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Financiamento privado pretende criar fundo com R$ 1 bilhão

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O ex-ministro da Agricultura e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, está à frente de uma iniciativa que busca estruturar um modelo de financiamento privado para a pesquisa agropecuária brasileira. A proposta visa criar um fundo com um conselho gestor para captar recursos do setor produtivo, com a meta de alcançar R$ 1 bilhão anuais para financiar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A ideia de integrar o capital privado ao financiamento da pesquisa agropecuária não é nova, mas, em tentativas anteriores, entraves legais impediram a viabilização dos repasses. Agora, com a possibilidade de um fundo estruturado e maior flexibilidade nas regras, o setor vê uma oportunidade para garantir mais eficiência e menos burocracia na gestão dos investimentos.

Durante um evento em São Paulo, Rodrigues reforçou a necessidade de envolver os empresários do agronegócio nesse movimento. Na ocasião, estavam presentes lideranças como Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, além de representantes de associações do setor produtivo. Segundo Rodrigues, o objetivo é convencer outras entidades a aderirem à iniciativa e consolidar o modelo até maio deste ano.

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O diretor-geral do Sistema Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, destacou que a proposta não se limita a um aporte financeiro, mas busca uma reformulação estrutural da Embrapa. “Queremos uma instituição mais leve, mais alinhada ao setor privado e voltada a resultados, com menos amarras burocráticas e mais orçamento direcionado à atividade finalística”, afirmou.

Para incentivar a adesão de outras entidades, o Senar se comprometeu com um aporte inicial de R$ 100 milhões anuais. Segundo Carrara, essa iniciativa já conta com o interesse de setores como algodão e milho, cujas lideranças participaram de uma reunião no dia 11 de março com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e demonstraram disposição em contribuir.

A proposta também conta com o apoio do ex-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, que junto com Rodrigues integrou o Grupo de Trabalho de Estudos Avançados de Aprimoramento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA). Em 2024, o grupo entregou diversas recomendações para descentralizar e modernizar a gestão da Embrapa, mas sem avanços concretos até o momento. Para Rodrigues, a criação do fundo pode representar o primeiro passo para essas mudanças estruturais.

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Diante da crescente demanda por inovação e da necessidade de fortalecer a competitividade do Brasil no mercado global, a mobilização do setor privado surge como uma alternativa estratégica para garantir a sustentabilidade da pesquisa agropecuária no país.

Fonte: Pensar Agro

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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