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Pitaia é cultivada em 29 municípios, gera lucros e é destaque do Boletim Agropecuário

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A pitaia é uma das frutas que começam a ganhar o gosto dos brasileiros e do mundo todo também por suas propriedades de nutrição e farmacêuticas (nutracêuticas) e funcionais, além do sabor e das cores chamativas. Para analisar as técnicas produtivas, as oportunidades de negócios e estabelecer um ordenamento para a evolução no Estado, está sendo realizado nesta semana, em Marialva, o primeiro encontro paranaense da cultura.

Uma análise sobre a presença da fruta no Brasil e no Paraná está no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 18 a 24 de novembro. O estudo é apresentado pelo agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral), Paulo Andrade, também um dos palestrantes do encontro estadual. O boletim é publicado pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.

O documento aponta que os primeiros registros de plantios comerciais de pitaia no Brasil são do início dos anos 2000, em Itajobi (SP). Em 2005, há a primeira sinalização de comércio no atacado na Unidade Grande Rio, da Ceasa/RJ. Atualmente, o Brasil entrou no mercado exportador da fruta. Entre 2017 e 2021, foram enviadas para o exterior cerca de 330 mil toneladas, com faturamento de R$ 1,4 milhão.

Números sobre o cultivo comercial apareceram no Censo Agropecuário 2017, do IBGE. Ele contabilizou 640 estabelecimentos produzindo a pitaia. À época foram colhidas 1.422 toneladas em 530 hectares, resultando em R$ 6,99 milhões de Valor Bruto de Produção (VBP). São Paulo esteve na liderança, com 39,3% de participação.

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O Paraná apareceu na sétima colocação, com 3,5%. A fruta era cultivada comercialmente em 29 municípios do Estado, com Marialva e Carlópolis à frente. Foram colhidas 34 toneladas em 22 hectares, que garantiram R$ 49,9 milhões de VBP.

O Boletim de Conjuntura Agropecuária registra ainda que, em 2021, nas unidades da Ceasa/PR, foram comercializadas 214,6 toneladas de pitaias, com R$ 3,8 milhões em negócios. A maior parte (51,5%) teve origem em Santa Catarina, seguido do Paraná (25,1%) e São Paulo (16%). Neste ano já se transacionou R$ 2,5 milhões, com venda de 194,7 toneladas. As cotações médias estão a R$ 12,75/kg.

MILHO E SOJA – O plantio de milho atingiu 98% da área estimada de 400 mil hectares. No campo, 85% da área apresenta condições boas, 14% estão em situação mediana e apenas 1%, ruim. Estima-se produção de 3,9 milhões de toneladas nesta safra. A soja também está quase no término da semeadura, com 92% da área estimada de 5,7 milhões de hectares já plantada. A maioria da área semeada (93%) está com condições boas, enquanto 6% têm condição mediana e 1%, ruim.

FEIJÃO – Pela segunda semana consecutiva, as condições climáticas foram benéficas para o plantio do feijão no Paraná, mas os trabalhos ainda continuam atrasados. Em condições normais, a semeadura dificilmente ultrapassa outubro.

APICULTURA – O boletim aponta também que a exportação de mel brasileiro in natura, nos nove primeiros meses de 2022, foi de 30.205 toneladas, volume 25,6% menor comparando-se com o mesmo período de 2021. O Paraná exportou 4.326 toneladas, contra 8.797 toneladas no ano anterior. O Estado ocupa a segunda colocação, atrás do Piauí, que exportou 9.757 toneladas. As informações são do Agrostat Brasil, plataforma nacional que acompanha as exportações e importações do agronegócio.

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FRANGO E OVOS – O documento do Deral registra que o custo de produção do frango, em setembro, no Paraná, subiu 0,7% em relação a agosto, atingindo valor médio de R$ 5,49 o quilo. Os números são da Embrapa Suínos e Aves. Os resultados preliminares da Pesquisa Trimestral de Produção de Ovos, do IBGE, mostram que a produção brasileira de ovos de galinha foi de pouco mais de 1 bilhão de dúzias no terceiro trimestre. A produção acumulada dos três trimestres chega a 2,9 bilhões de dúzias, recuo de 0,7% em relação ao mesmo período de 2021.

LEITE – Sobre o leite, o boletim agropecuário mostra que o preço pago ao produtor em outubro caiu, na média Brasil, 6,5% comparativamente ao mês anterior. Mesmo assim, se mantém acima do praticado no mesmo período de 2021. A correção acontece concomitantemente com a queda no custo de produção que já se estende por quatro meses. Com o fim da estiagem e do período de inverno mais rigoroso, há oferta mais consistente no campo, o que facilita a captação pelos laticínios e exerce pressão no preço para o produtor.

Fonte: Governo do Paraná

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AGRONEGÓCIO

Ponte desaba e expõe gargalos logísticos para o escoamento da safra

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O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no último domingo (22.12), trouxe à tona os problemas crônicos da infraestrutura logística brasileira. A estrutura, que conectava os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), desmoronou sobre o rio Tocantins, provocando uma tragédia com uma morte confirmada e pelo menos 14 pessoas desaparecidas. Caminhões que transportavam ácido sulfúrico e herbicidas também caíram no rio, levando as prefeituras a emitirem alertas sobre contaminação da água.

O acidente ocorre em um momento crítico para o agronegócio nacional. O Brasil deve alcançar uma safra recorde de 322,53 milhões de toneladas de grãos em 2024/25, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento de 8,2% em relação à safra anterior reflete o crescimento da produção de soja e milho, mas evidencia os desafios logísticos de um setor cada vez mais pressionado por gargalos estruturais.

A ponte Juscelino Kubitschek estava localizada na região do Matopiba, uma das áreas de maior crescimento do agronegócio no Brasil, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos dez anos, a produção de grãos na região aumentou 92%, saltando de 18 milhões de toneladas em 2013/14 para 35 milhões em 2024.

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Essa expansão, no entanto, tem sobrecarregado a infraestrutura local. O intenso tráfego de cargas pesadas, principalmente de fertilizantes e grãos, contribuiu para o desgaste da ponte, que já apresentava rachaduras e denúncias de negligência na manutenção.

Além de afetar a segurança da população, o desabamento representa um entrave significativo ao escoamento da safra. Os portos do Arco Norte, responsáveis por 35,1% das exportações de grãos em outubro de 2024, são fundamentais para o agronegócio brasileiro. A interdição da ponte pode impactar negativamente a logística de transporte para esses portos, aumentando custos e atrasos.

O transporte de fertilizantes também está em alta, com as importações alcançando 4,9 milhões de toneladas em outubro, um crescimento de 5,9% em relação ao mês anterior. Essa demanda reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para evitar colapsos como o ocorrido no rio Tocantins.

Entidades do agronegócio, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacam que episódios como este evidenciam a urgência de investimentos em infraestrutura. “O crescimento do agronegócio brasileiro depende diretamente de uma logística eficiente. A tragédia no rio Tocantins é um alerta para a necessidade de modernização das rotas de transporte e manutenção das estruturas existentes”, afirma a CNA em nota.

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O Ministério dos Transportes já anunciou a abertura de uma sindicância para investigar o desabamento e prometeu reconstruir a ponte em 2025. Enquanto isso, o setor agropecuário pede soluções imediatas, como rotas alternativas e a implementação de medidas para mitigar os impactos sobre a logística da safra.

Embora críticas à expansão do agronegócio tenham ganhado destaque após o acidente, é crucial equilibrar o debate. O setor é um pilar da economia nacional, responsável por 25% do PIB e por grande parte das exportações brasileiras. Investir em infraestrutura adequada e eficiente não é apenas uma questão de atender às demandas do agronegócio, mas de assegurar que o crescimento econômico venha acompanhado de segurança, sustentabilidade e benefícios para toda a sociedade.

O desafio agora é transformar essa tragédia em um ponto de virada, priorizando investimentos estratégicos que garantam a competitividade do agronegócio no mercado global, sem negligenciar a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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