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Pecuaristas de Minas Gerais estão dispensados da vacinação contra a febre aftosa

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Pela primeira vez em cinco décadas, os pecuaristas de Minas Gerais estão dispensados da vacinação contra a febre aftosa em novembro, um marco significativo alcançado graças às medidas implementadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Essas ações fazem parte do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), conduzido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A meta subsequente é obter o reconhecimento internacional da Organização Mundial de Saúde Animal como área livre da doença sem necessidade de vacinação, o que poderia abrir portas para novos mercados e representar uma economia anual superior a R$ 700 milhões para os produtores mineiros. Uma das condições essenciais para isso é que produtores de bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, aves, peixes e abelhas atualizem anualmente as informações de seus rebanhos junto ao IMA.

Esta dispensa de vacinação modifica o cotidiano dos produtores, acostumados a vacinar e notificar o IMA duas vezes por ano. O objetivo desta atualização de dados é proporcionar um mapeamento mais preciso do estado, possibilitando uma defesa sanitária mais eficiente e ações rápidas de contenção de doenças.

“Para um atendimento mais eficaz a suspeitas de enfermidades, é crucial conhecer a localização exata das propriedades e seus rebanhos. Nossas ações de vigilância atingem tanto a propriedade alvo quanto as circunvizinhas, prevenindo a disseminação da doença com medidas de biossegurança”, explica Guilherme Negro, diretor técnico do IMA. De acordo com o PNEFA, são essenciais a fiscalização do deslocamento animal entre estados, a pronta notificação de doenças e a inspeção de eventos agropecuários e abatedouros.

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O IMA tem redobrado esforços para sensibilizar a sociedade sobre a importância da notificação de doenças, trabalhando em conjunto com entidades do setor agropecuário. A vigilância baseia-se em estudos de risco que consideram fatores como a proximidade com regiões ainda não reconhecidas como livres de febre aftosa e o volume de trânsito de animais susceptíveis.

A inclusão de outras espécies na atualização cadastral é mais uma inovação. Anteriormente focada apenas em bovinos e bubalinos, agora abrange outras espécies, ampliando a segurança sanitária em Minas Gerais e protegendo contra outras enfermidades potencialmente transmissíveis aos humanos.

A campanha anual de atualização de rebanhos ocorre entre maio e junho. Os produtores podem realizar essa atualização online, através do Portal do Produtor no site do IMA, ou presencialmente nas unidades regionais do instituto. Aqueles que não realizarem esse procedimento estarão impedidos de emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA) e a Ficha Sanitária Animal, documentos necessários para o transporte de animais e para transações comerciais e financeiras.

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O histórico da febre aftosa no Brasil remonta às décadas de 1860 e 1870 na Argentina e Uruguai, com o primeiro caso oficialmente documentado em Minas Gerais em 1895. A expansão da pecuária e o intenso tráfego de gado estiveram associados à propagação da doença. Um declínio nos casos foi notado a partir dos anos 80, com a intensificação das campanhas de vacinação e o fortalecimento das ações de controle sanitário.

Nos primeiros anos da década de 90, houve um pico nos surtos devido a melhorias no sistema de notificação. Contudo, restrições no trânsito de animais e a estabilização econômica contribuíram para a queda da incidência. A modernização da indústria frigorífica e a adoção da vacina com adjuvante oleoso em 1994 foram vitais para a erradicação da doença, diminuindo a necessidade de deslocamento de animais e fortalecendo a prevenção. Estas ações combinadas foram decisivas para a erradicação da febre aftosa no Brasil, garantindo a segurança da indústria pecuária nacional.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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