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Importação de arroz: Governo Federal é criticado por produtores e lideranças do agronegócio

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A decisão do governo federal de importar até 1 milhão de toneladas de arroz beneficiado e empacotado de países vizinhos gerou forte reação em diversos setores do agronegócio. Produtores, representantes de cooperativas e indústrias gaúchas, e até mesmo autoridades, criticaram a medida, afirmando que ela é desnecessária, prejudicial à produção nacional e pode levar a um aumento ainda maior nos preços do arroz no mercado interno.

Isan Rezende

O presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (Feagro MT), Isan Rezende, foi o primeiro a criticar o Governo, em sua coluna no LinkedIn. Ele questionou a decisão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de importar o arroz e argumentou que a operação, que envolve um orçamento extra de R$ 4 bilhões, incluindo subsídios, é desnecessária, pois o Brasil possui estoque suficiente do cereal para atender à demanda interna.

Na mesma linha, a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) também se manifestou contra a importação. A entidade, através de seu presidente, Alexandre Velho, afirmou que a medida é prejudicial à produção nacional, pois desestimula o investimento dos agricultores e pode levar à redução da área plantada.

Um dos principais receios em relação à importação do arroz é o curto prazo para entrega do produto nos portos brasileiros. O aviso de compra da Conab prevê que o cereal precisa ser entregue em apenas 30 dias após a realização do leilão, que está marcado para 21 de maio. Esse prazo curto, segundo Velho, pode inviabilizar a operação e levar a um novo aumento nos preços do arroz no mercado interno.

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A Emater do Rio Grande do Sul já observou um aumento de 2,4% na saca de 50 kg do cereal na última semana, passando de R$ 105,32 para R$ 107,90. A Federarroz teme que a importação possa agravar ainda mais essa situação, levando a um aumento ainda maior dos preços e prejudicando o consumidor final.

Outro problema apontado pela Federarroz é a lentidão na liberação de cargas de arroz importado de países do Mercosul. A operação padrão dos auditores fiscais federais agropecuários, que cobram melhorias salariais e na carreira, tem retardado a liberação de carretas em postos de fronteira. Essa lentidão, segundo Velho, está dificultando o abastecimento do mercado interno e contribuindo para o aumento dos preços.

A Federarroz defende que o Brasil possui arroz suficiente para atender à demanda interna e que a importação é desnecessária. A entidade argumenta que os próprios números do levantamento de safra da Conab indicam que a safra de arroz será maior em 2024.

A projeção oficial é de colheita de 10,5 milhões de toneladas do cereal na safra 2023/24. Além disso, a Federarroz destaca que a área plantada fora do Rio Grande do Sul está em crescimento, o que indica que a produção brasileira será muito parecida com o consumo.

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Diante das preocupações com a importação de arroz, a Federarroz pediu ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a suspensão do leilão da Conab para compra do cereal importado. A entidade também solicitou ao ministro maior agilidade na liberação de cargas de arroz importado do Mercosul.

A Federarroz também prevê que a questão logística para o escoamento da produção de arroz no Rio Grande do Sul deve melhorar nos próximos dias. Com a adoção de rotas alternativas e a retomada das emissões de notas fiscais, o setor espera que o abastecimento de arroz no país se normalize.

Apesar disso, a entidade ainda teme que a importação do arroz possa ter um impacto negativo no mercado interno a longo prazo. Segundo Velho, a compra antecipada de arroz pelos consumidores, motivada pelo anúncio da importação, pode levar a um desequilíbrio no mercado nos próximos meses.

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

Produtores cobram ações contra invasões e pedem mais segurança

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Produtores rurais de todo o Brasil acompanharam com atenção a audiência pública realizada no Senado Federal nesta semana, que colocou em pauta um tema sensível e urgente para o setor: as invasões de propriedades rurais e a falta de segurança jurídica no campo.

O encontro, promovido pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e teve como foco o impacto das ocupações recentes, especialmente as mobilizações do chamado “Abril Vermelho”.

Durante a audiência, senadores da Frente Parlamentar da Agropecuária destacaram que o direito à propriedade precisa ser respeitado e garantido pelo Estado, como determina a Constituição. Segundo os parlamentares, o cenário atual preocupa produtores rurais que, mesmo com título da terra e anos de trabalho, vivem sob constante ameaça de invasões.

Além disso, foi questionada a criação de novos assentamentos sem a devida revisão e regularização dos já existentes. De acordo com dados apresentados no debate, hoje há mais de 200 mil lotes vagos em assentamentos pelo país e cerca de 17 milhões de hectares que estão ociosos.

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Outro dado citado aponta mais de meio milhão de beneficiários do programa de reforma agrária com indícios de irregularidades. A cobrança dos parlamentares foi clara: antes de ampliar o número de assentamentos, é preciso organizar e dar transparência ao que já existe.

Por outro lado, o governo apresentou ações voltadas para a agricultura familiar, como o aumento de recursos no Plano Safra 2023/2024 e a criação do programa Desenrola Rural, que visa renegociar dívidas de pequenos agricultores. Também foi anunciada a meta de inclusão de mais de 300 mil famílias no programa de reforma agrária, com foco na redução de conflitos no campo.

Mesmo assim, os senadores reforçaram que nenhuma política pública pode avançar se a segurança jurídica for deixada de lado. A preocupação com os impactos das invasões vai além da posse da terra. Há prejuízos diretos à produção, ao abastecimento e ao acesso ao crédito rural, além do desestímulo ao investimento no setor agropecuário.

Outro ponto sensível abordado foi a situação da região amazônica, que concentra milhares de assentamentos e enfrenta desafios logísticos e fundiários ainda maiores. Lá, produtores relatam dificuldades com a documentação da terra, acesso a crédito, infraestrutura e assistência técnica.

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A audiência pública trouxe à tona um sentimento comum entre os produtores: é preciso garantir o direito de produzir com segurança e respeito à lei. O campo quer apoio, quer regularização fundiária e políticas eficientes, mas exige, acima de tudo, que o Estado atue com firmeza para coibir ações ilegais que colocam em risco o trabalho de quem alimenta o país.

Fonte: Pensar Agro

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