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El Niño provoca ondas de frio e calor que impactam a produção agrícola no Paraná

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Reflexos negativos vão do desenvolvimento de pragas e doenças à destruição completa de lavouras, aponta especialista em agrometeorologia da PUCPR Toledo

Se no Paraná a primeira quinzena de agosto foi marcada por uma forte onda de calor, que causou estranhamento em razão da época, a segunda metade do mês deve ser mais fria. Trata-se de um reflexo do El Niño, fenômeno climático caracterizado pelo aquecimento das águas do oceano Pacífico em sua porção equatorial, com impacto direto nas zonas tropicais do planeta, caso do Brasil.

E como fica a produção agrícola nesse cenário? As ondas de calor, que ocorrem quando o ar quente e úmido se acumula na superfície da Terra sem conseguir ir para a atmosfera superior, podem prejudicar as lavouras, interferindo no crescimento das plantações, além de acelerar a maturação dos frutos e até reduzir a germinação das sementes. O fenômeno favorece também o desenvolvimento de pragas e doenças devido ao aumento na evaporação da água. Já na pecuária, pode refletir negativamente na saúde e bem-estar animal, resultando em menor produção de leite, carne e ovos.

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Já as ondas de frio são caracterizadas pelas temperaturas mais baixas do que o esperado para a estação do ano. São causadas por uma massa de ar frio que se move para uma região normalmente mais quente, podendo ser temporárias, durando apenas alguns dias, ou prolongadas, persistindo por semanas. Os riscos para a lavoura vão desde o atraso ou interrupção da colheita à destruição completa das plantações.

Especialista em agrometeorologia e professor do curso de Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Câmpus Toledo, Alexandre Luis Muller explica que os extremos de temperaturas altas ou baixas são as situações mais prejudiciais.

“Temperaturas extremamente baixas, abaixo de zero grau, podem danificar ou destruir plantações, especialmente aquelas que são sensíveis ao frio, devido à formação de geada. Já as temperaturas extremamente altas, acima de 35 graus, prejudicam o desenvolvimento da planta, que tem seu crescimento interrompido, começa a perder água e não vai suportar toda a temperatura que está recebendo”, pontua.

Os avanços tecnológicos da meteorologia têm garantido maior assertividade na previsão de chuvas, estiagens, tufões e tornados, entre outros fenômenos. Mais do que isso, é possível antecipar se vai chover menos que a média e qual é a probabilidade de geada, dando suporte ao planejamento das lavouras pelos produtores.

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“Com as mudanças na temperatura ou na incidência de chuvas, provocadas por fenômenos como o El Niño e a La Niña, as lavouras podem ser prejudicadas ou beneficiadas. Com base nas informações meteorológicas, o planejamento, o investimento em tecnologia, a conservação do solo e uma série de boas práticas no campo ajudam a minimizar prejuízos na propriedade. Apesar desses esforços, muitas decisões serão tomadas muito próximas do evento, geralmente durante o desenvolvimento da cultura, o que impactará a produção”, acrescenta Muller.

Como reduzir os efeitos das adversidades climáticas no campo?

Os efeitos das ondas de calor e de frio podem ser mitigados com o plantio de variedades e a criação de raças mais resistentes a climas extremos. Práticas agrícolas sustentáveis, como agricultura de conservação e rotação de culturas, também ajudam a reduzir as consequências do clima extremo, contribuindo para a proteção do solo.

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Com cenário global favorável, Estado quer ampliar exportações em 10%

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Goiás exportou 13,2 milhões de toneladas de soja em 2024, com receita superior a US$ 7,3 bilhões, consolidando-se como o terceiro maior exportador do grão no Brasil. Com a crescente disputa comercial entre China e Estados Unidos e a reconfiguração dos fluxos globais de grãos, o estado projeta um aumento de até 10% nas exportações em 2025, impulsionado pela demanda asiática e pela capacidade de resposta da produção goiana.

O aumento da procura por fornecedores alternativos por parte da China, que em abril recebeu 40 navios de soja brasileira com cerca de 700 mil toneladas, fortalece o posicionamento de Goiás como polo estratégico na oferta global de alimentos. O estado, com uma área plantada superior a 4 milhões de hectares e rendimento médio acima de 60 sacas por hectare, já se beneficia da maior competitividade brasileira no mercado internacional.

Além da soja, que responde por mais de 60% do total exportado pelo agronegócio goiano, produtos como milho, carnes e algodão também têm registrado crescimento. No primeiro trimestre de 2025, o estado já apresenta um incremento de 7% nas exportações para a China em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

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Goiás reúne condições favoráveis para aproveitar o novo ciclo: clima propício, produtividade crescente, empresários rurais tecnificados e uma logística em processo de modernização. Ainda há gargalos, especialmente em transporte e armazenagem, mas a infraestrutura vem sendo adaptada para atender a esse salto de demanda.

O momento geopolítico não é apenas uma conjuntura passageira — ele representa uma mudança estrutural na forma como as grandes potências lidam com segurança alimentar. A preferência da China por parceiros estáveis, previsíveis e com grande capacidade produtiva coloca estados como Goiás no radar estratégico dos importadores.

Com planejamento técnico, inteligência de mercado e políticas voltadas à sustentabilidade e à competitividade, Goiás transforma a tensão global em oportunidade concreta. A meta agora é clara: consolidar o protagonismo do estado como um dos principais celeiros do agronegócio mundial.

Fonte: Pensar Agro

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