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Empresa busca atrair fundos internacionais para investir em terras agrícolas no Brasil

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Um grupo de ex-dirigentes de entidades governamentais ligadas ao agronegócio está lançando uma empresa que pretende trazer capitais estrangeiros para o agronegócio brasileiro. Com foco inicial nos fundos de países árabes e do Golfo Pérsico, a empresa enfrenta o desafio de navegar pelas rígidas restrições da legislação brasileira sobre a aquisição de terras por estrangeiros.

De acordo com a Constituição brasileira, investidores estrangeiros podem controlar apenas 25% das áreas de um município, e nenhum país pode ultrapassar o limite de 10% dessas áreas. Diante desse cenário, uma equipe composta por nomes de peso do setor, como Celso Moretti (ex-presidente da Embrapa), Evaristo de Miranda (ex-diretor da Embrapa Territorial) e Marcos Troyjo (ex-presidente do New Development Bank), liderados pelo ex-presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, iniciaram a Farmland Global Solutions, uma empresa que busca atender às regras locais ao mesmo tempo que oferece soluções personalizadas para os grandes fundos internacionais.

Em um primeiro momento, os especialistas atuarão como consultores da Farmland. Mas têm, segundo Ribeiro, a opção de tornarem-se sócios da empresa. “Eles fizeram muito bem seus respectivos trabalhos e hoje estão livres no mercado para prestar esse tipo de assessoria”, diz o ex-presidente do BB.

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Para contornar as restrições constitucionais, Ribeiro acredita que o mecanismo mais adequado são os Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) e os Fiagros, instrumentos que permitem que capital estrangeiro seja alocado em negócios rurais sem desrespeitar a legislação.

“O CNPJ nacional, do Fiagro, será o responsável pela aquisição de terras, respeitando todas as normas previstas na lei”, explica Ribeiro, ao detalhar o modelo de operação. A Farmland já está trabalhando com grandes players do mercado financeiro, como Bradesco, Vinci Partners e Reag Investimentos, para estruturar esses fundos de forma viável. Inicialmente, essas instituições atuarão como consultoras, mas Ribeiro sugere que podem se tornar sócias no futuro.

A empresa está em fase avançada de planejamento, com expectativa de iniciar as operações no começo de 2025. Já foram iniciadas conversas com embaixadas e representantes de fundos soberanos para alinhar as demandas dos investidores estrangeiros aos modelos propostos pela Farmland. “Estamos finalizando nossa pesquisa de mercado, e em breve começaremos a oferecer nossas soluções”, diz Ribeiro.

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O plano é ousado, e a expectativa de Ribeiro é de que a Farmland possa captar bilhões em investimentos que irão não apenas impulsionar o setor agrícola, mas também ajudar a responder às necessidades crescentes de segurança alimentar de países que dependem fortemente da importação de alimentos.

E apesar do projeto estar ainda em fase inicial, Ribeiro antecipa que a Farmland já está em ação. “Estamos trabalhando junto ao Bradesco, à Vinci Partners (empresa de investimentos alternativos findada por ex-sócios do BTG Pactual, como Gilberto Sayão) e à ReagInvestimentos (que possui mais de R$ 180 bilhões sob sua gestão) para tentar criar essa estrutura de fundos.

Veja a seguir uma entrevista onde Ribeiro dá mais informações sobre o projeto:

Fonte: Pensar Agro

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AGRONEGÓCIO

União Europeia publica adiamento da lei antidesmatamento

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O Parlamento Europeu e o Conselho Europeu oficializaram nesta segunda-feira (23.12) a decisão que adia por um ano a aplicação das regras da lei antidesmatamento (EUDR, na sigla em inglês), garantindo um respiro aos produtores brasileiros e às entidades do agronegócio, que vinham travando uma batalha contra os prazos originalmente estabelecidos.

A medida, publicada no Diário Oficial da União Europeia, entra em vigor em três dias, postergando para 30 de dezembro de 2025 a obrigatoriedade de adequação para grandes operadores e comerciantes, enquanto micros e pequenas empresas terão prazo até 30 de dezembro de 2026.

A luta pelo adiamento contou com forte mobilização de organizações do setor agropecuário (VEJA AQUI), que apontaram inconsistências e prejuízos significativos aos exportadores de commodities, especialmente do Brasil. Apesar de a medida aliviar o setor, a aplicação da lei ainda impõe desafios.

A partir de 2025, será exigido que importadores de seis commodities agropecuárias (como soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau e café) comprovem que os produtos não se originam de áreas desmatadas após 2021, independentemente da legalidade dentro dos países de origem.

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Para o setor de madeira, um cronograma diferenciado foi mantido: os produtores terão até 31 de dezembro de 2028 para se adequar às exigências, desde que os produtos tenham sido fabricados antes de 29 de junho de 2023. Além disso, a União Europeia definiu que a lista discriminando os países em categorias de baixo e alto risco deverá ser publicada até 30 de junho de 2025.

O adiamento é visto como uma vitória parcial, mas a lei continua sendo motivo de preocupação para o agronegócio brasileiro por ignorar a legislação local. A decisão oferece uma folga estratégica para que o Brasil ajuste seus processos e intensifique o diálogo com a União Europeia, mas também sinaliza a necessidade de maior articulação política e técnica para evitar impactos econômicos significativos no futuro.

O debate está longe de terminar, mas o adiamento foi um passo importante para equilibrar as negociações em um cenário que exige alinhamento entre produção e preservação ambiental.

Fonte: Pensar Agro

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