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Paraná tem a melhor classificação do Brasil em potencialidade agrícola, segundo estudo do IBGE

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O Paraná é o estado brasileiro com a maior área do seu território classificada com potencialidade agrícola “muito boa” (classe A1). A classificação está no Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil , publicação inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta segunda-feira (5). Segundo o relatório, 12,2% do território paranaense, equivalente a 24.313 quilômetros quadrados, corresponde à potencialidade “muito boa”. No País, esse índice é de apenas 2% e na Região Sul é de 5,6%.

O documento orientativo foi elaborado a partir do mapeamento de solos do IBGE, levando em consideração os recursos naturais, sobretudo solo e relevo, e como eles podem favorecer o setor agrícola. Os mais de 500 tipos de solos do Brasil foram classificados considerando características como textura, pedregosidade, rochosidade, erodibilidade, entre outros, em cinco classes de potencialidade. Elas variam de terras com muito boa potencialidade a terras com restrições muito fortes ao desenvolvimento agrícola.

TERRA VERMELHA – Segundo o mapa divulgado pelo IBGE, o Norte, Norte Pioneiro e Oeste do Paraná contam o maior volume de áreas classificadas como muito boas para o desenvolvimento agrícola no Estado. O estudo cita como exemplo o latossolo vermelho de Tamarana, na região Norte, e o nitossolo vermelho de Medianeira, no Oeste. São exemplares da famosa “terra vermelha” do Paraná.

“A pesquisa do IBGE vem reiterar o que já sabíamos, que o nosso estado reúne as melhores características para a agricultura. A qualidade dos nossos solos está entre os motivos que fazem do Paraná um dos maiores produtores de alimentos do mundo”, salienta o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

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O estudo foi divulgado no Dia Mundial do Solo, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Este ano, a data tem como tema “Solos: onde a alimentação começa”.

“O Paraná tem o privilégio de ser um Estado com diferentes tipos de solo, com climas que ajudam a diversidade de culturas e com a possibilidade de até três safras anuais para algumas variedades”, explica o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Aliado a isso, o Estado é resultado de uma população nativa, que se esforçou para sempre cuidar da terra, e de colonos que para cá vieram e construíram a agropecuária forte respeitada em todo o mundo”.

“A potencialidade agrícola e os números do PIB paranaense, recentemente divulgados pelo IBGE, demonstram o aproveitamento pelo Estado das condições naturais favoráveis”, ressalta Julio Suzuki, diretor de Pesquisa do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social). “Não é por acaso que o Paraná passou a ocupar o quarto lugar no ranking das economias estaduais, com grande contribuição do setor primário e das políticas locais de desenvolvimento”, afirmou.

TERRITÓRIO – Com território de 199.308 quilômetros quadrados, o Paraná tem ainda 18,5% de suas terras classificadas como “boa” (classe A2), o que equivale a uma área de 36.855 quilômetros quadrados. São solos favoráveis às atividades agrícolas, com relevo aplainado e pequenas restrições e limitações, mas que podem ser facilmente corrigidas para o cultivo.

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Outros 67.876 quilômetros quadrados de terras, ou 34,1% do total, foram classificadas com potencial “moderado” (classe B). São áreas, segundo o IBGE, com relevos ligeiramente acidentados, que podem precisar de ações adequadas para a agricultura, ou com problemas de fertilidade, mas que podem ser corrigidos de forma relativamente fácil.

Com menor representatividade, as terras classificadas como “restritas” (Classe C) ocupam 9,5% do território estadual, uma área de 45.863 quilômetros quadrados. São terrenos com condições restritas para o uso agrícola, localizados principalmente em relevos mais acidentados, que precisam de ações mais complexas de manejo e que contam com problemas de fertilidade e restrições de profundidade para o plantio.

Por fim, os solos classificados com potencialidade “fortemente restrita” ao uso agrícola somam uma área de 45.863 quilômetros quadrados, 23% do território paranaense. Esses locais podem ter muitos declives, materiais indesejáveis ou restrições importantes quanto à profundidade. Eles exigem técnicas de manejo intensivas e, por suas características, são indicados como áreas de preservação ambiental ou para o cultivo de culturas adaptadas a esse tipo de solo.

Fonte: Governo do Paraná

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Alta no preço global de alimentos acende alerta e cria oportunidades para o agro brasileiro

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O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu em abril e atingiu a média de 128,3 pontos, uma alta de 1% em relação a março. A elevação foi puxada principalmente pelos preços dos cereais, carnes e lácteos, o que acende um sinal de atenção — e também de oportunidade — para o agronegócio brasileiro, especialmente para os produtores de soja, milho, arroz, carnes e leite.

Mesmo com a alta, o índice segue 19,9% abaixo do pico histórico registrado em março de 2022, mas ficou 7,6% acima do nível de abril do ano passado. O movimento indica uma retomada gradual da demanda global por alimentos, em um cenário de estoques apertados, conflitos geopolíticos e variações cambiais. Para o Brasil, que é um dos maiores exportadores mundiais de grãos e carnes, esse movimento pode significar mais competitividade e maior rentabilidade para o setor.

O subíndice de preços dos cereais avançou 1,2% em abril. O trigo subiu com a menor oferta da Rússia e o câmbio mais favorável para exportadores. Já o milho foi impulsionado pela redução de estoques nos Estados Unidos e pela suspensão temporária de tarifas por parte daquele país. O arroz também subiu 0,8% no mês.

Esse cenário pode beneficiar diretamente os produtores brasileiros, que vêm enfrentando custos altos de produção, mas agora podem encontrar margens melhores nas exportações, principalmente se o dólar continuar em patamar elevado. Goiás, Mato Grosso e Paraná, grandes produtores de milho e soja, podem se aproveitar do momento para ampliar vendas externas, principalmente para a Ásia.

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O preço médio dos óleos vegetais caiu 2,3% em abril, puxado pela queda do óleo de palma. Mas o óleo de soja, importante para o Brasil, continuou subindo, sustentado pela demanda aquecida no mercado internacional. Isso mantém a soja brasileira em posição estratégica, principalmente considerando a boa produção esperada em estados como Mato Grosso, Goiás e Paraná.

O subíndice de preços da carne subiu 3,2% em abril. A carne suína liderou o avanço, com a Europa ampliando compras após liberação sanitária da Alemanha. A bovina também ganhou fôlego com demanda estável e oferta global apertada. No Brasil, destaque para a carne de frango, cujos preços subiram por causa da forte demanda interna e menor ritmo de abates durante os feriados de Páscoa.

Para os pecuaristas e integrados da avicultura, os números são positivos: mostram uma retomada no mercado global, com espaço para ampliação das exportações brasileiras, especialmente para mercados como China, União Europeia e países árabes.

Os preços dos lácteos subiram 2,4% em abril e estão quase 23% acima do patamar de um ano atrás. A manteiga alcançou seu maior valor histórico, puxada pela alta demanda por gordura láctea e estoques reduzidos na Europa. Queijos e leite em pó também subiram, com destaque para o mercado da Oceania.

Esse movimento pode representar boas oportunidades para os produtores de leite brasileiros, desde que consigam superar os desafios internos de custo de produção e logística. A alta internacional pode ajudar a pressionar os preços pagos ao produtor no mercado interno.

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Na contramão dos outros alimentos, o açúcar caiu 3,5% em abril e está quase 11% abaixo do valor de um ano atrás. A razão é, em parte, o próprio Brasil: a produção acima do esperado na segunda quinzena de março e a desvalorização do real ajudaram a derrubar os preços internacionais.

Ainda assim, o setor sucroalcooleiro segue competitivo e os bons níveis de produção nas regiões Centro-Sul e Nordeste devem manter o Brasil como o maior exportador global. A menor cotação do petróleo também contribui para a queda do açúcar, já que reduz o incentivo para destinar mais cana para o etanol.

O que o produtor precisa saber:

  • O cenário internacional sinaliza uma recuperação da demanda por alimentos, com reflexos diretos nos preços.

  • Soja, milho, carnes e lácteos estão em alta e oferecem boas oportunidades de exportação.

  • A volatilidade do câmbio, os estoques globais e a política comercial de países importadores ainda podem trazer incertezas.

  • A queda no açúcar mostra que o Brasil tem peso no mercado global — tanto para subir quanto para derrubar preços.

A mensagem para o produtor rural é clara: o mundo está voltando a comprar mais alimentos, e o Brasil — especialmente seu agro — está no centro desse movimento. Quem estiver bem preparado, com planejamento, gestão eficiente e acesso a mercados, poderá aproveitar o bom momento para crescer.

Fonte: Pensar Agro

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