O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) prorrogou por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária em todo o país devido à gripe aviária. A medida, publicada nesta segunda-feira (7) no Diário Oficial da União, visa manter a vigilância reforçada diante da presença do vírus H5N1 em aves silvestres no Brasil. Embora não haja casos registrados em criações comerciais, o governo mantém o alerta elevado para proteger a avicultura nacional, uma das mais fortes do mundo.
Esta já é a quarta vez que a emergência é estendida. O objetivo é evitar que o vírus se alastre e alcance os plantéis industriais, o que poderia trazer sérios prejuízos econômicos e comerciais. Em outra medida preventiva, o Mapa restringiu recentemente a realização de feiras, exposições e torneios com aves vivas, liberando apenas em situações com autorização oficial.
Enquanto o Brasil reforça sua rede de proteção, os Estados Unidos enfrentam uma crise sanitária crescente. Desde 2022, a gripe aviária já causou a morte de quase 170 milhões de aves no país. A situação se agravou após declarações polêmicas do Secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que se posicionou contra o uso de vacinas em aves e sugeriu deixar o vírus circular para testar a resistência natural dos animais. A proposta foi amplamente criticada por especialistas, que alertam para o risco de novas mutações capazes de afetar humanos e desencadear uma nova pandemia.
O posicionamento de Kennedy levou parlamentares democratas a abrir uma investigação sobre a condução da resposta federal ao surto. Eles pedem explicações sobre a coordenação entre os órgãos de saúde e agricultura e os critérios adotados. Enquanto isso, o Departamento de Agricultura dos EUA anunciou um investimento de 100 milhões de dólares em pesquisas de vacinas e tratamentos contra a doença.
Ainda assim, a lentidão nas ações preocupa, principalmente diante do risco crescente de transmissão para mamíferos e seres humanos. O Brasil segue atento e reforçando suas barreiras, enquanto o cenário internacional mostra que a gripe aviária continua sendo uma ameaça real para a segurança alimentar global.
Fonte: Pensar Agro