Europa e América Latina no período pós-colonial, o que tem muito a ver com a trajetória de vida de Andersen.

A pesquisa de Georgia, em Literatura Comparada, foca na cultura do Brasil, França, Noruega e Estados Unidos dos séculos XIX e XX. Assim que comentou com seus professores da possibilidade de estudar Alfredo Andersen, eles se animaram tanto pelo desconhecimento que possuíam, quanto por sua representatividade enquanto ícone deste trânsito cultural. 

Alfredo Andersen é um pintor de origem norueguesa com origem entre as elites artístico-intelectuais europeias (Georgia cita uma exibição ao lado de Edvard Munch e um retrato pintado por Andersen de Knut Hamsun, que ganharia o Nobel de Literatura) e que vem parar em Paranaguá, no Litoral do Estado, quase por acidente, deixando um rico legado em obras e estudantes que se tornaram artistas também. “Andersen se encaixa perfeitamente no meu trabalho. Quase ninguém conhece Andersen nos Estados Unidos”, comenta Georgia.

Ela esteve em maio do ano passado no Museu Casa Alfredo Andersen para conhecer a instituição e ter contato com as obras e documentações que estão disponíveis no acervo cultural do Governo do Estado, bem como o que ainda segue sob tutela de seus herdeiros. Antes disso, a doutoranda já havia passado pela Noruega e colhido o material que o pintor havia deixado por lá para aprofundar seus estudos culturais.

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Segundo ela, o trabalho do pintor é um confronto curioso de visões, considerando que tanto o Brasil quanto a Noruega o consideram um artista “do sul”, apesar de ter nascido “no norte”. Ela estuda, por exemplo, como essa diferença de ambientes se reflete nas obras do pintor. Georgia destaca nesse aspecto a luz que ele trabalha da região de Florianópolis, comparável apenas a Santorini, na Grécia.

Georgia também explora em sua tese como, a partir dessa representação, se cria “o real” e se entende “a identidade”, para então compreender “o que significa ocupar um espaço de entremeio, como Andersen fez ao vir ao Paraná, e o relacionamento do artista com processos de transculturação”.

Como vem sendo cada vez mais comum nas Ciências Sociais, Georgia expande o seu lugar como pesquisadora em sua relação com o objeto de estudos. Ela própria filha de mãe brasileira e pai americano, nascida no Brasil e criada em parte nos EUA, pertence a um mesmo não-lugar que Andersen. “Me relaciono com o Alfredo Andersen porque ele é um artista do entremeio e eu me sinto assim”, comenta. 

Para ela, é muito importante representar o Brasil nos EUA e os EUA no Brasil. Os dois países são terras formadas por imigrantes – ou seja, desterritorializados – e com profundos contrastes. “Entender Andersen é também entender as Américas. Alfredo Andersen viajou pela Europa e chegou em um país em perpétua crise de identidade”, finaliza Georgia, apontando o paralelo entre sua experiência e a do artista.

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MUSEU CASA ALFREDO ANDERSEN – O Museu Casa Alfredo Andersen (MCAA) é uma instituição administrada pelo poder público estadual, vinculada à Coordenação do Sistema Estadual de Museus da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. Ele tem sua origem na Sociedade de Amigos criada por pessoas que conviveram com Alfredo Andersen e o admiravam. O edifício onde hoje é a sede do MAA remonta ao final do século XIX. Entre 1988 e 1989 foi totalmente restaurada e ganhou o aspecto que mantém até hoje.

ALFREDO ANDERSEN – Alfred Emil Andersen nasceu em Khristiansand, na Noruega, em 1860. Sua formação artística ocorreu na Europa, em ateliês particulares na Noruega e Dinamarca. Em 1892, após um longo período de viagens pela Europa e América, Andersen desembarcou no Paraná, fixando residência em Paranaguá, num período tenso da história do Brasil, marcado pela consolidação do regime republicano e por motins e levantes populares como a Revolução Federalista. Depois se mudou para Curitiba e abriu um ateliê, dando origem a um período de formação de novos artistas.

Fonte: Governo PR

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Em 2024, Governo do Paraná investiu mais de R$ 250 milhões em segurança alimentar

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Segurança alimentar é uma prioridade no Paraná e a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) tem investido em iniciativas sólidas para garantir o acesso à alimentação de qualidade, promover a geração de renda e fortalecer a agricultura familiar. Ela acontece por meio dos programas Compra Direta, Restaurantes Populares, Hortas Urbanas, entre outros.

Em 2024, o Estado reforçou seu compromisso em combater a insegurança alimentar com ações estratégicas e integradas que beneficiaram mais de 500 mil famílias em situação de vulnerabilidade com um investimento de mais de R$ 250 milhões do Estado, promovendo também a sustentabilidade alimentar.

Para isso o Estado se guia pelo Plano de Segurança Alimentar e Nutricional 2024-2027, recém-publicado, que é o resultado de um esforço conjunto da Câmara Governamental Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan-PR) e do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea-PR).

A publicação do plano reafirma o compromisso e a busca do Governo do Estado com a promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) e com a construção de um sistema agroalimentar mais sustentável, que valorize os circuitos curtos de comercialização e respeite os hábitos alimentares da população paranaense. Esse novo plano abrange 9 eixos, com seus respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de 83 metas e 170 ações relacionadas.

COMPRA DIRETA – O programa que visa adquirir gêneros alimentícios de cooperativas ou associações da agricultura familiar, para entregar diretamente à rede socioassistencial do Estado, beneficiou cerca de mil entidades filantrópicas do Paraná, atendendo 358,6 mil pessoas com o recebimento de alimentos diversificados. Essa ação promoveu também a geração de renda para aproximadamente 20,4 mil agricultores familiares de 179 associações e cooperativas do Estado, totalizando um investimento de R$ 60 milhões.

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Os contratos assinados em 2024 finalizam em fevereiro de 2025 e uma nova chamada pública, que prevê a contratação de R$ 70 milhões em gêneros da agricultura familiar, está em fase final de planejamento.

LEITE DAS CRIANÇAS (PLC) – O programa que busca combater a desnutrição infantil, fornecendo diariamente 1 litro de leite enriquecido com vitaminas A, D e ferro quelato para crianças de 6 a 36 meses pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade social, em 2024 distribuiu aproximadamente 36,5 milhões de litros de leite de 4,5 mil produtores nos 1.291 pontos de distribuição espalhados pelo Estado, atendendo cerca de 100 mil crianças e totalizando um investimento de R$ 166 milhões.

O PLC é um programa intersecretarial, que conta com a participação da Seab, secretarias de Estado da Educação, da Justiça e Cidadania (Seju), e da Saúde (Sesa), além do monitoramento e fiscalização do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (Consea-PR).

PROGRAMA AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA) – O programa federal compra alimentos produzidos pela agricultura familiar e destina às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional e àquelas atendidas pela rede socioassistencial, pelos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino. Entre a execução mista (com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e a direta (com a Seab), estão sendo beneficiados 1.666 agricultores de 162 municípios, com recursos na ordem de R$ 17,9 milhões. O grande destaque do ano foi a estreia do PAA Indígena, que beneficiou comunidades de 24 municípios com as maiores concentrações populacionais, totalizando R$ 1,5 milhão de investimento.

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RESTAURANTES POPULARES – Em 2024 o programa de restaurantes que oferecem refeições saudáveis e acessíveis para a população vulnerável formalizou 4 convênios para a construção e implantação de restaurantes populares nos municípios de Pato Branco, Cianorte, Campo Mourão e Quedas do Iguaçu. Os convênios totalizaram um investimento de R$ 21,5 milhões (Seab + municípios) e beneficiaram diretamente cerca de 5.500 pessoas.

HORTAS URBANAS, CENTRAIS PÚBLICAS E FEIRAS, COZINHAS E PANIFICADORAS – Em 2024 foram formalizados 22 convênios que beneficiaram diretamente a população de 11 regionais. Os convênios totalizaram um investimento de 3,6 milhões (Seab + municípios) e devem beneficiar diretamente 38.838 pessoas.

SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – Atualmente o Paraná é o Estado com maior número de adesões em números absolutos ao Sisan, com 319 municípios, que correspondem a 24,5% do total de 1.301 adesões nacionais. A iniciativa possibilita que os municípios tenham acesso facilitado a recursos e políticas públicas nacionais, além de demonstrar o compromisso crescente com o combate à fome.

Fonte: Governo PR

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