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Tarifaço provoca um terremoto na economia mundial e afeta o agronegócio

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O tal do “tarifaço” do Trump causou uma quinta-feira (03.04) de caos no mundo. Bolsas ao redor do mundo registraram quedas expressivas, e o dólar no Brasil disparou para R$ 5,62, seu menor valor em seis meses. A decisão afetou diretamente diversas commodities, com destaque para o algodão, que fechou o dia com queda de 4,42% na Bolsa de Nova York, atingindo 64,80 centavos de dólar por libra-peso.

O impacto foi imediato, principalmente no agronegócio. As sobretaxas devem reduzir ainda mais a demanda por algodão no mercado internacional, agravando um cenário de inflação nos Estados Unidos. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou uma nota técnica alertando para os riscos do tarifaço, especialmente para setores com forte dependência do mercado norte-americano, como o café e o suco de laranja.

Em 2024, os EUA foram destino de 17% das exportações brasileiras de café verde e de 31% do suco de laranja exportado pelo Brasil. Com a elevação das tarifas, a competitividade brasileira nesses produtos pode ser minada, reduzindo os ganhos dos produtores.

Setores altamente dependentes do mercado americano, como o de sucos de laranja resfriados e congelados, devem sentir o impacto com mais intensidade. Atualmente, o Brasil responde por 90% e 51% dessas importações nos Estados Unidos, respectivamente. Outros produtos, como carne bovina processada e etanol, também estão entre os mais afetados. No entanto, a CNA considera prematuro avaliar a extensão total das perdas e defende que medidas retaliatórias sejam adotadas apenas como último recurso, após a tentativa de solução por vias diplomáticas.

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Os reflexos do tarifaço não se limitaram ao algodão. O café arábica teve queda de 0,93%, encerrando o dia a US$ 3,8525 por libra-peso, já que investidores buscaram ativos mais seguros. No entanto, a taxação diferenciada para o Brasil e o Vietnã pode representar uma vantagem estratégica para os produtores brasileiros, já que as tarifas sobre o café vietnamita foram mais elevadas. Esse cenário pode fortalecer a presença do Brasil no mercado americano, mas ainda há incertezas sobre o efeito final no consumo.

O suco de laranja foi outra commodity fortemente impactada, com uma queda de 6,01% nos contratos futuros. Analistas apontam que a tarifa extra de 10% sobre o produto brasileiro pode restringir a recuperação da demanda nos EUA, especialmente em um contexto de preços já elevados. No caso do açúcar, a queda foi de 2,45%, impulsionada pela desvalorização do petróleo, que desestimula a produção de etanol e aumenta a oferta da commodity no mercado.

Por outro lado, o cacau foi uma das poucas commodities a registrar alta, subindo 2,93% na Bolsa de Nova York. A valorização foi impulsionada por preocupações com a oferta global, devido a problemas climáticos e fitossanitários em países produtores na África Ocidental, como Costa do Marfim e Gana, que respondem por 70% da produção mundial.

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Olhando para o futuro, o impacto do tarifaço será mais profundo para setores com forte dependência dos Estados Unidos. Produtos como carne bovina industrializada e madeira perfilada estão entre os mais vulneráveis, uma vez que encontrar novos mercados pode ser um desafio. Mesmo com um histórico de estabilidade nas exportações para os EUA, o agronegócio brasileiro terá que se adaptar às novas regras do jogo impostas pelo aumento das tarifas.

Fonte: Pensar Agro

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Porto Nacional lidera exportações e movimenta R$ 197 milhões

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Porto Nacional, no Tocantins, começou 2025 reafirmando seu protagonismo no comércio exterior. Nos dois primeiros meses do ano, o município somou cerca de R$ 197 milhões em exportações, segundo dados da plataforma Comex Stat, do governo federal. Esse desempenho coloca a cidade na liderança entre os municípios tocantinenses que mais venderam para fora do país. Em segundo lugar aparece Almas, com aproximadamente R$ 181 milhões.

Grande parte desse montante veio da força do agronegócio local. O destaque ficou por conta da exportação de subprodutos da soja: as tortas e resíduos sólidos resultantes da extração de óleo, que renderam R$ 109 milhões com o envio de 47,8 mil toneladas. Já a soja in natura gerou aproximadamente R$ 67 milhões em vendas externas, com um volume de 18,7 mil toneladas embarcadas. Legumes de vagem também contribuíram significativamente, com R$ 19 milhões gerados pela exportação de 3,73 mil toneladas. O milho teve participação menor, respondendo por menos de 1% do total exportado no período.

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Para o secretário municipal de Agricultura e Pecuária, Fernando Wild, os números confirmam o bom momento do campo portuense. “A força do agro em Porto Nacional está consolidada. Trabalhamos intensamente para melhorar a infraestrutura rural, com ações como a manutenção de estradas, construção de pontes e apoio logístico. Ao mesmo tempo, apoiamos os pequenos produtores com assistência técnica, insumos, melhorias nas feiras e incentivo à comercialização. O resultado está aí, com recordes atrás de recordes”, afirmou o secretário.

Ao todo, 13 países compraram produtos portuenses neste início de ano. A Itália liderou a lista dos compradores, com importações no valor de aproximadamente R$ 45,6 milhões, seguida de perto pela China (R$ 43,6 milhões) e pela Eslovênia (R$ 37,3 milhões). Outros destinos importantes foram Paquistão, Índia, Alemanha, França e Marrocos. As vendas também chegaram a mercados menores, como Argélia, Egito, Tailândia, Paraguai e até os Estados Unidos, ainda que com volumes simbólicos.

A expectativa para o restante de 2025 é de crescimento ainda mais expressivo. Segundo projeções da Secretaria, há centenas de milhares de toneladas de soja prontas para embarcar nos próximos meses, principalmente com destino à China, principal parceira comercial do município. Só nos últimos três anos, Porto Nacional exportou 2,3 milhões de toneladas da oleaginosa, gerando quase R$ 708 milhões em receita (considerando o dólar a R$ 5,90).

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Com base nos atuais indicadores e no potencial de escoamento da safra, o município se posiciona como um verdadeiro polo do agronegócio tocantinense, com perspectivas animadoras para o restante do ano.

Fonte: Pensar Agro

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