Os 70 anos da Federação Paranaense de Voleibol (FPV) comemorado nesta semana é celebrado com o reconhecimento da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Em 2022, a FPV foi a federação que mais registrou e movimentou atletas no país, o que coloca a instituição entre as mais organizadas do Brasil. Entretanto, esta conquista é fruto de anos de dedicação e muito trabalho duro no estado.

Atualmente, Jandrey Vicentin é o presidente da FPV e responsável pela sequência do trabalho realizado nos últimos anos, além dos novos projetos que consolidam o desenvolvimento da gestão. Antes de Jandrey, Neuri Barbieri comandou a federação paranaense por 38 anos e neste período realizou uma das maiores revoluções que a instituição já teve.

“Me lembro com saudades dos anos 80, quando eu assumi a Federação. Na época não tinha nenhum interessado em assumir, e fui chamado por amigos que estavam no governo, principalmente pelo ex-governador Ney Braga […] Logo que assumi me deparei com dificuldades naturais de uma instituição dependente do poder público. Tínhamos imediatamente uma seleção para enviar para Maceió e não tínhamos dinheiro. Lembro que foi aí que fui ao governo e consegui as passagens. A Federação era absolutamente amadora, não tinha recurso para pagar salário de funcionário, só tinha um colaborador”, lembra Neuri.

Com trabalho sério e incentivo, principalmente nas categorias de base, a FPV iniciou uma revolução assumindo papel de protagonista no vôlei nacional. “Com o tempo fomos melhorando, incentivando a participação de mais técnicos. Conseguimos um excelente relacionamento com o presidente Carlos Arthur Nuzman e começamos a fazer bons eventos em Curitiba e no Paraná. Fizemos aqui o primeiro mundial da juventude, com 16 seleções, em 1988. Depois fizemos o Sul-Americano em 89, depois o mundial adulto de 90, e assim o despertar de muitos jovens que trabalhavam nesses eventos acabaram virando técnicos, formando uma equipe de técnicos excelente”, completou Neuri.

Um dos parceiros de trabalho de Neuri e atual vice-presidente da FPV, Pedro Hesketh, mais conhecido como Pedrão, também destaca a atuação de técnicos do voleibol paranaense que ajudaram no desenvolvimento da modalidade no estado.

Pedrão tem mais de 50 anos dedicados ao voleibol e fez parte desta revolução. “Manter a Federação era uma dificuldade enorme, sem verba, sem dinheiro, com poucas equipes no Paraná inteiro. Eram mais clubes sociais que participavam da Federação […] Tenho lembranças de dificuldades para viajar para campeonatos brasileiros, pra arrumar dinheiro, pra correr atrás de patrocínio, mas olhando agora, acho que faríamos tudo de volta. Eram momentos difíceis, mas divertidos, alegres”, recorda Pedrão.

Para orgulho da dupla de amigos, atualmente a Federação é referência nacional e possui uma estrutura que permite manter o Paraná como uma dos principais celeiros de atletas e treinadores do país. “É muito estruturada e bem dirigida pelo Jandrey, que me sucedeu. Eu vejo um futuro promissor, porque ela tem uma estrutura absolutamente profissional. Em termos de Federação, no período que passei no Rio de Janeiro, eu constatei que a nossa federação é a melhor do Brasil”, concluiu Neuri.

Sem previsão de abandonar o voleibol e com disposição para continuar colaborando com o esporte, Pedrão deseja vida longa de sucesso a FPV. “Eu desejo que o Jandrey consiga ser reeleito e se quiser que eu continue como vice será um orgulho muito grande. Hoje estamos nesta posição graças aos nossos presidentes, somos um exemplo de administração para o Brasil inteiro. Meu sonho é ver duas equipes, uma no masculino e uma no feminino, disputando a Superliga A”, finalizou Pedrão.

70 ANOS DE HISTÓRIA

Em 70 anos a FPV se tornou referência entre as federações do país. Com números recordes de inscrição e movimentação de atletas, a sede paranaense possui um dos calendários mais completos e com valorização do vôlei de quadra, vôlei de praia e vôlei paralímpico.

Ao longo de sete décadas, a FPV revelou grandes nomes e grandes projetos vitoriosos no voleibol. O maior jogador de vôlei de praia de todos os tempos, o paranaense Emanuel Rego tem a história vitoriosa aliada a federação. Gilberto Godoi, o Giba, também é um exemplo de paranaense vitorioso revelado no Paraná, o mesmo ocorre com o líbero Serginho (Diamante do Oeste), Lipe (Curitiba), Marlon (Guaíra), Mari (Rolândia), Samuel (Curitiba), Natália (Ponta Grossa), Ágatha (Paranaguá), e os técnicos Rubinho (assistente da seleção masculina adulta e de base) e Percy Oncken (eneacampeão mundial juvenil), Fabiano Magoo (técnico da seleção brasileira sub-18 masculina).

Da Assessoria