Esta quarta-feira (28.08) marca o segundo e último dia do evento 5ª Datagro Abertura de Safra de Soja, Milho e Algodão, realizado em Cuiabá. O evento trouxe previsões otimistas para a produção de grãos na safra 2024/2025, com destaque para o aumento na produção de soja e milho.
O painel de abertura, que abordou tendências de produção, consumo, preços e comercialização, foi moderado por Isan Rezende, Presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (Feagro-MT), com a presença de especialistas como Flávio França Jr., Economista e Líder de Pesquisa de Grãos da Datagro, e Marcelo Duarte, Diretor de Relações Internacionais da Abrapa.
“Este evento é crucial para alinharmos nossas expectativas e estratégias para a próxima safra,” afirmou Isan Rezende. “As informações compartilhadas aqui nos ajudam a entender melhor o cenário global e a tomar decisões mais informadas para o agronegócio brasileiro. É um evento que nos enche de orgulho poder participar, ainda mais como moderador tem um tema de tão relevada importância e com as presenças de especialistas neste nível”, frisou Rezende.
DADOS – Durante o evento, a Datagro divulgou previsões baseadas em dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), indicando que a produção mundial de soja na safra 2024/2025 deve atingir 428,7 milhões de toneladas, um aumento de 9% em relação à temporada anterior. A safra brasileira de soja é projetada em 153 milhões de toneladas, 10% a mais do que em 2023/2024, enquanto a produção dos EUA deve alcançar 124 milhões de toneladas, também com um crescimento de 10%.
No entanto, a produção mundial de milho, que cresceu para 1,22 bilhão de toneladas em 2023/2024, pode sofrer uma leve queda para 1,219 bilhão de toneladas na próxima safra. No Brasil, a previsão é de um aumento de 4%, totalizando 122 milhões de toneladas, enquanto nos Estados Unidos a produção deve se manter estável em 384,7 milhões de toneladas.
O evento 5ª DATAGRO Abertura de Safra de Soja, Milho e Algodão trouxe informações valiosas para produtores e investidores, destacando as perspectivas de crescimento na produção de soja e milho, bem como os desafios econômicos e climáticos que podem influenciar o setor nos próximos anos. Com a previsão de aumento na produção e a necessidade de estratégias eficientes de manejo e comercialização, o agronegócio brasileiro se prepara para mais uma safra promissora.
Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da Datagro Grãos, destacou alguns cenários importantes durante sua apresentação. Ele mencionou que os estoques elevados de soja para 2023/2024 e 2024/2025 podem limitar os preços na CBOT (Bolsa de Chicago). Além disso, a produção de soja nos EUA deve avançar bem este ano devido a uma área maior e clima favorável, com lavouras apresentando boa evolução e caminhando para rendimentos recordes.
Outro ponto abordado foi a taxa de câmbio, que segue subindo este ano, e a expectativa de crescimento da área de soja no Brasil para a safra 2025/2026, apesar da renda apertada dos produtores. O fenômeno El Niño Oscilação-Sul (ENSO) também foi mencionado, com o Oceano Pacífico registrando resfriamento nas últimas semanas, o que pode influenciar as condições climáticas e, consequentemente, a produção agrícola.
Os estoques mundiais de milho também devem aumentar em 2023/2024 e 2024/2025, mas os preços do milho na CBOT recuaram este ano, ficando bem abaixo da média. No Brasil, os estoques de milho podem cair pelo quinto ano consecutivo, o que pode impactar o mercado interno.
Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%
Published
3 semanas ago
on
5 de maio de 2025
By
Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.
O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.
Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.
O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.
Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.AceitarLeia nossa política de privacidade
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.AceitarLeia nossa política de privacidade